Blog “Genialidade e
Superdotação”, de autoria de Superdotado Álaze Gabriel.
Autoria:
1 - Luiz Carlos Panisset Travassos.
Graduado em Ciências Biológicas pelas FAMIH, professor de Ciências e Biologia
para o ensino fundamental e médio do Instituto Metodista Izabela Hendrix -
Professor de Citologia das Faculdades Metodistas Integradas Izabela Hendrix -
Mestrando em Engenharia da Produção da UFSC com ênfase em Informática Aplicada
à Educação
TEORIA
DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
– HOWARD GARDNER
"As inteligências
dormem. Inúteis são todas as tentativas de acordá-las por meio da força e das
ameaças. As inteligências só entendem os argumentos do desejo: elas são
ferramentas e brinquedos do desejo".
Rubens Alves, em Cenas da Vida.
RESUMO
Faz-se necessário uma visão do pensamento humano mais ampla e mais
abrangente daquelas aceitas pelos estudos cognitivos tradicionais, sendo
inegável a influência da Teoria de Jean Piaget que vê todo pensamento humano
como uma luta pelo ideal do pensamento científico.Tomamos a decisão de escrever
o presente artigo a respeito das "Inteligências Múltiplas", para
enfatizar um número desconhecido de capacidades humanas diferenciadas, variando
desde a inteligência musical até a inteligência envolvida no entendimento de si
mesmo e as implicações educacionais de tais descobertas. Apresentaremos um
background da teoria, definindo "inteligência", métodos de pesquisa,
com uma visão da paisagem cognitiva, relacionando inteligência à criatividade,
ao gênio, à prodigiosidade, à perícia e outras realizações mentais
desejáveis.Uma consideração séria de ampla variedade de inteligências humanas
que conduzem a uma nova visão de educação, sendo que a melhor maneira de
compreender cada inteligência é concebendo-as como interrelacionadas, com
possibilidade de existência de diferentes perfis intelectuais em diferentes
grupos; resgatando portanto um novo papel para o educador.
BREVE RESUMO SOBRE AS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS DE GARDNER
Começaremos nossa descrição sobre as inteligências humanas,
voltando a Paris em 1900, quando alguns pais procuraram o Sr. Alfred Binet
questionando-o se haveria alguma possibilidade de detectar, através de testes
psicológicos, o sucesso ou o fracasso de suas crianças nas séries primárias das
escolas parisienses. Binet, rapidamente criou o teste de inteligência onde o
Q.I. seria sua medida.
O sucesso desse teste, porém, só tornou-se evidente nos Estados
Unidos, quando na 1ª Guerra Mundial, cerca de 1 milhão de recrutas foram
selecionados através desse teste.
A insatisfação com o conceito de Q.I. e suas versões como o SAT
(visões unitárias de inteligência), levaram alguns estudiosos como Tarustone e
Guilford a criticarem seriamente esse conceito de inteligência.
Para Gardner não bastavam as críticas, ele acreditava que deveriam
ser abandonados os testes e suas correlações e partir para observar as fontes
de informações mais naturalistas a respeito de como as pessoas, no mundo todo,
desenvolvem capacidades importantes para seu modo de vida.
Em seu trabalho, Gardner procura os blocos construtores das
inteligências utilizadas por marinheiros, cirurgiões, feiticeiros, prodígios,
sábios, crianças e artistas, enfim todos aqueles que apresentam perfis
cognitivos regulares ou circuitos irregulares em diferentes culturas e
espécies.
Ao observar todas essas fontes de informações sobre o
desenvolvimento, sobre colapsos, sobre populações especiais e assim por diante,
acabou reunindo uma grande quantidade de informações.Para organizá-las Gardner
teorizou as oito inteligências:
1. Inteligências Lingüísticas: característica dos poetas;
2. Inteligências Lógico-Matemática: à Capacidade lógica e
matemática ;
3. Inteligências Espacial: à capacidade de formar um mundo espacial
e de ser capaz de manobrar e operar utilizando esse modelo (Marinheiros,
Engenheiros, cirurgiões, etc.);
4. Inteligência Musical: possuir o dom de cantar, compor musicar
e/ou tocar instrumentos musicais com habilidades maestrais;
5. Inteligência Corporal-Cinestésica: capacidade de resolver
problemas ou elaborar produtos utilizando o corpo (Dançarinos, Atletas,
artistas, etc.);
6. Inteligência Interpessoal: capacidade de compreender outras
pessoas (Vendedores, Políticos, Professores, etc.);
7. Inteligência Intrapessoal: capacidade correlativa, voltada para
dentro. Capacidade de formar um modelo acurado e verídico de si mesmo e de
utilizar esse modelo para operar efetivamente na vida.
8. Inteligência Naturalista: capacidade
para reconhecer e classificar as espécies e organismos, animais e plantas, do
ambiente, como também para cuidar deles, domesticá-los e interagir com eles;
sua operação nuclear é o reconhecimento de certas espécies próximas e o
estabelecimento de relações entre umas espécies e outras; os diferentes
sistemas linguísticos e taxonômicos para classificar plantas e animais
codificariam simbolicamente esta inteligência (COOL, MARCHESI, PALACIOS &
COLS).
Para Gardner o propósito da escola deveria ser o de desenvolver
essas inteligências e ajudar as pessoas a atingirem seus objetivos de ocupação
adequados ao seu espectro particular de inteligência. Gardner propõe uma escola
centrada no indivíduo, voltada para um entendimento e desenvolvimento ótimos do
perfil cognitivo do aluno. A escola ideal de Gardner baseia-se em algumas
suposições:
• nem todas as pessoas têm os mesmos interesses e habilidades, nem
aprendem da mesma maneira;
• ninguém pode aprender tudo o que há para ser aprendido;
• a tarefa dos especialistas em avaliação seria a de tentar
compreender as capacidades e interesses dos alunos de uma escola;
• a tarefa do
agente de currículo para o aluno seria a de ajudar a combinar os perfis,
objetivos e interesses dos alunos a determinados currículos e determinados
estilos de aprendizagem;
• a tarefa do agente da escola-comunidade seria a de encontrar
situações na comunidade determinadas pelas opções não disponíveis na escola,
para as crianças que apresentam perfis cognitivos incomuns;
• um novo conjunto de papéis para os educadores deveria ser
construído para transformar essas visões em realidade;
• Gardner passa a se preocupar com aquelas crianças que não brilham
nos testes padronizados, e que, consequentemente, tendem a ser consideradas
como não tendo nenhum tipo de talento.
Para Gardner os professores seriam liberados para fazer aquilo que
deviam fazer: ensinar o assunto de sua matéria, em seu estilo de ensino
preferido. O professor-mestre faria a supervisão e a orientação dos professores
inexperientes, procurando assegurar que a equação
aluno-avaliação-currículo-comunidade estivesse adequadamente equilibrada. Para
concretizarmos a escola centrada no aluno devemos resistir as enormes pressões
atuais para a uniformidade e para as avaliações unidimensionais. Para Gardner
existem 3 tipos de preconceitos na sociedade atual.
• Ocidentalista: colocar certos valores culturais ocidentais num
pedestal (Pensamento lógico);
• Testista: sugere um preconceito no sentido de focar aquelas
capacidades ou abordagens humanas que são prontamente testáveis. "Os
psicólogos deveriam passar menos tempo classificando as pessoas e mais tempo
tentando ajudá-las";
• Melhorista: qualquer crença de todas as respostas para um dado
problema estão em uma determinada abordagem, tal como o pensamento
lógico-matemático, pode ser muito perigoso. Se pudéssemos mobilizar toda a gama
das inteligências humanas e aliá-las a um sentido ético, talvez pudéssemos
ajudar a aumentar a probabilidade da nossa sobrevivência neste planeta, e talvez
inclusive contribuir para a nossa prosperidade.
O QUE CONSTITUI UMA INTELIGÊNCIA?
Na visão tradicional a inteligência é conceituada como a
capacidade de responder a testes de inteligência, o Q.I. Alguns testes
realizados demonstram que a "faculdade geral da inteligência" não
muda muito com a idade ou com treinamento ou experiência. A inteligência é um
atributo ou uma faculdade inata do ser humano. Gardner procurou ampliar este
conceito. A inteligência para ele, é a capacidade de solucionar problemas ou
elaborar produtos que são importantes em um determinado ambiente ou comunidade
cultural. A capacidade de resolver problemas permite às pessoas abordar
situações, atingir objetivos e localizar caminhos adequados a esse objetivo. A
criação de um produto cultural torna-se crucial nessa função na medida em que
captura e transmite o conhecimento ou expressa as opiniões ou sentimentos da
pessoa. Os problemas a serem resolvidos são os mais diversos, indo desde uma
teoria científica até uma composição poética ou musical. A teoria das
inteligências múltiplas foi elaborada à luz das origens biológicas de cada
capacidade de resolver problemas. A tendência biológica deve ser vinculada aos
estímulos culturais. A linguagem, por exemplo, que é uma capacidade universal,
ora pode apresentar-se como oratória, ora como escrita, ou secreta, etc.
CONSIDERANDO O DESEJO DE SELECIONAR INTELIGÊNCIAS COMO É POSSÍVEL
IDENTIFICÁ-LAS?
Gardner procurou evidências de várias fontes:
• o conhecimento a respeito do desenvolvimento normal;
• do desenvolvimento em indivíduos talentosos;
• informações sobre o colapso das capacidades cognitivas nos casos
de danos cerebrais;
• estudos sobre prodígios, autistas e estudos psicológicos;
• testes de correlações e outros.
Somente as inteligências candidatas que satisfaziam a todos ou a
maioria dos critérios foram selecionadas como inteligências genuínas justamente
por satisfazer determinados critérios e fazerem parte de um conjunto de operações
identificáveis. Dessa forma, cada inteligência deve ter uma operação nuclear ou
um conjunto de operações, semelhante a um sistema neural, sendo cada
inteligência ativada ou desencadeada por certos tipos de informações internas
ou externas. Como exemplo ele cita que o núcleo da inteligência musical está na
sensibilidade para determinar relações, ao passo que um dos núcleos da
inteligência lingüística é a sensibilidade aos aspectos fonológicos. Para ele a
inteligência deve ser capaz de ser codificada num sistema de símbolos e
significados culturalmente criados que capturam e transmitem formas importantes
de informação. A linguagem, a pintura e a matemática são símbolos quase
universais necessários à sobrevivência e à produtividade humana. A inteligência
relaciona-se com um sistema de símbolos não por acidente mas, por ser esta a
forma da sua manifestação.
AS OITO INTELIGÊNCIAS E LOCALIZAÇÃO NO CÉREBRO HUMANO
1. Inteligência lingüística: é o tipo de capacidade exibida em sua
forma mais completa, talvez pelos poetas. Caracteriza-se pela facilidade de expressar-se
(linguagem oral), ordenar e dar sentido às mensagens formais ou escritas,
habilidade para lidar criativamente com as palavras nos diferentes níveis da
linguagem (semântica, sintaxe). Localização no
cérebro: Lobo frontal esquerdo (área de Broca) e também lobo temporal
esquerdo (área de Wernicke), comunicam-se através de uma estrutura nervosa.
2. Inteligência lógico-matemática: é a capacidade
lógico-matemática, assim como a capacidade científica. Habilidade para
raciocínio dedutivo, além da capacidade para solucionar problemas envolvendo
números e demais elementos matemáticos. É a competência mais diretamente
associada ao pensamento cientifico, às idéias tradicionais de inteligência;
facilidade para o cálculo, percepção geométrica, pensamento lógico
desenvolvido. Exemplos: Matemáticos, engenheiros, cientistas. Localização no cérebro: Lobo
temporo-parieto-occipital esquerdo (centro de Broca).
3. Inteligência espacial: é a capacidade de formar
um modelo mental de um mundo espacial e ser capaz de manobrar e operar
utilizando esse modelo. Capacidade de perceber formas e objetos sob diferentes
ângulos, administrar a idéia de espaço, fácil compreensão de mapas e plantas;
capacidade de formar um modelo mental preciso de um situação espacial e
utilizar esse modelo para orientar-se entre objetos ou transformar as
ca-racterísticas de um determinado espaço. Exemplos: arquitetos, geógrafos,
fotógrafos, marinheiros, engenheiros, cirurgiões, pintores, escultores.
Localização: Temporo-parieto-occipital direito.
4. Inteligência musical: é a
capacidade voltada para a música. Permite às pessoas compreender e criar
significados compostos por sons, identificar distinções, perceber a diferença
entre tom, melodia, timbre, freqüência; permite organizar sons de maneira
criativa. Exemplos: músicos, compositores, maestros. Localização: Lobo temporal
direito.
5. Inteligência corporal cinestésica: capacidade de
resolver problemas ou de elaborar produtos utilizando o corpo inteiro, ou
partes do corpo. Capacidade de usar o próprio corpo de maneira diferenciada e
hábil, envolve tanto o autocontrole corporal quanto a destreza para manipular
objetos (cinestesia é o sentido pelo qual percebemos os movimentos musculares,
o peso e aposição dos membros); permite o controle sobre as ações motoras
amplas e finas. Exemplos: atletas, dançarinos, malabaristas, cirurgiões e
artistas. Localização: hemisfério esquerdo (córtex motor).
6. Inteligência interpessoal: capacidade de compreender outras
pessoas: o que as motiva, como elas trabalham, como trabalhar cooperativamente
com elas. Exemplo: vendedores, políticos, professores, clínicos (terapeutas) e
líderes religiosos bem-sucedidos. Localização: Lobos Frontais.
7. Inteligência intrapessoal: é uma capacidade correlativa voltada
para dentro. É a capacidade de formar um modelo acurado e verídico de si mesmo
e de utilizar esse modelo para operar efetivamente na vida. Localização: lobos
frontais.
8. Inteligência naturalista: capacidade para reconhecer e classificar as espécies e
organismos, animais e plantas, do ambiente, como também para cuidar deles,
domesticá-los e interagir com eles. Localização: hemisfério
direito.
CONSIDERAÇÕES
Tendo esboçado as características e critérios de uma inteligência,
apresentaremos breves considerações de cada uma das oito inteligências.
Cada esboço foi feito embasado numa breve biografia de uma pessoa
que demonstra uma facilidade incomum naquela inteligência. Embora cada
biografia ilustre uma inteligência particular, não se pode dizer que na idade
adulta as inteligências operam isoladamente. Exceto em indivíduos anormais, as
inteligências sempre funcionam combinadas e, qualquer papel adulto sofisticado envolverá
uma fusão de várias delas.
Inteligência musical
Exemplo: Yehudi Menuhin foi colocado por seus pais na Orquestra de
São Francisco. O som do violino o fascinou tanto que quis ganhar um em seu
aniversário e quis também fazer aulas com o prof. Louis. Conseguiu ambos e com
apenas dez anos se tornou um músico internacional.
A inteligência musical do violonista manifestou-se mesmo antes
dele ter tocado ou recebido qualquer treinamento musical. Sua poderosa reação
àquele som particular e seu rápido progresso no instrumento sugerem que ele
estava biologicamente preparado de alguma maneira para esse empreendimento.
Dessa forma, a evidência das crianças-prodígio apoia a afirmação de que existe
um vínculo biológico a uma determinada inteligência. Outras populações
especiais, como a das crianças autistas que conseguem tocar maravilhosamente um
instrumento musical, mas não conseguem falar, enfatizam a independência da
inteligência musical.
Uma breve consideração desta evidência sugere que a capacidade
musical é aprovada em outros testes para uma inteligência. Por exemplo, certas
partes do cérebro desempenham papéis importantes na percepção e produção da
música. Estas áreas estão caracteristicamente localizadas no hemisfério
direito. As evidências que apoiam a interpretação da capacidade musical, como
uma "inteligência" chegam de várias fontes. Mesmo que a capacidade
musical não tipicamente considerada como uma capacidade intelectual, como a
matemática. Ela se qualifica a partir dos critérios estabelecidos. Por
definição, ela merece ser considerada; e, tendo em vista os dados, sua inclusão
está empiricamente justificada.
Inteligência corporal-cinestésica
Exemplo: Babe, aos quinze anos jogava na terceira base. Quando num
certo momento ruim do jogo, Babe criticou-o lá da terceira base, até que o
técnico sugeriu que ele arremessasse. Babe hesitou e lançou, em seguida se
tornou um batedor legendário.
Babe Ruth reconheceu seu "instrumento" imediatamente, em
seu primeiro contato com ele. Esse reconhecimento ocorreu antes de um
treinamento formal.
O controle do movimento corporal está, evidentemente, localizado
no córtex motor, com cada hemisfério dominante ou controlador dos movimentos
corporais no lado contra-lateral. Nos destros, a dominância desse movimento
normalmente é encontrada no hemisfério esquerdo. A capacidade de realizar
movimentos quando dirigido para fazê-los pode estar prejudicada mesmo nos
indivíduos que podem realizar os mesmos movimentos reflexivamente ou numa base
involuntária. A existência de uma apraxia específica constitui uma linha de
evidência de uma inteligência corporal-cinestésica.
A evolução dos movimentos especializados do corpo é uma vantagem
óbvia para as espécies, e nos seres humanos esta adaptação é ampliada através
do uso de ferramentas. O movimento corporal passa por um programa
desenvolvimental claramente definido nas crianças.
A consideração do conhecimento corporal cinestésico como
solucionador de "problemas" talvez seja menos intuitiva. Executar uma
seqüência mímica ou bater numa bola de tênis não é resolver uma equação
matemática. E, no entanto, a capacidade de usar o próprio corpo para expressar
uma emoção (como a dança), jogar um jogo (como esporte) ou criar um novo
produto (como no planejamento de uma invenção) é uma evidência dos aspectos
cognitivos do uso do corpo.
Outros exemplos: Michael Jackson, Michael Jordan, Pelé, Ronaldo
Fenômeno, Ronaldo Gaúcho, Neymar, Loic Leferme, Karol Meyer, Ryuzo Shinomiya, Mandy-era
Cruickshank, Ananda Escudero, Carlos Coste, Claude Chapuis, Peter Pedersen,
Tanya Streeter, Zinédine Zidane, Mia Hamm, Birgit, Marta, Lionel Messi, Britney
Spears, James Brown, Mick Jagger, Lady Gaga, Prince, Madonna, Janet Jackson, Nicole
Scherzinger, Thom Yorke, dentre outros.
Inteligência lógico-matemática
Exemplo: Em 1983, Bárbara Mc Clintock ganhou o Prêmio Nobel de
Medicina ou fisiologia por seu trabalho em microbiologia. Seus poderes
intelectuais de dedução e observação ilustram uma forma de inteligência
lógico-matemática, freqüentemente rotulada como "pensamento
científico".
Um incidente é particularmente esclarecedor na resolução do
problema: a esterilidade do milho. Seu assistente de pesquisa encontrava
plantas que eram apenas 25 a 30 por cento estéreis enquanto ela encontrava 50
por cento de esterilidade no milho. Isso se comprovou depois quando ele
arquitetou o seu raciocínio passo a passo originando daí a diferença dos 30 por
cento.
Esse fato ilustra bem dois aspectos da inteligência
lógico-matemática. Primeiramente, no indivíduo talentoso, o processo de
resolução do problema geralmente é surpreendentemente rápido. O cientista lida
com várias hipóteses que avaliadas serão aceitas ou rejeitadas. O fato registra
também a natureza não verbal da inteligência. A solução de um problema pode ser
encontrada antes de ser articulada. Isso acontece com ganhadores de Prêmio
Nobel ou então com quem possui a inteligência lógico-matemática.
Esta inteligência é apoiada por critérios empíricos. Certas áreas
do cérebro são mais importantes do que outras no cálculo matemático.
Outros exemplos: Einstein, Gauss, Galilei, Newton, Bháskara,
Rufinni, Girard, Legendre, Jacob Jacobi, dentre inúmeros outros (vide lista no
Cartório Matemático disponível em http://www.profcardy.com/matematicos/).
Inteligência lingüística
Exemplo: Com dez anos de idade T.S. Eliot criou uma revista
chamada Fireside, da qual era o único colaborador. Num período de três dias,
durante as férias de inverno, ele criou oito edições completas. Cada uma
incluía poemas, histórias de aventuras, uma coluna de fofocas e humor.
A inteligência lingüística foi comprovada nos testes empíricos.
Uma área específica do cérebro, chamada "Centro de Broca", é
responsável pela produção de sentenças gramaticais. Uma pessoa com dano nesta
área pode compreender palavras e frases muito bem, mas tem dificuldade em
juntar palavras em algo além das frases mais simples. Ao mesmo tempo, outros
processos de pensamento podem estar completamente inalterados.
O dom da linguagem é universal e o seu desenvolvimento nas
crianças é surpreendentemente constante em todas as cultura. Mesmo nas
populações surdas, em que a linguagem manual de sinais não é ensinada, as
crianças inventam sua própria linguagem manual.
Inteligência espacial
Exemplo: A navegação nas Ilhas Caroline, nos mares do Sul, é
realizada sem instrumentos. O navegador imagina uma ilha de referência, quando
passa embaixo de uma determinada estrela, e a partir disso ele computa o número
total de segmentos, a proporção de viagem que ainda resta, e quaisquer
correções no curso que sejam necessárias. Ele não vê as ilhas enquanto navega,
em vez disso, ele mapeia sua localização em sua "imagem" mental da
jornada.
Para se resolver problemas espaciais é necessário na navegação e
no uso do sistema notacional de mapas. Outra forma de uso dessa inteligência é
quando visualizamos um objeto de um ângulo diferente; o jogo de xadrez. As
artes visuais também utilizam esta inteligência no uso do espaço.
O hemisfério direito é comprovadamente o local mais crucial do
processamento espacial. Um dano nas regiões posteriores direitas provoca
prejuízo na capacidade de encontrar o próprio caminho em torno de um lugar, de
reconhecer rostos ou cenas, ou de observar detalhes pequenos.
As populações cegas ilustram a distinção entre a inteligência
espacial e a percepção visual. A pessoa cega pode recorrer ao método indireto
para reconhecer formas, passando a mão no objeto que traduzirá na duração do
movimento, que por sua vez é traduzida no formato do objeto. Para o cego, o
sistema perceptivo da modalidade tátil equivale à modalidade visual na pessoa
que enxerga. Existem poucas crianças-prodígio entre os artistas visuais, porém
há sábios idiotas. Nádia (Selfe, 1977) é autista e no entanto desenhava com
impressionante destreza representacional e exatidão.
Outros exemplos: Leonardo Da Vinci, Vincent Van Gogh, Pablo
Picasso, Paul Cézanne, Peter Paul Rubens, Pierre-Auguste Renoir, Gustav Klimt,
Frans Post, Vermeer, Gustave Courbet, Eugène Delacroix, Velásquez, David,
Ticiano, dentre outros (vide suas biografias e obras em http://cult.nucleo.inf.br/index.php?option
=com_morfeoshow&task=view&gallery=31&Itemid=433).
Inteligência interpessoal
Exemplo: Com pouco treinamento em educação especial e quase cega,
Anne Sullivan iniciou a tarefa de instruir uma criança cega e surda de sete
anos. Helen Keller apresentou um sinal de compreensão da linguagem e a partir
daquele momento ela progrediu com incrível rapidez. A chave para o milagre da
linguagem foi o entendimento de Anne Sullivan da pessoa Helen Keller.
A inteligência interpessoal está baseada na capacidade nuclear de
perceber distinções entre os outros; em especial, contrastes em seus estados de
ânimo, temperamentos, motivações e intenções. Em formas mais avançadas, esta
inteligência permite que um adulto experiente perceba as intenções e desejos de
outras pessoas, mesmo que elas os escondam. O exemplo citado sugere que esta
inteligência não depende da linguagem.
Os indícios na pesquisa do cérebro sugere que os lobos frontais
desempenham um papel importante no conhecimento interpessoal. Um dano nessa
área pode provocar profundas mudanças de personalidade, ao mesmo tempo que não
altera outras formas de resolução de problemas.
A evidência biológica da inteligência interpessoal inclui dois
fatores, geralmente citados como exclusivos dos seres humanos. Um dos fatores é
a prolongada infância dos primatas, incluindo o estreito apego à mãe. Quando a
mãe se afasta, o desenvolvimento interpessoal fica prejudicado.
O segundo fator é a relativa importância da interação social para
os seres humanos. As habilidades tais como caçar, perseguir e matar, nas
sociedades pré-históricas exigia a participação e cooperação de grande número
de pessoas. A necessidade de coesão, liderança, organização e solidariedade no
grupo decorre naturalmente disso.
Outros exemplos: Mahatma Ghandi, Mandela, dentre outros.
Inteligência intrapessoal
Exemplo: Woolf num ensaio intitulado A Sketch of the Cast, discute
o algodão da existência. Ela compara o "algodão" com três lembranças
específicas de sua infância: uma briga com seu irmão, ver uma determinada flor
num jardim e ficar sabendo do suicídio de um antigo visitante. Para a autora,
todas as experiências trouxeram para ela um aprendizado, fossem eles causadores
de um estado de choque ou não. Sendo choques, ela procura uma explicação e
atrás de cada um é uma revelação de algum tipo, é o sinal de alguma coisa real
por trás das aparências e daí elas se tornam reais.
O conhecimento dos aspectos internos de uma pessoa: o acesso ao
sentimento da própria vida, a gama das próprias emoções, a capacidade de
discriminar essas emoções e eventualmente rotulá-las e utilizá-las como uma
maneira de entender e orientar o próprio comportamento.
A pessoa com boa inteligência intrapessoal possui um modelo viável
e efetivo de si mesmo. Uma vez que esta inteligência é a mais privada, ela
requer a evidência a partir da linguagem, da música, ou de alguma outra forma
mais expressiva de inteligência para que o observador a perceba funcionando.
Outros exemplos: Freud, Jung, dentre outros.
Inteligência Naturalista
Também conhecida como
inteligência biológica ou ecológica, a inteligência naturalista manifesta-se em
diferentes níveis do jardineiro ao paisagista, do "amante" da
natureza ao florista. É a inteligência dos envolvidos em causas ecológicas,
como os ambientalistas, espiritualistas, geógrafos, zoólogos, etc. Presente de
maneira extremamente marcante em personagens geniais como Charles Darwin,
Laplace, Humboldt e outros.
"No
começo pensei que estivesse lutando para salvar seringueiros, depois pensei que
estava lutando para salvar a floresta amazônica. Agora, percebo que estou
lutando pela humanidade". (Chico Mendes)
Os lobos frontais desempenham um papel central na mudança de
personalidade. Um dano na área inferior dos lobos frontais provavelmente
produzirá irritabilidade ou euforia, ao passo que um dano nas regiões mais
altas provavelmente produzirá indiferenças, desatenção, lentidão e apatia – um
tipo de personalidade depressiva. Nesses indivíduos "lobo-frontais",
as outras funções cognitivas geralmente continuam preservadas. O autista
apresenta essa inteligência prejudicada.
A inteligência intrapessoal é aprovada nos testes de uma inteligência
e apresenta uma forma de resolver problemas significativos para o indivíduo e
para a espécie. Ela nos permite compreender a nós mesmos e trabalhar conosco.
A EXISTÊNCIA DE OUTRAS INTELIGÊNCIAS
O que impede que um teórico ambicioso construa uma nova
"inteligência" para cada capacidade encontrada no comportamento
humano? Nesse caso, em vez de oito inteligências, poderia haver 800!
Uma lista de 800 inteligências seria proibitiva para o teórico e
inútil para o praticante. Consequentemente, a teoria das IM tenta articular
apenas um número manejável de inteligências que parecem constituir tipos
naturais. Existem todas as razões para esperarmos que cada tipo natural tenha
vários subcomponentes. Por exemplo, a inteligência lingüística claramente
implica em vários elementos dissociáveis, tais como as capacidades de realizar
análises sintáticas, ter aptidão literária e aprender línguas ouvindo.
Entretanto, também é provável que , na maioria dos comportamentos humanos, os
vários subcomponentes de uma inteligência se agrupem, embora apresentem pouca
inclinação a correlacionar-se com subcomponentes de outras inteligências. Esta
afirmação pode ser testada empiricamente.
POR QUE A INTELIGÊNCIA ESPIRITUAL OU MORAL NÃO É CONSIDERADA?
A inteligência espiritual ou moral serve como uma candidata
razoável para uma nona inteligência, embora existam razões igualmente boas
para considerá-la um amálgama da inteligência interpessoal e da inteligência
intrapessoal, com um componente de valor acrescentado. O que é moral ou espiritual
depende imensamente dos valores culturais; ao descrever as inteligências, nós
estamos lidando com capacidades que podem ser mobilizadas pelos valores de uma
cultura, e não pelos comportamentos que são, eles próprios, valorizados de uma
maneira ou outra.
EXISTE UMA INTELIGÊNCIA ARTÍSTICA?
Muitos indivíduos falaram informalmente sobre a inteligência
artística ou as inteligências artísticas, e não vemos nada de errado nessa
maneira de falar – pode servir como uma abreviatura para a inteligência musical,
ou para aspectos da inteligência espacial ou lingüística.
Entretanto, tecnicamente, nenhuma inteligência é inerentemente
artística ou não-artística. As inteligências funcionam artisticamente (ou
não-artisticamente) na medida em que exploram certas propriedades de um sistema
simbólico. Se um indivíduo utilizar a linguagem de uma maneira comum,
expositiva, ele não está utilizando a inteligência lingüística de uma maneira
estética. Se, por outro lado, a linguagem é utilizada metaforicamente,
expressivamente, ou de uma maneira que chame a atenção para o som ou para as
propriedades estruturais, então ela está sendo usada artisticamente. A mesma
inteligência "espacial" pode ser explorada esteticamente por um escultor,
não artisticamente por um geômetra ou cirurgião. Mesmo um sinal musical pode
funcionar não-artisticamente, como acontece com os toque de corneta das forças
armadas, enquanto muitos padrões derivados de propósitos matemáticos acabaram
sendo expostos em galerias de arte.
A possibilidade de uma inteligência ser utilizada artisticamente é
uma decisão tomada pelo indivíduo e/ou pela cultura. Um indivíduo pode decidir
se vai empregar a inteligência lingüística como escritor, advogado, vendedor,
poeta ou orador. No entanto, as culturas podem favorecer ou impedir a
possibilidade de usos artísticos da inteligência. Em algumas culturas, quase
todas as pessoas desenvolvem algumas capacidades poéticas; mas Platão tentou
eliminar a poesia de sua República. Claramente, então, o exercício de uma
determinada inteligência de maneira artística envolve um julgamento de valor.
A PERSPECTIVA BIOPSICOLÓGICA
Para falarmos e entendermos a Teoria das Inteligências Múltiplas
não podemos esquecer que cada ato cognitivo envolve um agente que executa uma
ação ou uma série de ações em alguma tarefa ou domínio.A perspectiva
biopsicológica examina o agente e suas capacidades, inclinações, valores e
objetivos.
A inteligência é um potencial biopsicológico. O fato de um
indivíduo ser ou não considerado inteligente e em que aspectos, é um produto em
primeiro lugar de sua herança genética e de suas propriedades psicológicas,
variando de seus poderes cognitivos às suas disposições de personalidade.
Segundo Gardner (1998) o talento é sinal de um potencial
biopsicológico precoce, em algum dos domínios existentes numa cultura sendo a
prodigiosidade uma forma extrema de talento em algum domínio. Mozart, poe
exemplo, se qualificou como prodigioso em virtude de seus talentos
extraordinários na esfera musical. E os termos especialista e perito são
adequados somente depois que um indivíduo trabalhou por cerca de uma década num
determinado domínio.
A criatividade é uma caracterização reservada para aqueles
produtos que inicialmente são considerados uma novidade dentro do domínio
embora acabem sendo reconhecidos como aceitáveis dentro da comunidade adequada.
O termo gênio deve ser designado para aquelas pessoas ou trabalhos
que não são só peritos e criativos, mas que também assumem um significado
universal ou quase universal.
Na medida em que uma capacidade é valorizada numa cultura, ela
pode contar com uma inteligência, mas na ausência desse endosso cultural, a
capacidade não seria considerada uma inteligência.
Nos primeiros anos de vida
as crianças desenvolvem habilidades simbólicas e conceitos teóricos por meio de
interações espontâneas com o mundo na qual vivem. O desenvolvimento inicial é
"pré-domínio" e "pré-campo". Elas se desenvolvem apenas com
uma vaga atenção aos domínios que existem em sua cultura, e com uma
sensibilidade ainda menor à existência dos campos que julgam. Mesmo que o campo
fique impressionado com os trabalhos das crianças pequenas, elas prosseguem
numa sublime indiferença às operações do campo.
Logo depois que se inicia a escola, as crianças querem conhecer as
regras dos domínios e as convenções da cultura, e buscam dominá-las tão rápida
e prontamente quanto possível.E assim, para Gardner a existência do domínio, e
uma sensibilidade ao campo, surgem como ímpeto.
Este período funciona como aprendizado, um aprendizado rumo à
perícia em domínios específicos, um aprendizado rumo à perícia nos hábitos de
uma cultura. As condições para uma vida criativa (ou não-criativa) já podem
estar sendo criadas, pois a criatividade depende imensamente de traços de
personalidade e disposição, e dos acidentes da demografia.
As idades de 15 e 25 anos representam o momento da verdade no
desenvolvimento da matriz de talento. Suas inteligências estão sendo
desenvolvidas a serviço do funcionamento normal, produtivo, de sua atual
sociedade.
Por volta de 30 a 35 anos a situação fundamental na matriz de
talento provavelmente já foi determinada.
Aí chega-se a perguntas cruciais: O que pode ser feito para
estimular o talento ? Que tipos de desempenhos ou realizações extraordinárias
são desejadas ?
As crianças em diferentes idades possuem necessidades diferentes,
respondem a diferentes formas de informação cultural e assimilam conteúdos com
diferentes estruturas motivacionais e cognitivas, logo os tipos de regimes
educacionais planejados pelos educadores precisam levar em conta esses fatores
desenvolvimentais. Os tipos de modelos educacionais que são oferecidos às
crianças pode demonstrar a direção que elas poderão tomar, podendo ser
encorajadas ou não para a perícia, criatividade, etc. Em nossa sociedade pode
haver modelos contrastantes sobre os usos do talento e as maneiras pelas quais
ele pode ser desenvolvido.
Qualquer tipo de talento jamais pode ser adequadamente
conceitualizado como existindo unicamente na cabeça ou no corpo dos indivíduos.
Os educadores devem manter em mente os fatores extrapessoais que desempenham um
grande papel no desenvolvimento(ou impedimento) do talento.
CONCLUSÕES
Não existe nenhuma receita para a educação das inteligências
múltiplas. A Teoria das Inteligências Múltiplas foi desenvolvida numa tentativa
de descrever a evolução e a topografia da mente humana. A mente é um
instrumento multifacetado, de múltiplos componentes, que não pode, de qualquer
maneira legítima, ser capturada num simples instrumento estilo lápis e papel.
Portanto, a necessidade de se repensar os objetivos e métodos educacionais
torna-se profunda.
Os neurobiólogos documentaram que o sistema nervoso humano é
altamente diferenciado. Todos os seres humanos normais possuem vários
potenciais, mas por razões genéticas e ambientais, os indivíduos diferem
notavelmente nos perfis particulares de inteligência que apresentam em qualquer
momento dado de sua vida.
Conseguimos "preencher" nossos numerosos papéis e
posições mais efetivamente porque as pessoas apresentam perfis de inteligências
diferentes. Já está estabelecido que os indivíduos possuem mentes muito
diferentes umas das outras.
A educação deveria ser modelada de forma a responder a essas
diferenças, deveria se tentar garantir que cada pessoa recebesse uma educação
que maximizasse seu potencial intelectual, pois nenhum indivíduo pode dominar
completamente nem mesmo um único corpo de conhecimentos, quanto mais toda a
série de disciplinas e competências.
Logo, a Teoria das Inteligências Múltiplas não deve ser utilizada
para ditar um curso de estudos ou carreira, mas constitui uma base razoável
para sugestões e escolhas de matérias opcionais.
Há premência de se direcionar a aprendizagem para a compreensão
ampla de idéias e valores indispensáveis no momento atual e isso poderá ser
obtido a partir de uma metodologia baseada na interdisciplinaridade, na qual o
professor seja um elemento mediador do conhecimento, exercitando a pesquisa de
novos saberes, em sintonia com as necessidades dos tempos atuais; sem
desconsiderar os variados potenciais de cada aluno.
Que elemento diferenciador e determinante há na personalidade de
dois pintores famosos como Monet e Van Gogh, que, ao retratarem
"girassóis", alcancem um resultado estético tão diferente? Podemos
dizer que, enquanto Monet retrata girassóis leves e brandos, os de Van Gogh,
tão belos quanto os de Monet exprimem a dor e o trágico?
Qual terá sido o papel da escola na formação desses cidadãos que
se permitem usar, abusar e brincar com as imagens, exprimir seus sentimentos e
suas formas próprias de ver a vida, sem cerimônia? Qual poderá ser o nosso
papel, como professores, de abrir as portas da imaginação, da fantasia, da
inventividade ampla como requisito de aceso à leveza e a uma maneira
bem-humorada, e até poética, de levar a vida?
Conhecendo a Teoria das Inteligências Múltiplas, concluímos que na
Escola, o prazer e o desejo de todos não devem submeter-se aos desígnios da
razão, ou seja, importa desenvolver o pensamento lógico e a cognição, em
parceria com as demais dimensões humanas, sempre.
"A tarefa do professor:
mostrar a frutinha. Comê-las diante dos olhos dos alunos. Provocar a fome.
Erotizar os olhos, fazê-los babar de desejo. Acordar a inteligência adormecida.
Aí a cabeça fica grávida: engordar com idéias. E quando a cabeça engravida não
há nada que segue o corpo".
Rubens Alves
BIBLIOGRAFIA
GARDNER, Howard. Inteligências Múltiplas: a Teoria na Prática.
Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
GARDNER, Howard. A Criança pré-escolar :como pensa e como a Escola
pode ensiná-la. Porto Alegre:
Artes Médicas, 1996.
CECI, S.J. On Intelligence ... more or
less : a bio-ecological theory of intellectual development. Englewood
cliffs, N.J. Prentice Hall.
Fontes Adicionais: