Blog “Genialidade
& Superdotação”, de autoria de Superdotado Álaze Gabriel.
INTRODUÇÃO
A definição de superdotação que consta
nas Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica
(Ministério da Educação, 2001) e que é adotada por alguns programas
brasileiros, considera crianças superdotadas e talentosas as que apresentam notável
desempenho e elevada potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos,
isolados ou combinados: capacidade intelectual geral, aptidão acadêmica
específica, pensamento criador ou produtivo, capacidade de liderança, talento
especial para as artes e capacidade psicomotora.
Gardner (1995) relaciona superdotação à
manifestação das várias inteligências de um indivíduo e enfatiza a capacidade
de resolver problemas e de elaborar produtos. Ele organiza a inteligência em
oito blocos: inteligência lingüística, que é um tipo de inteligência
apresentada pelos poetas; inteligência lógico-matemática, que é a capacidade
lógica em matemática e a capacidade científica; inteligência espacial, que é a
capacidade de formar um modelo mental de um mundo espacial e ser capaz de
manobrar e operar utilizando este modelo; inteligência musical; inteligência
sinestésica, que é a capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos
utilizando o corpo inteiro ou partes; inteligência interpessoal, que é a
capacidade de compreender outras pessoas; inteligência intrapessoal, que é a
capacidade de compreender a si mesmo; a inteligência naturalista diz respeito à
habilidade de ver padrões complexos no ambiente natural; inteligência
existencial ou espiritualista que se refere a coisas espirituais e
existenciais, como a vida, a morte e as realidades supremas.
Para Gardner o indivíduo pode ser
promissor em uma dessas inteligências e não apresentar um desempenho tão bom em
outra. Este autor afirma que todos os indivíduos possuem todas as inteligências
em algum grau, mas certos indivíduos são considerados promissores em uma
inteligência e outros indivíduos não. Superdotados, então, são pessoas
bem-dotadas com as capacidades e habilidades essenciais daquela inteligência.
Gardner incorporou, ainda, à sua proposta teórica, o aspecto motivação, que diz
respeito a um intenso envolvimento no trabalho e um grande prazer em sua
realização. Neste sentido, são considerados, também, atributos de personalidade
essenciais para um bom desempenho em uma área específica de atuação:
persistência, autoconfiança e coragem para correr riscos.
Entretanto, Renzulli e Reis (1997) fazem
uma distinção entre ser superdotado, um conceito absoluto e em poder
desenvolver comportamentos de superdotação, um conceito relativo que pode
variar em graus de comportamentos de superdotação que podem ser desenvolvidos
em algumas pessoas, em certo tempo e sob certas circunstâncias (p.73). Assim, propõem uma concepção de superdotação
denominada concepção dos três anéis, que afirma ser a superdotação é o
resultado da interação de três fatores de comportamento:
(1) Habilidade acima da média envolvendo
duas dimensões: a) habilidades gerais, que consistem na capacidade de processar
informações, de integrar experiências que resultem em respostas apropriadas e
adequadas a novas situações e na capacidade de se engajar em novas situações e;
b) habilidades específicas, que consistem na capacidade de adquirir
conhecimento, prática e habilidades para atuar em uma ou mais atividades de uma
área específica.
(2) Motivação ou envolvimento com a
tarefa, refere-se a uma forma refinada e direcionada de motivação, uma energia
canalizada para uma tarefa em particular ou uma área específica. Algumas
palavras freqüentemente usadas para definir o envolvimento com a tarefa são
perseverança, persistência, trabalho duro, dedicação e autoconfiança e;
(3) Criatividade, envolvendo aspectos
que geralmente aparecem juntos na literatura: fluência, flexibilidade e
originalidade de pensamento e, ainda, abertura a novas experiências,
curiosidade, sensibilidade e coragem para correr riscos.
De acordo com essa concepção, a
criatividade não está, exclusivamente, relacionada à área artística, mas a
qualquer área de interesse do aluno. Acredita-se que o desenvolvimento da
criatividade e da motivação dentro da área de interesse e ou de habilidade do
estudante, vem ampliar as possibilidades de que o aluno venha a ter sucesso e
satisfação pessoal. É importante ressaltar que, nesta definição, os três anéis
não precisam estar presentes ao mesmo tempo e nem na mesma intensidade, mas é
necessário que interajam em algum grau para que possa resultar em um alto nível
de produtividade.
O importante é que se trabalhe para
buscar um equilíbrio entre eles buscando-se aprofundar os comportamentos e
habilidades já evidentes e desenvolver outros comportamentos necessários para o
sucesso na área de habilidade.
REFERÊNCIAS
GARDNER, H. (1995). Inteligências múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre: Artes
Médicas.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (2001). Diretrizes Nacionais para a Educação
Especial na Educação Básica. - Resolução nº 02 de 11 de setembro de 2001.
RENZULLI, J.S. & REIS, S.M. (1997). The schoolwide enrichment model: A how-to
guide for educational excellence (2ª ed.). Mansfield Center, CT: Creative Learning Press. Portal MEC - Sitio SEESP
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November, 2007, 17:53.
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