segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

NEUROPSICOLOGIA, PSICOLOGIA E AH/SD

Blog “Genialidade e Superdotação”, de autoria de Superdotado Álaze Gabriel.




ORIGEM E EVOLUÇÃO DA NEUROPSICOLOGIA


As observações clínicas realizadas no Século XIX demonstraram que lesões em determinadas regiões do cérebro se correlacionavam com certas alterações do comportamento e da cognição. P. ex., se uma pessoa sofre isquemia numa região lateral, inferior e posterior do lobo frontal esquerdo (a área de Broca) ela poderá apresentar um quadro de afasia caracterizado por perda de fluência na fala, dificuldades articulatórias, dificuldades com a sintaxe, prejuízo ao uso de flexões verbais, preposições e conjunções com preservação do uso de substantivos e adjetivos além de preservação relativa da capacidade de compreensão oral, constituindo uma síndrome conhecida como afasia de Broca.

Por outro lado, se uma pessoa sofre isquemia em uma região lateral, superior e posterior do lobo temporal esquerdo (a área de Wernicke), poderá apresentar um quadro de afasia caracterizado por fala abundante porém desprovida de significado, sintaxe quase normal, escassez de substantivos e adjetivos e melhor uso de verbos, preposições e conjunções, além de dificuldades acentuadas na compreensão oral. Esse quadro é conhecido como afasia de Wernicke. Mais adiante serão discutidas as principais síndromes neuropsicológicas que comprometem o cérebro em desenvolvimento.

A neuropsicologia é, portanto, a disciplina científica e clínica que estuda as relações entre cérebro e comportamento. O método da neuropsicologia é a correlação anátomo-clínica ou correlação estrutura-função: os achados sobre o comportamento e atividade cognitiva do paciente são correlacionados com modelos de localização funcional no cérebro. Os objetivos da neuropsicologia são de dupla natureza: a) localizar a lesão em termos de um modelo de correlação estrutura-função; b) obter informações sobre o perfil de funções comprometidas e preservadas para orientar o processo de reabilitação.

Segundo Luria (1981), a Neuropsicologia é a área específica da Psicologia que tem como objetivo peculiar a investigação do papel de sistemas cerebrais individuais em formas complexas de atividades mentais.

Assim Luria acreditava que o propósito da Neuropsicologia era:"...generalizar idéias modernas concernentes à base cerebral do funcionamento complexo da mente humana e discutir os sistemas do cérebro que participam na construção de percepção e ação, de fala e inteligência, de movimento e atividade consciente dirigida a metas." ( Luria,1981, p. 4).

Outros autores como Gil (2002) e Mello (1996) acreditam que a Neuropsicologia visa o estudo dos distúrbios cognitivos, emocionais e comportamentais, bem como o estudo dos distúrbios de personalidade provocados por lesões do cérebro, que é o órgão do pensamento e, portanto, a sede da consciência.

A Neuropsicologia surgiu no final do século XIX, início do século XX, estudando os soldados feridos de guerra, que tinham lesões cerebrais e alterações de comportamento, memória, linguagem, raciocínio - o que possibilitou maior compreensão do papel do cérebro comandando esses processos. Os neurologistas e psiquiatras europeus e norte-americanos começaram a estudar sistematicamente o comportamento de pessoas com os mais diversos tipos de lesões cerebrais e doenças neuropsiquiátricas. No Século XIX existia, e em alguns países como a Alemanha ainda existe uma especialidade denominada neuropsiquiatria (“Nervenheilkunde”). “Nervenarzt” ou “médico de nervos” é o título de um periódico tradicional na Alemanha. Em outros países a neurologia cognitiva ou comportamental é a especialidade médica contemporânea que participa da área interdisciplinar de conhecimento denominada neuropsicologia.  Contudo, somente no final do século XX, que ganhou maior reconhecimento. Os anos 90 ficaram conhecidos como a "Década do Cérebro", uma vez que o aprimoramento de técnicas de neuroimagem possibilitou a confirmação das interações entre as funções cognitivas e as áreas cerebrais.

Segundo Andrade & cols. (2004), sua criação deu-se a partir da convergência de várias ciências como, por exemplo: a Psicologia experimental, destacando a importância do estruturalismo (Wundt), funcionalismo (James) e behaviorismo (Watson e Skinner), com a Neurologia focada nas alterações comportamentais e a fisiologia. A Psicologia experimental buscava a compreensão dos comportamentos humanos, das diversas formas de aprendizagem e das estruturas cerebrais responsáveis pelas funções cognitivas. A Neurologia das alterações comportamentais, por sua vez, buscava compreender como as lesões cerebrais se relacionavam com o funcionamento das cognições e dos comportamentos dos sujeitos.

Assim sendo com o estabelecimento da Neuropsicologia como campo integrador dessas multi - áreas, um novo e mais acurado método de investigação individual do sistema nervoso e suas complexas formas de atividades foi desenvolvido.

Além de elucidar os mecanismos de ação por traz das funções cognitivas e dos comportamentos, a Neuropsicologia tem um papel clínico bem definido que é o de atuar no diagnóstico e conseqüente estabelecimento de programas reabilitatórios para indivíduos com qualquer tipo de seqüela neuronal.


O PAPEL DO NEUROPSICÓLOGO


O Neuropsicólogo hoje é um profissional que atua em diversas instituições, desenvolvendo atividades como diagnóstico, reabilitação, orientação à família e trabalho em equipe multidisciplinar. Os principais locais onde o Neuropsicólogo é requisitado incluem: instituições acadêmicas (pesquisa, docência), hospitais (avaliações pré e pós-cirúrgica), juizados (avaliação e perícias), clínicas (avaliação, reabilitação e pesquisa), consultórios privados e atendimentos domiciliares (reabilitação).

Além disso, fornece dados objetivos e formula hipóteses sobre o funcionamento cognitivo, atuando como auxiliar na tomada de decisões de profissionais de outras áreas, fornecendo dados que contribuam para as escolhas de tratamento medicamentoso e cirúrgico.A Neuropsicologia tem um histórico grande de estudo de indivíduos que tinham transtornos e seqüelas que envolviam o cérebro e a cognição. Ainda hoje a grande parte da população que procura um Neuropsicólogo vem encaminhada por Psicólogos, Psiquiatras e Neurologistas. Essa população de pessoas que sofreram algum tipo de transtornos e/ou seqüelas, é a grande maioria, entretanto existe uma pequena parcela que procura o Neuropsicólogo por preocupações de desempenho cognitivo, como por exemplo, um esquecimento, ou uma falta de concentração em atividades, gerando assim um campo que poderia ser chamado como "Neuropsicologia Preventiva".

Hoje a Neuropsicologia é sem sombra de dúvida uma área da Psicologia que está em franca expansão. Grupos de estudo, cursos rápidos, pós - graduação tanto Lato quanto Stricto Sensu estão pipocando pelo Brasil, entretanto ainda existe uma grande quantidade de profissionais da área da saúde, incluindo. Em 2004 o Conselho Federal de Psicologia reconheceu a Neuropsicologia como especialidade da Psicologia (Resolução CFP Nº 002/2004), com isso algumas diretrizes sobre a Neuropsicologia foram escritas pela primeira vez de forma reconhecida pelo Conselho Federal de Psicologia, sendo que, segundo o mesmo, existem 3 campos de atuações que são fundamentais na profissão do Neuropsicólogo:


1. Diagnóstico - Através do uso de instrumentos (testes, baterias, escalas) padronizados para avaliação das funções cognitivas, o Neuropsicólogo irá pesquisar o desempenho de habilidades como atenção, percepção, linguagem, raciocínio, abstração, memória, aprendizagem, habilidades acadêmicas, processamento da informação, visuoconstrução, afeto, funções motoras e executivas. Esse diagnóstico tem por objetivo poder coletar os dados clínicos para auxiliar na compreensão da extensão das perdas e explorar os pontos intactos que cada patologia provoca no sistema nervoso central de cada paciente. A partir desta avaliação Neuropsicológica é possível estabelecer tipos de intervenção, de reabilitação particular e específica para indivíduos e/ou grupos de pacientes com disfunções adquiras ou não, genéticas ou não, primariamente Neurológicas ou secundariamente a outros distúrbios (Psiquiátricos).


2. Tratamento (Reabilitação) - Com o diagnóstico em mãos é possível realizar as intervenções necessárias junto aos pacientes, para que possam melhorar, compensar, contornar ou adaptar-se às dificuldades. Essas intervenções podem ser no âmbito do funcionamento cognitivo, ou seja, no trabalho direto com as funções cognitivas (memória, linguagem, atenção, etc.) ou com um trabalho muito mais ecológico, no ambiente de convivência do paciente, junto de seus familiares, para que atuem como co-participantes do processo reabilitatório; junto a equipes multiprofissionais e instituições acadêmicas e profissionais, promovendo a cooperação na inserção ou re-inserção de tais indivíduos na comunidade quando possível, ou ainda, na adaptação individual e familiar quando as mudanças nas capacidades do paciente forem mais permanentes ou de longo prazo.


3. Pesquisa - A pesquisa em Neuropsicologia envolve o estudo de diversas áreas, como o estudo das cognições, das emoções, da personalidade e do comportamento sob o enfoque da relação entre estes aspectos e o funcionamento cerebral. Para tais pesquisas o uso de testes Neuropsicológicos é um recurso utilizado, para assim ter um parâmetro do desempenho do paciente nas determinadas funções que estão sendo pesquisadas. Atualmente o uso de drogas específicas, para estimulação ou inibição de determinadas funções, tem sido usadas com freqüência para observar o comportamento e o funcionamento cognitivo dos sujeitos em dadas situações. Outra técnica que muito tem contribuído nas Neurociências e com grande especificidade na Neuropsicologia é o uso de neuroimagem funcional por Ressonância Magnética (fMRI) e tomografia funcional por emissão de pósitrons (PET-CT) que permitem mapear determinadas áreas relacionadas a atividades específicas, como por exemplo recordação de listas de palavras durante o exame. Portanto, fica claro que a Neuropsicologia é um campo de trabalho e de pesquisa emergente, tanto para a Psicologia, quanto para as Neurociências, avançando e contribuindo de forma única para a compreensão do modo como pensamos e agimos no mundo.


NEUROPSICOLOGIA E AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA


  A Neuropsicologia pode ser definida como a ciência que estuda a expressão comportamental das disfunções cerebrais (Lezak,2004). Trata-se de um campo do conhecimento que relaciona a cognição, comportamento e atividade do sistema nervoso central em condições normais e patológicas.

A Avaliação Neuropsicológica envolve o exame de diversos domínios cognitivos como Memória; Atenção; Linguagem; Raciocínio Lógico; Conceituação; Habilidades Motoras; Percepção Visual; Visuoconstrução; Orientação; Funções Executivas; Humor. Os dados obtidos na avaliação neuropsicológica podem ser comparados com população da mesma idade, sexo e escolaridade.

No tratamento de crianças e adolescentes a avaliação neuropsicológica identifica questões envolvidas no desempenho acadêmico. Em casos de adultos a avaliação pode indicar o quanto a memória ou outro aspecto cognitivo se apresenta alterado em relação ao esperado para a idade, sexo e escolaridade. Também pode ser utilizado para contribuir na identificação de Altas Habilidades/Superdotação em crianças e adolescentes para aceleração educacional.

Os testes utilizados na avaliação neuropsicológica permitem a identificação de diferentes níveis de comprometimento das funções cognitivas a partir da mensuração das possíveis disfunções cerebrais que acometem o indivíduo.

Recomenda-se a avaliação neuropsicológica em qualquer caso onde exista suspeita de uma dificuldade cognitiva de origem neurológica ou comportamental: Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade; Distúrbios do desenvolvimento; Dificuldades escolares; Diagnóstico diferencial entre Depressão e Demência; Epilepsia; Distúrbios psiquiátricos ou neuropsiquiátricos; Lesões cerebrais decorrentes de traumatismos; Doença de Alzheimer, Doença de Parkinson e outros tipos de Demências; Acidente Vascular Cerebral (AVC); Esclerose múltipla e outras doenças neurodegenerativas; Déficits causados por abuso de drogas e álcool e outras substâncias.


FUNÇÕES EXECUTIVAS NEUROPSICOLÓGICAS


As funções executivas referem-se, de forma geral, à capacidade do sujeito de engajar-se em comportamentos orientados a objetivos, ou seja, à realização de ações voluntárias, independentes, autônomas, auto-organizadas e orientadas para metas específicas (SULLIVAN; RICCIO; CASTILLO, 2009; GAZZANIGA; IVRY; MANGUN, 2002). Segundo Malloy- Diniz, Sedo, Fuentes e Leite (2008), as funções executivas são habilidades que, integradas, capacitam o indivíduo a tomar decisões, avaliar e adequar seus comportamentos e estratégias, buscando a resolução de um problema. Tais funções orientam e gerenciam funções cognitivas, emocionais e comportamentais (MALLOY-DINIZ et al., 2008; STRAUSS; SHERMAN; SPREEN, 2006).

Huizinga, Dolan e Molen (2006) enfatizam que as funções executivas são representadas por habilidades distintas, ainda que relacionadas, e não apenas por uma única habilidade cognitiva, apesar da existência de controvérsias acerca da unidade versus diversidade de tais funções. Tais habilidades incluem inibição de elementos irrelevantes; seleção, integração e manipulação das informações relevantes; intenção; planejamento e efetivação das ações; flexibilidade cognitiva e comportamental e monitoramento de atitudes (GAZZANIGA et al., 2002; LEZAK, 1995).

Em uma descrição bastante sumarizada, a atenção seletiva, de acordo com Gazzaniga e colaboradores (2002), é a capacidade de o sujeito atentar a determinadas características do estímulo, ignorando aqueles que são irrelevantes à tarefa, de modo a processar ativamente uma quantidade limitada de informações dentre as disponíveis aos órgãos dos sentidos ou provenientes de outros processos cognitivos. O controle inibitório relaciona-se à filtragem e seleção de informações (GAZZANIGA et al., 2002), consistindo na capacidade do indivíduo de inibir respostas prepotentes ou distratoras que bloqueiam o curso de uma ação, ou ainda a interrupção de uma resposta já em curso (BARKLEY, 1997). Em outras palavras, compreende-se o controle inibitório como um mecanismo de filtragem complementar à atenção seletiva, à medida que inibe estímulos irrelevantes à solução de um problema, minimizando assim a demanda sobre o processamento da informação (GAZZANIGA ET al., 2002).

A memória de trabalho é um depósito temporário de armazenamento de informações que podem ser acessadas, manipuladas e reorganizadas para serem utilizadas em alguma tarefa, como guardar um número de telefone para logo em seguida utilizá-lo ao fazer uma ligação (MALLOY-DINIZ et al., 2008). Ainda, esse sistema permite uma série de operações mentais, tal como integrar a informação a estímulos ambientais e conhecimentos anteriores advindos da memória de longo prazo, permitindo a manipulação ativa da informação e sua constante atualização na própria memória de trabalho (BADDELEY, 2000; GAZZANIGA ET al., 2002; LEZAK; HOWIESON; LORING, 2004; MALLOY-DINIZ et al., 2008).

A flexibilidade cognitiva, por sua vez, pressupõe a capacidade de mudar ou alternar estratégias de ação ou pensamento, conforme a necessidade para a resolução de um problema. Esta habilidade é requerida sempre que o indivíduo engaja-se em ações complexas e deve, portanto, considerar diversificadas informações, alternando o foco atencional entre duas ou mais tarefas consoante às demandas do ambiente (GAZZANIGA et al., 2002; GIL, 2002; LEZAK et al., 2004; MALLOY-DINIZ et al., 2008).

Assim, de acordo com Lezak e colaboradores (2004), a flexibilidade cognitiva é fundamental à capacidade de regular o próprio comportamento, adaptando-o às demandas ambientais. O planejamento é a capacidade de estabelecer uma estratégia seqüencial  direcionada a atingir um objetivo, ou seja, refere-se ao componente cognitivo central a qualquer tarefa de resolução de problemas, especialmente àquelas que abarcam soluções originais, novas ou não rotineiras (KRIKORIAN; BARTOK; GAY, 1994), e promovem a identificação e a organização de uma série de ações e elementos direcionados à realização do objetivo (LEZAK et al., 2004).

Por fim, o monitoramento pode ser compreendido como uma rede de controle executivo, à medida que, detectando uma situação geradora de conflito ou um erro, e objetivando a correção e regulação desse comportamento, pode alocar recursos de processamento extras à tarefa em questão, com intuito de facilitar ou inibir seu engajamento em direção à resolução do conflito ou correção do erro (GAZZANIGA et al., 2002). Sob essa perspectiva, essas habilidades cognitivas supracitadas abarcam as funções executivas, as quais permitem a um indivíduo iniciar, planejar, sequenciar e monitorar seus comportamentos e cognições (GAZZANIGA et al., 2002).

Alterações nestas habilidades têm sido consistentemente relacionadas a diversos quadros e condições clínicas, conforme sumariado por Dias (2009), por exemplo: lesões em regiões pré-frontais; quadros psicopatológicos, como a esquizofrenia; transtornos de comportamento disruptivo, como o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade; transtornos globais do desenvolvimento; epilepsia; Síndrome de Down; Síndrome de Prader-Willi; entre outros.

Há, também, evidências de alterações executivas em alguns transtornos de aprendizagem (DIAS, TREVISAN, MENEZES, GODOY; SEABRA, no prelo) e relações consistentes estabelecidas com o desempenho escolar (CAPOVILLA; DIAS, 2008; VITARO, BRENDGEN, LAROSE & TREMBLAY, 2005). No entanto, existe maior escassez de estudos que busquem investigar as relações entre o funcionamento executivo e as altas habilidades. O objetivo deste artigo teórico é apresentar algumas evidências encontradas na literatura acerca da temática altas habilidades e sua relação com as funções executivas.


CONSIDERAÇÕES SOBRE AS ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO


A investigação de indivíduos com altas habilidades, segundo Hazin, Lautert, Falcão, Garcia, Gomes e Borges (2009), não tem despertado o interesse dos pesquisadores tanto quanto o estudo de crianças que apresentam déficits de diferentes naturezas, tais como senso-perceptuais, psicomotores, afetivo-relacionais, cognitivos, entre outros, embora todos esses grupos estejam formalmente inseridos nos projetos nacionais de educação para indivíduos com necessidades especiais (BRASIL, 2001). É provável que tal postura de afastamento dos pesquisadores tenha relação com a controvérsia em torno da caracterização do que seria uma alta habilidade. (WINNER, 1998, 2000). Assim, diversos conceitos são utilizados para definir quem é a pessoa com altas habilidades.

De acordo com Rech e Freitas (2005), nem os próprios pesquisadores chegaram a um consenso em relação à terminologia mais apropriada para ser utilizada. No Brasil, em 1995, a partir das Diretrizes Gerais para o Atendimento Educacional aos Alunos com Altas Habilidades/ Superdotação e Talentos, estabelecidas pela Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação e Desporto, foi proposta a seguinte definição: Altas habilidades referem-se aos comportamentos observados e/ou relatados que confirmam a expressão de traços consistentemente superiores em relação a uma média (por exemplo: idade, produção ou série escolar) em qualquer campo do saber ou do fazer. Deve-se entender por 'traços’ as formas consistentes, ou seja, aquelas que permanecem com freqüência e duração no repertório dos comportamentos da pessoa, de forma a poderem ser registradas em épocas diferentes e situações semelhantes. (BRASIL, 1995, p. 13).

Sternberg (1981) considera o termo altas habilidades equivalente ao termo superdotação, o qual corresponde a um elenco de características específicas que se apresentam de forma notável, consistente e permanente no indivíduo, proporcionando certo destaque em algum campo do conhecimento e/ou realização, que variam desde atividades notadamente intelectuais, como a pesquisa científica e a produção literária, até a resolução eficiente e criativa de questões corriqueiras, como planejamento e relação com o outro.

A superdotação, entendida como um fenômeno multidimensional, agrega todas as características de desenvolvimento do indivíduo, abrangendo tanto aspectos cognitivos quanto características afetivas, neuropsicomotoras e de personalidade. Conforme Rech e Freitas (2005), o conceito de superdotação é influenciado pelo contexto histórico e cultural, variando então de cultura para cultura em função do momento histórico e social. Alencar e Fleith (2001) enfatizam que não existe um consenso entre profissionais quanto à definição de quem deveria ser considerado com altas habilidades/superdotação.

Nesse particular, há uma tendência em considerar como superdotados aqueles que demonstram habilidades acima da média em um ou mais domínios, seja intelectual, artístico ou das relações sociais, produções criativas, esportivas e psicomotoras. Winner (1998) define o indivíduo superdotado como uma pessoa em desenvolvimento que apresenta um desempenho superior à média em uma ou mais áreas, comparados à população geral da mesma faixa etária.

Muitas das características presentes nestes indivíduos diferem das encontradas em sujeitos da mesma faixa etária. Entretanto, Piechowski (1986) afirma ainda que os indivíduos com altas habilidades freqüentemente demonstram extrema facilidade para se expressar nas áreas psicomotora, intelectual, imaginativa, emocional e dos sentidos. Sob esse aspecto, Oliveira (2007) destaca que o conceito das altas habilidades pode partir do pressuposto defendido por

Renzulli (1986, 2007) relacionado ao modelo dos Três Anéis. Este modelo compreende a superdotação como resultado da interação entre três agrupamentos básicos do funcionamento cognitivo: habilidades gerais e/ou específicas acima da média, elevados níveis de comprometimento com a tarefa e elevados níveis de criatividade. Para o autor, as habilidades podem ser gerais (raciocínio numérico, fluência verbal, memória, raciocínio abstrato, relações espaciais) ou mais específicas (matemática, música, química, dança). Mas é a interação entre os três fatores que permite a realização criativa-produtiva. Tal realização pode manifestar-se como habilidades superiores gerais em uma ou mais áreas especializadas de conhecimento ou de realização humana (como por exemplo, artes plásticas, liderança, fotografia).

Numa tentativa de complementar o modelo dos Três Anéis, Mönks (1988, 1992) aponta a necessidade das diversas dimensões anteriormente citadas exigirem condições de educação, de vida e de realização adequadas ou estimulantes. O autor integra a concepção anterior com uma perspectiva desenvolvimental, baseada nos mecanismos socioculturais e psicossociais relacionados com a superdotação.

Posteriormente, a definição da superdotação passou a incluir dimensões psicossociais complementares da inteligência ou das habilidades cognitivas (OLIVEIRA, 2007). Assim, segundo esse autor, os indivíduos superdotados em termos de funcionamento cognitivo apresentam três processos intelectuais marcadamente diferentes dos demais, a saber: a capacidade de separar informação relevante de outra irrelevante; a capacidade de combinar elementos singulares de informação em conjuntos mais abrangentes e diversos no seu significado; e a capacidade de relacionar a nova informação com os conhecimentos já possuídos.

Estas concepções teóricas a respeito das altas habilidades podem conduzir à hipótese de que estes indivíduos possuem também alto funcionamento executivo. Essa inferência é abordada na breve revisão a seguir.


RELAÇÕES ENTRE FUNÇÕES EXECUTIVAS E ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO


Em uma revisão sobre o tema, Geake (2008) retomou uma série de pesquisas e esboçou algumas relações entre altas habilidades intelectuais e o funcionamento executivo. Segundo o autor, as altas habilidades são resultado de uma facilitação no engajamento em raciocínio analógico fluido. Este, por sua vez, refere-se a um processo cognitivo básico, caracterizado pela capacidade em estabelecer e compreender analogias e, portanto envolve raciocínio dedutivo-indutivo. Da mesma forma, McGrew e Flanagan (1998) enfatizaram que a inteligência fluida (Gf) é a mais relacionada às funções executivas por se tratar de operações mentais de raciocínio que o indivíduo realiza diante de situações novas, que não podem ser realizadas automaticamente e que dependem minimamente de conhecimentos adquiridos.

Essas operações envolvem relacionar idéias, induzir conceitos abstratos e solucionar problemas, empregando principalmente raciocínio indutivo e dedutivo (McGREW; FLANAGAN, 1998). Porém, diferentemente do raciocínio analógico exato, tipicamente mensurado em muitos testes de inteligência, em que há apenas uma resposta correta, a habilidade apresentada por Geake (2008) é fluida, ou seja, em sua avaliação há uma gama de respostas possíveis, que diferem entre si em relação a quanto são plausíveis e criativas. Para o autor, esta habilidade é a característica mais notável de crianças consideradas talentosas ou com altas habilidades. Também destaca que estes indivíduos talentosos possuem melhor habilidade de memória de trabalho. Esboçando algumas relações entre os construtos, Geake (2008) argumentou que o raciocínio analógico fluido em indivíduos talentosos poderia explicar sua maior eficácia em memória de trabalho e ambos estariam relacionados a altos níveis de criatividade.

Vale enfatizar, no entanto, que algumas evidências da relação entre o raciocínio analógico fluido e as habilidades executivas, como a memória de trabalho, provêm principalmente de estudos de neuroimagem. Tais afirmações pautam-se nos achados prévios de Geake (2004) e na literatura, em que maior atividade do córtex pré-frontal tem sido observada em jovens superdotados, atividade essa que tem sido relacionada ao controle voluntário da atenção, planejamento, autocontrole e tomada de decisões. Para Simonetti (2008), estas diferenças nas áreas cerebrais ativadas seriam devido à maior competência em organizar os pensamentos e operações. Por sua vez, esta capacidade de organização é um aspecto metacognitivo relacionado ao próprio funcionamento executivo (GAZZANIGA et al., 2002; MALLOY-DINIZ et al., 2008). Ainda, correlatos neuroanatômicos da inteligência têm sido relatados, incluindo diferenças na densidade tanto da substância branca quanto cinzenta entre indivíduos com alto e médio QI. Há evidências, por exemplo, de que adolescentes com altas habilidades possuem maior espessura cortical, especialmente no córtex pré-frontal (GEAKE, 2008), região que é, reconhecidamente, o substrato neurológico que suporta as operações das funções executivas (GAZZANIGA et al., 2002; GIL, 2002).

De fato, conforme preconizou Arffa (2007), as habilidades relacionadas às funções executivas sobrepõem-se ao conceito psicológico de comportamento inteligente. Porém, conforme revisado pela mesma autora, a relação entre desempenhos em testes de inteligência e em testes de funções executivas não é forte. Além disso, comprometimentos no lobo frontal, que podem prejudicar as funções executivas, tendem a não resultar em prejuízos no quociente de inteligência (ROCA; PARR; THOMPSON; WOOLGAR; TORRALVA; ANTOUN; MANES; DUNCAN, 2010). Tais resultados, juntamente com outros estudos, têm sugerido que, dentre as funções executivas, algumas estejam mais associadas à inteligência do que outras (JOHNSTONE, HOLLAND; LARIMORE, 2000).

Na investigação de Friedman, Miyake, Corley, Young, DeFries e Hewitt (2006), por exemplo, foram analisadas as relações de inteligência fluida e cristalizada e o QI no Wechsler Adult Intelligence Scale (WAIS) com três habilidades executivas diferentes: controle inibitório, flexibilidade cognitiva e memória de trabalho, em adultos jovens. A memória de trabalho mostrou-se altamente correlacionada com medidas de inteligência, mas não com controle inibitório e flexibilidade. Além disso, no modelo de equação estrutural, a memória de trabalho permaneceu fortemente relacionada à inteligência, mas as relações de controle inibitório e flexibilidade com inteligência foram muito pequenas e não significativas. Tais resultados sugerem que as medidas de inteligência se relacionam diferentemente com esses três tipos de funções executivas, ou seja, medidas de inteligência não avaliam igualmente uma ampla gama de habilidades executivas, as quais são igualmente requeridas para comportamentos que envolvem adequado desempenho cognitivo (FRIEDMAN et al., 2006).

Com o objetivo de avaliar mais detalhadamente a relação entre funções executivas e inteligência, Arffa (2007) avaliou três grupos de crianças e jovens com idades que variaram de 6 a 15 anos: grupo com habilidade intelectual na média (QI entre 90 e 114), acima da média (QI variando de 115 a 129) e talentoso (QI acima de 130). Nesse estudo, a autora aplicou cinco testes neuropsicológicos para avaliar funções executivas, a saber, Teste de Categorização de Cartas de Wisconsin, Teste de Trilhas, Teste de Stroop, Teste de Fluência de Palavras (Oral Word Association Test - COWAT), Teste de Fluência de Desenhos; quatro testes neuropsicológicos de outras habilidades não-executivas, incluindo Figura Complexa de Rey (RCF), Rey Auditory Verbal Learning Test (RAVLT), Wide Range Achievement Test Reading and Math (WRAT- 3) e Underlining Test; e um teste de inteligência, a Escala de Inteligência Wechsler para crianças (WISC-III).

Os principais resultados apontaram, por meio da análise de regressão múltipla, que os Testes de Stroop, Fluência de Palavras, Fluência de Desenhos e Figura Complexa de Rey correlacionam-se significativamente com a inteligência medida pelo QI total no WISC (p < 0,001). Já o Teste de Trilhas não apresentou associações significativas com a inteligência. Ainda, verificou-se, por meio de MANCOVA, que o grupo de jovens talentosos apresentou desempenho superior nos testes de funções executivas quando comparado aos outros dois grupos (habilidade intelectual média e acima da média), mas tal superioridade não foi observada em relação a testes não-executivos (ARFFA, 2007).

Em outro estudo, Johnson, Im-Bolter e Pascual-Leone (2003) avaliaram crianças entre seis e 11 anos de idade, oriundas de programas especializados para crianças com altas habilidades e de escolares regulares. As crianças foram avaliadas quanto à capacidade atencional, controle inibitório e velocidade de processamento. Quando comparadas com seus pares, as crianças com altas habilidades obtiveram desempenho melhor nas medidas de atenção, respondendo mais rapidamente em tarefas de velocidade com vários níveis de complexidade, e também foram mais habilidosas para resistir à interferência em tarefas que exigiam controle inibitório voluntário. Não houve diferenças entre os grupos em uma tarefa que exigia controle inibitório automático, o que sugere a existência de dimensões diferentes dentro da habilidade de

controle inibitório (JOHNSON et al., 2003).

Os poucos estudos que abordaram esta temática têm revelado inconsistências na relação entre funções executivas e inteligência, o que justifica, por sua vez, o desenvolvimento de pesquisas relacionadas a essa temática, especialmente no que se refere ao desempenho em tarefas de funções executivas de crianças e adolescentes com altas habilidades. Hazin e colaboradores (2009) afirmam que as discrepâncias entre os dois construtos podem ser igualmente problematizadas a partir de alguns mitos existentes acerca das altas habilidades, tais como a crença de que as crianças com altas habilidades apresentam um desenvolvimento homogêneo em todas as funções cognitivas; e a expectativa de que a capacidade intelectual e o desempenho escolar/acadêmico sejam fortemente correlacionadas (WINNER, 2000).


CONSIDERAÇÕES FINAIS


O objetivo dessa postagem foi apresentar algumas concepções teóricas acerca das relações entre neuropsicologia e as altas habilidades/superdotação, por meio da análise cabal das funções executivas neuropsicológicas. De acordo com o cenário exposto, ainda há grande carência de estudos científicos nacionais e internacionais que tenham investigado o funcionamento cognitivo de indivíduos com altas habilidades, notadamente em torno das funções executivas. Conforme contextualizado por Hazin e colaboradores (2009), mesmo o alto habilidoso sendo incluído nos projetos nacionais de educação para indivíduos com necessidades especiais, é escasso o desenvolvimento de pesquisas empíricas desta natureza.

Compreender a relação entre funções executivas e altas habilidades faz-se importante na ciência psicológica e neuropsicológica, uma vez que é discutível se crianças com superioridade em determinadas habilidades podem apresentar dificuldades de aprendizagem como consequência de déficits atencionais, de funcionamento executivo, de linguagem e/ou de memória (SILVERMAN, 2007; RECH; FREITAS, 2005; WEBB; DIETRICH, 2005).

Além disso, déficits em funções executivas estão relacionados a uma série de outros quadros que podem acometer crianças e adolescentes, como o autismo (BOSA, 2001), o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TOPLAK; BUCCIARELLI; JAIN; TANNOCK, 2009), o transtorno obsessivocompulsivo (CHANG; MCCRACKEN; PIACENTINI, 2007; FONTENELLE, 2001), e estão também relacionadas ao desempenho escolar (CAPOVILLA & DIAS, 2008; VITARO, et al., 2005).

Sob essa perspectiva, faz-se necessária a implementação de estratégias que façam repercutir na prática todos os anseios que englobam o entendimento da relação entre funções executivas e altas habilidades. Tais aspectos refletem não apenas as dificuldades envolvidas na identificação do indivíduo com altas habilidades, mas também a compreensão do funcionamento cognitivo desta população específica. Salienta-se, por fim, que esse artigo direcione pesquisadores a investigações futuras com intuito de exigir esforços em termos de problematização, discussão e aprofundamento das técnicas e instrumentos utilizados para circunscrever o fenômeno das altas habilidades.


REFERÊNCIAS


ALENCAR, E. M. L. S.; FLEITH, D. S. Superdotados: determinantes, educação e ajustamento. São Paulo: EPU, 2001.

ANDRADE, V.M., SANTOS, F.H., BUENO, O.F.A. (2004). Neuropsicologia Hoje. São Paulo: Artes Médicas.

ARFFA, S. The relationship of intelligence to executive function and non-executive function measures in sample of average, above average and gifted youth. Archives of Clinical Neuropsychology, v. 22, p. 969-978, 2007.

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Fontes Adicionais:


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