Blog "Genialidade e Superdotação", de autoria de Superdotado Álaze Gabriel.
"Não posso acreditar, ele realmente
veio ao meu encontro", pensei. Dr. Carlos Castagneda di Tosca era um
senhor muito influente e um dos maiores intelectuais da atualidade. Uma das
mentes mais brilhantes que a humanidade jamais vira. Eu, no entanto, um mero
universitário que sabe-se lá como, consegui isolar uma partícula que combinada
com outros componentes, é capaz de potencializar qualquer tipo de ação que
contenha energia.
Tudo não passara de um experimento de
fundo de garagem. Não tinha intenção alguma em descobrir tal partícula e muito
menos obter tamanho reconhecimento. Entretanto, por influência do professor de
Físico-química Avançada, publiquei o trabalho numa revista acadêmica. O Dr.
Carlos Castagneda tomou conhecimento, demonstrou-se muito interessado no meu
projeto e desejou "ardentemente", segundo as palavras do Chefe do
Departamento de Físico-química, me conhecer pessoalmente.
Sinceramente, não estava preparado para
tal encontro. Acho que nunca estive tão nervoso em toda minha vida. Conhecera o
trabalho do Dr. Carlos Castagneda de longa data. Ele fora referência de estudos
quando meu pai, ainda universitário, desenvolvia seus primeiros experimentos.
Ele é um marco na história da ciência mundial. Eu simplesmente não sei o que
dizer quando vê-lo passar por aquela porta.
Os minutos passaram e enfim havia
chegado o momento. Eu vira o Dr. Carlos Castagneda di Tosca passar pela porta e
vir ao meu encontro. Ele estava acompanhado do chefe de Departamento de
Físico-química e pelo professor que me incentivara a publicar meu projeto.
Pelas suas faces, pareciam muito felizes e de ótimo humor. Dr. Carlos Castagneda
era um senhor alto, cabelos brancos e pele clara. Usava na ocasião um terno
muito simples que parecia ter a sua idade. Andava lentamente, mas com passos
firmes. Aproximou-se, estendeu a mão e disse: "É um grande prazer
conhecê-lo meu jovem. Posso me sentar"? No que respondi: "Claro, pois
não Doutor. É uma honra recebê-lo".
- Desde já lhe digo, fique tranquilo e
nada de pompas. Já vivi e vi muitas coisas para perder tempo com coisas
superficiais.
- Pois não Doutor.
- Então quer dizer que você conseguiu encontrar
a partícula potencializadora da energia? Quis saber o velho homem.
- Parece que sim Doutor.
- Foi muito complicado isolá-la?
- Na verdade eu não sei muito bem como o
fiz, entretanto tenho tudo anotado e registrado. Com um pouco de sorte, ficarei
feliz se conseguir realizar o mesmo feito novamente.
O Dr. Carlos Castagneda ao ouvir de
minha boca estas palavras não conteve o riso. Em seguida chamou o garçom e
disse: "Vê-me um cappuccino e algumas bolachas adocicadas. Passarei mais
tempo do que o previsto conversando com esse jovem gênio"!
- Jovem gênio - disse eu, um pouco
atônito com o que acabara de ouvir -, o Doutor deve estar enganado. Começo
agora meus estudos e sei que tenho muito ainda para aprender. O que fiz foi
apenas um lance de sorte, uma fato isolado, um acaso do destino.
- Meu jovem, digo-lhe sem medo de errar,
que não há no mundo, nada disso que me disseste agora. Somos o que somos, e
quando nascemos para brilhar, não há nada que faça apagar a nossa luz.
Eu fiquei sem palavras. Os outros que
estavam sentados à mesa acompanhavam a conversa em silêncio. Não desejavam
estragar este momento único e como oportunistas, ali permaneciam, margeando, à
espera de colherem, também eles, algo de bom e de proveitoso para suas vidas.
- Diga-me meu jovem, o que fará em suas
próximas férias?
- Certamente irei viajar para visitar
minha família e por lá ficar, até o retorno do novo período letivo. Quem sabe
sairei com alguns amigos e se o tempo me permitir, estudar um pouco mais sobre
as relações entre matéria e anti-matéria, realizando experimentos simples no
laboratório que eu montei; se é que posso chamar aquilo que fiz em minha
garagem de laboratório.
- Teria você por acaso, uma semana livre
em suas férias para passar uns dias com este velho estudante universitário?
- Cla... claro... claro que sim! Disse,
meio gaguejando e espontaneamente.
- Gostaria de lhe mostrar alguns
experimentos que tenho feito e desejo a sua opinião sobre um em especial. Acho
que vai gostar de saber do que se trata.
Não sabia o que dizer, diante de tal
pedido. De qualquer forma, confirmei minha presença e acertamos os melhores
dias para minha ida. Sem mais demoras, o Dr. Henrique da Cruz e Souza, chefe do
Departamento de Físico-química, disse que custearia a minha ida e tudo quanto
fosse necessário, enquanto durasse minha visita ao laboratório do Dr. Carlos
Castagneda.
- Será uma grande honra senhor, mesmo
não me achando digno de tanto.
- Mais uma vez lhe digo, fique
tranquilo. Você já provou tudo que eu preciso saber em seu artigo. Daqui para
frente só precisará conhecer as pessoas certas e estar nos lugares certos.
Mesmo que esse lugar seja a garagem de sua casa. Saiba que a grande magia da
imortalidade está no fato de deixarmos para o mundo, e para a humanidade, as consequências
dos Dons que recebemos no nosso pequeno tempo de vida. Acredito que fiz a minha
parte, e você tem um longo caminho pela frente.
- Não sei se terei condições para tanto.
Não sinto-me preparado. Há tanto ainda para ser feito, estudado e descoberto.
- Esse é um dos segredos da genialidade;
tender ao infinito e saber que não somos nada diante de tudo que está por vir.
Qualquer um pode acumular conhecimento, mas somente os verdadeiros gênios sabem
a linha tênue entre a humildade e a soberba, entre o complexo e o simples,
entre uma partícula e o universo. Aproveite o Dom por ti recebido e faça bom
proveito dele.
- Tentarei fazer o melhor que posso
Doutor.
- Ótimo. Agora me diga uma última coisa,
gostas de cappuccino e bolachas adocicadas?
- Desculpe Doutor, prefiro refrigerante
e o salgadinho de queijo do senhor José, que tem uma barraquinha na esquina da
rua lá de casa.
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