segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

NEUROCIÊNCIAS E AH/SD

Blog “Genialidade e Superdotação”, de autoria de Superdotado Álaze Gabriel.




NEUROCIÊNCIAS: AS NOVAS ROTAS DA EDUCAÇÃO




Os avanços e descobertas na área da neurociência ligada aos processos de aprendizagem é sem dúvida, uma revolução para o meio educacional. A Neurociência da aprendizagem é o estudo de como o cérebro trabalha com as memórias, como elas se consolidam, como se dá o acesso ás informações e como elas são armazenadas. Quando falamos e pensamos em Educação e Aprendizagem, falamos em processos neurais, redes que estabelecem conexões e que realizam sinapses.


Mas como entendemos Aprendizagem?


Aprendizagem nada mais é do que esse maravilhoso e complexo processo pelo qual o cérebro reage aos estímulos do ambiente, e ativa suas sinapses (ligações entre os neurônios por onde passam os estímulos), tornando-as mais “intensas” e velozes. A cada estímulo, cada repetição eficaz de comportamento, torna-se consolidado, pelas memórias de curto e longo prazo, as informações, que guardadas em regiões apropriadas, serão resgatadas para novos aprendizados.

A Neurociência vem-nos descortinar o que antes conhecíamos sobre o cérebro, e sua relação com o Aprender. O cérebro, esse órgão fantástico e misterioso, é matricial nesse processo. Suas regiões, lobos, sulcos, reentrâncias tem cada um sua função e importância no trabalho conjunto, onde cada área necessita e interage com o desempenho do hipocampo na consolidação de nossas memórias, com o fluxo do sistema límbico (responsável por nossas emoções) possibilitando desvendar os mistérios que envolvem a região pré-frontal, sede da cognição, linguagem e escrita e compreender as vias e rotas que norteiam a leitura e escrita (regidas inicialmente pela região visual mais específica (parietal) que reconhece as formas visuais das letras e depois acessa outras áreas para a codificação e decodificação dos sons para serem efetivadas. Faz-se mister entender os mecanismos atencionais e comportamentais de nossas crianças padrão das crianças TDAH e estudar suas funções executivas e sistema de comando inibitório do lobo pré-frontal, hoje muito relevante na educação.

Compreender as vias e rotas que norteiam a leitura e escrita (regidas inicialmente pela região visual mais específica (parietal) que reconhecem as formas visuais das letras e depois acessa outras áreas para a codificação e decodificação dos sons para serem efetivadas. Penetrar nos mistérios da região temporal relacionado à percepção e identificação dos sons onde os reconhece por completo (área temporal verbal) possibilitando a produção dos sons para que possamos fonar as letras. Não esquecer a região occipital, que abriga como uma de suas funções o coordenar e reconhecer os objetos, assim como o reconhecimento da palavra escrita.

Assim, cada órgão se conecta e interliga-se no processo, onde cada estrutura com seus neurônios específicos e especializados desempenham um papel na base do Aprender. Estudos na área neurocientífica centrados no manejo do aluno em sala de aula nos esclarece que o processo aprendizagem ocorre quando dois ou mais sistemas funcionam de forma inter relacionada (conectada). Assim podemos entender como é valioso aliar a música, os jogos, e movimentos em atividades escolares e ter a possibilidade de trabalhar simultaneamente mais de um sistema: auditivo, visual e até mesmo o sistema tátil com atividades lúdicas, esportivas, e todos os movimentos surgindo de dentro para fora (psico-motricidade), desempenho este que leva-nos ao aprender.

Podemos então inferir, desta forma, que o uso de estratégias adequadas em um processo de ensino dinâmico e prazeroso provocará conseqüentemente alterações na quantidade e qualidade destas conexões sinápticas melhorando assim o funcionamento cerebral, de forma positiva e permanente, com resultados satisfatórios e eficazes.

Os games (adorados por crianças e adolescentes) ainda em discussão no âmbito acadêmico são fantásticos na forma de manter os alunos “plugados” e podem ser mais uma ferramenta mediadora que possibilita estimular o raciocínio lógico, atenção, concentração, conceitos matemáticos através de atividades como: cruzadinhas, caça-palavras e jogos interativos que desenvolvem a ortografia, de forma desafiadora e prazerosa para alunos.

O grande desafio dos educadores é viabilizar uma aula que “facilite” esse disparo neural, este gatilho, a sinapse e o funcionamento desses sistemas, sem que necessariamente o professor tenha que saber como lidar individualmente com cada aluno. Quando ciente da modalidade de aprendizagem do aluno, (e isso não está longe de ser inserida na grade de formação de nossos educadores) o professor saberá quais e melhores estratégias utilizar e certamente fará uso desse meio facilitador no processo Ensino – Aprendizagem.

Outra descoberta é que através de atividades prazerosas e desafiadoras o “disparo” entre as células neurais acontece mais facilmente: as sinapses fortalecem-se e as redes neurais são estabelecidas com mais rapidez (velocidade sináptica). Mas como desencadear isso em sala de aula? Como o professor pode ajudar nesse “fortalecimento neural”?

Todo ensino desafiador ministrado de forma lúdica tem esse efeito: aulas dinâmicas, divertidas, ricas em conteúdo visual e concreto, onde o aluno não é um mero observador de o seu próprio saber o deixam “literalmente ligado”, plugado, antenado.

O conteúdo antes desestimulador e cansativo para o aluno é substituído por um professor com nova roupagem que propicia novas descobertas, novos saberes; é dinâmico e flexível, plugado em uma área informatizada, aonde a cada momento novas informações chegam ao mundo desse aluno. Professor e aluno interagem ativamente, criam, viabilizam possibilidades e meios de fazer esse saber, construindo juntos a aprendizagem com todas as rotas: auditivas, visuais, táteis e neste universo cheio de informações, faz-se a nova Educação e um novo modelo de Aprender.

Uma aula enriquecida com esses pré-requisitos é envolvente e dinâmica: é o saber se utilizar de possibilidades onde conhecimento Neurocientífico e Educação caminham lado a lado. Mas como isso é possível? O que fazer em sala de aula?


A seguir algumas sugestões adotadas:


(1) Estabelecer regras para que haja um convívio harmonioso de todos em sala de aula, onde alunos sejam responsáveis pela organização, limpeza e utilização dos materiais. Ao opinar e criar regras e normas adotadas, eles se sentirão responsáveis pela sala e espaço escolar.


(2) Utilizar materiais diversificados que explorem todos os sentidos. Visual: mural, cartazes coloridos, filmes, livros educativos; Tátil: material concreto e objeto de sucata planejado. Há uma riqueza de sites na internet que nos disponibilizam atividades produtivas e prazerosas. A criatividade aflora e a aula torna-se muito divertida; Auditivo: música e bandinhas feitas com material de sucata, sempre com o conteúdo pedagógico inserida nelas. A criação de músicas e paródias sobre conteúdos é uma forma muito divertida de aprender. Talentos apareceram em salas de aula. E quem não gosta de cantar? Aulas com dinâmica treinam as memórias de curto prazo e a auditiva (elas são trabalhadas em áreas hipocampais) e assim retidas em memória de longo prazo, efetivando o Aprendizado!


3) O cantinho da “leitura” é um pedaço de criar idéias, deixar o “Novo” entrar na mente, através dos signos e símbolos. (Significados e significante)


4) Estabelecer rotinas onde possam realizar trabalhos individuais, em dupla, em grupos (rotinas estabelecidas reforçam comportamentos assertivos e organização). Crianças com TDAH, que apresentam mal funcionamento das funções executivas se beneficiam com rotinas e regras pré estabelecidas. O trabalho em equipe é relevante, ativa as regiões límbicas (responsáveis pelas emoções) e como sabemos o aprender está ligado à emoção, e a consolidação do conteúdo se faz de maneira mais efetiva. (hipocampo)


(5) Trabalhar o mesmo conteúdo de várias formas possibilita aos alunos “mais lentos” oportunidades de vivenciarem a aprendizagem de acordo com suas possibilidades neurais. Dê aos mais rápidos atividades que reforcem ainda mais esse conteúdo, mantendo-os atentos e concentrados para que os alunos com processos mais lentos não sejam prejudicados com conversas e agitação do outro grupo de crianças.


A flexibilidade em sala de aula permite uma aprendizagem mais dinâmica e melhor percebida por toda a classe. O professor que administra bem os conflitos em sala de aula possui “jogo de cintura” e apresenta o conteúdo com prazer, mantendo seus alunos “plugados”, com interesse em aprender mais, movidos pela novidade: o prazer faz uma internalização de conceitos de maneira lúdica e eficaz.

Desta forma, somos sabedores deste mecanismo neural que impulsiona a aprendizagem, das estratégias facilitadoras que estimulam as sinapses e consolidam o conhecimento, da magia onde cada estrutura cerebral interliga-se para que todos os canais sejam ativados. Como numa orquestra afinadíssima, onde a melodia sai perfeita, de posse desses conhecimentos e descobertas, será como reger uma orquestra onde o maestro saberá o quão precisamente estão afinados seus instrumentos e como poderá tirar deles melodias harmoniosas e perfeitas!

A Neurociência veio para ser grande aliada do professor na atualidade, em identificar o individuo como ser único, pensante, atuante, que aprende de uma maneira pessoal, única e especial. Desvendar os segredos que envolvem o cérebro no momento do Aprender, facilita nosso professor.

Surge um novo professor (neuroeducador), a buscar conhecimento sobre como se processam a linguagem, memória, esquecimento, humor, sono, medo, como interagimos com esse conhecimento e conscientemente envolvido na aprendizagem formal acadêmica. Em posse desses novos conhecimentos é imprescindível desenvolver uma pedagogia moderna, ativa, contemporânea, que capacite novos professores, para formar novos alunos às exigências do aprendizado em nosso mundo globalizado, veloz, complexo e cada vez mais exigente.

Conceitos como neurônios, sinapses, sistemas atencionais, (que viabilizam o gerenciamento da aprendizagem), mecanismos mnemônicos (consolidação das memórias), neurônios espelho (que possibilitam na espécie humana progressos na comunicação e compreensão no aprendizado), plasticidade cerebral (ou seja, o domínio de como o cérebro continua a desenvolver-se e a sofrer mudanças) serão discutidos por neurocientístas, neuropedagogos e família. A sala de aula será palco da ciência e neurociência, onde o educador domina os processos do cérebro para Aprender, e assim possibilita criar novas estratégias para Ensinar.

Através desta neurociência, os transtornos comportamentais e de aprendizagem passam a ser vistos e compreendidos com clareza pelos educadores, que aliados a esta novidade educacional encontram subsídios para a elaboração de estratégias mais adequadas a cada caso. Um professor qualificado e capacitado, com método de ensino adequado e uma família facilitadora dessa aprendizagem são fatores para que todo o conhecimento que a neurociência nos viabiliza seja efetivo, interagindo com as características do cérebro de nosso aluno e do professor. Esta nova aliada habilita o educador a ampliar suas atividades educacionais, abrindo uma nova rota no campo do aprendizado e da transmissão do saber, cria novas faces do Aprender, consolida o papel do educador, como um mediador e o aluno como participante ativo do pensar e aprender.


NEUROCIÊNCIA: UM NOVO OLHAR EDUCACIONAL


A neurociência é uma grande aliada do professor que o ajuda a identificar o indivíduo como um ser único, pensante e que aprende a sua maneira. Ao analisar o processo de aprendizagem, deve-se perceber um múltiplo enfoque, explanando propriedades psicológicas, neurológicas e sociais do indivíduo, já que a construção da aprendizagem considera aspectos biológicos, cognitivos, emocionais e do meio que constroem o ser e embasei-a a sua evolução. A Neuropedagogia desvenda os mistérios que envolvem o cérebro na hora da aprendizagem, como se processam: a linguagem, a memória, o esquecimento, o humor, o sono, a atenção e o medo; como é incorporado o conhecimento e os processos de desenvolvimento que estão envolvidos na aprendizagem acadêmica.

Educar é uma tarefa complexa e que requer de seus educadores, dentre os diversos fatores, a competência (formação) e a dedicação. Vivemos num mundo que se transforma a cada dia. As necessidades de hoje serão modificadas pelas necessidades do amanhã, devido aos diversos interesses que movem cada sociedade. O maior desafio, no entanto, é planejar uma educação capaz de preparar o educando para essas transformações.

No contexto escolar, o educador é o mediador entre o objeto do saber e o sujeito, para que este possa ser autor do seu próprio conhecimento. Uma aprendizagem eficiente é aquela construída sobre a base da crítica e da reflexão sobre o objeto do conhecimento, e dessa forma, então, proporcionar ao sujeito a capacidade de perceber o mundo que o cerca e seu significado nesse contexto.

Podemos dizer que o Neurocientista é um especialista que trará uma sublime contribuição para a ação pedagógica por compreender as estruturas e o funcionamento do Sistema Nervoso Central, "palco" da aprendizagem. Conhecer as conexões neurais do educando é imprescindível para que sejam elaboradas atividades que desenvolvam suas funções motoras, sensitivas e cognitivas. É de suma importância que os profissionais envolvidos na educação compreendam que a ação comportamental de seu educando é fruto de uma atividade cerebral dinâmica.

O maior desafio, no entanto, é quebrar a fôrma triangular da clássica Equipe Pedagógica e incluir em seus moldes o quarto elemento chamado Neurocientista, esse profissional especializado de tanta relevância quanto, que, logicamente contribuirá de maneira significativa para que seja possível a tão sonhada aprendizagem eficaz.

A neurociência e a pedagogia juntas oferecem uma inovadora parceria, respeitando as especificidades de cada ciência, elas se completam ao conduzir este aprendente a um novo sistema, através do qual biologicamente se constrói a fonte de novas conexões neurais.

Segundo Relvas (2009), o encéfalo encontra-se localizado no interior do crânio, protegido por um conjunto de três membranas, que são as meninges. E constituído por um conjunto de estruturas especializadas que funcionam de forma integrada para assegurar unidade ao comportamento humano. E formado por Bulbo raquidiano, Hipotálamo, Corpo caloso, Córtex cerebral, Tálamo, Formação reticular, Cerebelo e Hipófise.


HISTÓRICO DA NEUROCIÊNCIA COGNITIVA


          A neurociência é um termo que reúne as disciplinas biológicas que estudam o sistema nervoso, normal e patológico, especialmente a anatomia e a fisiologia do cérebro inter-relacionando-as com a teoria da informação, semiótica e linguística, e demais disciplinas que explicam o comportamento, o processo de aprendizagem e cognição humana bem como os mecanismos de regulação orgânica e por ser uma área da ciência é preciso sempre preocupar-se em estar se atualizando. RELVAS diz que,


(...) o universo biológico interno com centena de milhões de pequenas células nervosas que formam o cérebro e o sistema nervoso comunicam-se umas com as outras através de pulsos eletroquímicos para produzir atividades muito especiais: nossos pensamentos, sentimentos, dor, emoções, sonhos, movimentos e muitas outras funções mentais e físicas, sem as quais não seria possível expressarmos toda a nossa riqueza interna e nem perceber o mundo externo, como o som, cheiro,sabor. ( 2009, pág.21)


O campo científico da neurociência cognitiva recebeu este nome no final da década de 70, no banco traseiro de um táxi em Nova York, onde o grande fisiologista cognitivo George A. Miller estava com Michael S. Gazzaniga a caminho de um jantar. Neste jantar estavam reunidos cientistas que se esforçavam para estudar como o cérebro dava origem à mente. Desta corrida de táxi surgiu o nome Neurociência Cognitiva, que foi aceito por toda comunidade científica.

Para esclarecer o significado deste termo é preciso voltar atrás e olhar não somente para a história do pensamento humano, mas também para as disciplinas científicas. Desde a antiguidade, a curiosidade e as observações, contribuíram para que o ser humano relacionasse a mente com a cabeça (cérebro). Dando origem a varias teorias e descobertas científicas que permeiam, transformam vidas, sociedade e consequentemente a humanidade. Na história antiga, a teoria ventricular ( iniciada no século 4º d.C.) aborda que os processos mentais, ou as faculdades da mente estavam localizadas em câmaras ventriculares no cérebro. Entre os gregos, predominava também a teoria de que os ventrículos cerebrais eram órgãos sede dos humores (sangue, fleuma, bílis amarela e bílis negra, procedentes, respectivamente, do coração, sistema respiratório, fígado e baço) e nos quais estava localizada também a capacidade intelectual do homem.

Segundo Hipócrates, as doenças surgiriam pelo desequilíbrio entre o sangue, a fleuma, a bílis e a atrabile. Esta é a famosa teoria dos quatro humores corporais, que dependendo das quantidades presentes no corpo, levariam a estados de equilíbrio ou de doença e dor. Esta teoria veio a influenciar posteriormente Galeno, que desenvolveu a teoria dos humores, que dominou o conhecimento até ao século 18.

Para Hipócrates, a mente estava no cérebro. Já o Aristóteles considerou que a alma não era substancialmente diferente do corpo, embora as suas funções: a alimentação, a sensação, a motricidade e a intelecção, fossem similares. Defendeu a hipótese que a mente tinha sede no coração e o cérebro resfriava o sangue, tipo um sistema hidráulico, os nervos ocos que circulavam o espírito animal.

Galeno, médico grego completou a doutrina de Hipócrates, foi o primeiro que fez correlação entre forma e função, ao distinguir quatro temperamentos e ao defender que os espíritos se formavam em órgãos diferentes: os espíritos naturais, no fígado, os espíritos vitais, no coração e os espíritos animais, no cérebro. Suas experiências contribuíram para aumentar os seus conhecimentos sobre a anatomia do cérebro e para a criação da hipótese cefalocêntrica. Ele teorizava que se retirassem as ramificações de suporte dos ventrículos, ficava o esférico e que o poder da sensação, do movimento fluía no cérebro e ainda o que é racional na alma tem ali a sua existência. A sua teoria de localização do espírito no fluído dos ventrículos perdurou por vários séculos.

No Brasil, o Imperador Pedro II, amante das artes e das ciências se correspondeu com o eminente fisiologista alemão Du Bois Reymond, acerca da fundação de um instituto de "physiologia" na cidade do Rio de Janeiro, mas que jamais teve efetividade prática. A história da neurociência no Brasil se confunde com a própria história da fisiologia brasileira.

O estudo experimental e sistemático da Fisiologia começou, sem dúvida, com irmãos Álvaro e Miguel Ozório de Almeida, no Rio de Janeiro, os quais também iniciaram (principalmente Miguel Ozório) as pesquisas em neurofisiologia.

Álvaro Ozório criou uma escola nesse campo, que culminou com seu discípulo Paulo Enéas Galvão, que foi para o Instituto Biológico de São Paulo e tornou-se o segundo professor de Fisiologia da recém-criada Escola Paulista de Medicina, substituindo outro discípulo carioca, Thales Martins que, em parceria com Ribeiro do Valle, ajudou fundar a neuroendocrinologia brasileira. Miguel Ozório de Almeida, entretanto, pesquisou a vida toda fisiologia e fisiopatologia do sistema nervoso, Disseminando apaixonados pelas descobertas cientificas.

O Brasil foi agraciado com vários pesquisadores que lutaram para postular o conhecimento científico em solo brasileiro, permitindo a sociedade atual o contato com a: Neurofisiologia, Neurobiologia, Fisiologia, Biofísica dentre outras.

O sonho que norteia os pesquisadores em desvendar a máquina humana, os códigos, os sinais e os circuitos pelos quais trafega a informação vital dos seres humanos, permitiu à humanidade evoluir e tomar consciência a cerca da concepção da natureza e da sua relação com o corpo, sua evolução biológica, adaptativa para a manutenção e sobrevivência da espécie. Forneceu melhoria na qualidade de vida da sociedade atual, avanços na medicina que disponibilizam tratamentos efetivos não somente para as doenças degenerativas, mais os quadros Psiquiátricos, psicossomáticos. Ressaltando também o desenvolvimento das tecnologias que auxiliam para a visualização das imagens do funcionamento cerebral e mapeamento direto da atividade neuronal em suas especificidades. Toda pesquisa pode levar a infindáveis benefícios para a humanidade, bem como podem levar à sua decadência, se mal empregadas.


A APRENDIZAGEM COM O OLHAR DA NEUROCIÊNCIA


Com as novas descobertas da neurociência, percebe-se que com todo o histórico da educação de jovens e adultos, não poderia deixar de destacar as lacunas encontradas na vida escolar desses alunos. Segundo o autor Chalita, A escravidão não subjuga o corpo, mas a mente.

A verdadeira escravidão existe quando o escravo nem desconfia de sua condição de escravo. Ela é sutil e discreta. Na sociedade moderna, pretensamente democrática, a escravidão apresenta-se de outras formas. Aquele que é Disléxico, hiperativo; que apresenta qualquer disfunção neurológica passam sem ser notados. Isso muito contribui para o Aluno de Educação de Jovens e Adultos, ter uma autoestima baixa. Como diz Relvas: Temos duas memórias, uma que se emociona, sente ,comove outra que compreende, analisa, pondera, reflete... Trata-se de emoção e razão. Esta escola é um local, dentre outros (trabalho, família,) onde professores e alunos exercem a sua cidadania, ou seja, comportam-se em relação á seus direitos e deveres de alguma maneira. Acontece de muitas das vezes por falta de informação, o docente e alguns funcionários cometerem algum equivoco: por não conhecerem o lado emocional dos alunos. No entanto, segundo o autor Henri Wallon tudo se passa como se a educação fosse algo extático, algo eterno, imutável, pronto e acabado ,necessitando de uma reflexão de nossas atitudes em educação de Jovens e Adultos. Queixam-se professores de um lado, aborrecem-se alunos de outro e todos juntos perpetuam uma situação escolar praticamente insustentável, como se fosse uma fatalidade cuja a resolução não lhes dissesse respeito.

Esquecem-se ambos de que existem os direitos e deveres do profissional Professor, descritos no seu estatuto; existem os direitos e deveres da criança e do adolescente, recém garantidos pela nossa constituição. Para além deles existem os interesses dos professores que podem querer formar em seus alunos este ou aquele tipo de consciência, deste ou daquele modo, seja apenas informando os alunos, seja orientando experiências participativas para este aprendizado. Existem os interesses dos alunos, próprios de suas idades e do momento de seu processo de maturação, e que os faz vibrar, se envolverem, se empolgarem e aprenderem muito mais, quando são sujeitos ativos e participativos do que quando são apenas leitores ou ouvintes.

Portanto o desenvolvimento da cidadania, a formação da consciência do eu tem na escola um local adequado para sua realização através de um ensino ativo e participativo, capaz de superar os impasses e insatisfações vividas de modo geral pela escola na atualidade, calcado em modos tradicionais.

É preciso usar o conhecimento que o professor já dispõe sobre o trabalho escolar com a informação baseada no livro que atesta a importância que as informações da neurociência traz a educação. Vivemos em uma sociedade em que o conteúdo está em baixa, temos muitas informações, mas pouco conteúdo, sutilmente estamos sempre defasados ao que acontece no mundo, as informações são muitas, pouco se apreende. É a neurociência que seria este norteador para nos mostrar as possíveis falhas do sistema Educacional. O princípio básico desse profissional é a compreensão das respostas cerebrais aos estímulos externos e assim, o desenvolvimento das potencialidades. Em geral, o neurocientista é responsável por investigar a integração do indivíduo com o meio ambiente, detectando os processos físicos e químicos, que desencadeiam respostas musculares e glandulares.

Dentre as mais diversas formas de investigação, um dos principais objetivos do neurocientista é interpretar as mais variadas mudanças que possa ocorrer no comportamento fixo ou variante e, através da análise, contribuir para modificar esse comportamento. Essa mudança chama-se: aprendizado. Ela ocorre no sistema nervoso e pode ser chamada de plasticidade cerebral.

Fundamentalmente a neurociência possibilita um aprofundamento do estudo dos processos da percepção, da consciência e da cognição. Em sua máxima, consciência é o atributo pelo qual o indivíduo se integra ao mundo. É a percepção dos fenômenos internos, afetivos, volitivos, intelectuais e das realizações externas.

Nas últimas décadas a neurociência tem se tornado uma ciência amplamente pesquisada e bastante reconhecida, contribuindo de maneira significativa para o desenvolvimento de soluções de diversas doenças e transtornos, sobretudo educacionais.

O profissional em Neuropedagogia tem como princípio compreender as respostas cerebrais que surgem através dos estímulos externos. É responsável pela investigação e integração deste individuo com o meio onde ele está inserido, observando seu processo físico e químico e as respostas que emanam deste sujeito. O Neurocientista deve interpretar as mais variadas mudanças que ocorre em todo processo em volta do individuo desde seu comportamento fixo há suas variantes.

Em suma o neuropedagogo através de seu olhar visa observar:


Processo interno:


- A Cognição;

- A Decisão;

- O Fazer;

- O Aprender;


Processo externo:


- A Adaptação;

- A forma de adequação ao novo ambiente

- habilidades de adaptação;

- Alterações no processo de interação


A NEUROCIÊNCIA SOB NOVOS OLHARES


Ao estabelecer um paralelo entre o passado e o presente, nota-se que a tempos, o cérebro tem sido elemento de estudo e pesquisa desde a antiguidade, sabe-se que muitas perguntas ainda continuam sem respostas e em outras várias questões, não foram ainda decifradas onde o cérebro em algumas áreas continua uma incógnita para todos principalmente para aqueles que se propõe estudá-lo a nível científico.

O aprender e o lembrar do estudante ocorre no seu cérebro, conhecer como este cérebro funciona não é a mesma coisa do que saber qual é a melhor maneira de ajudar os alunos a aprender. A aprendizagem, a Neurociência e a educação estão intimamente ligadas ao desenvolvimento cerebral o qual se molda aos estímulos do ambiente, o estudo da aprendizagem une a educação com a Neurociência.

A aprendizagem é afinal um processo fundamental da vida. Todo individuo aprende e, por meio da aprendizagem, desenvolve os comportamentos que o possibilitam viver. Todas as atividades e realizações humanas exibem os resultados da aprendizagem. (CAMPOS, apud, PORTO, 2007, P.15)

Há décadas que as neurociências não são mais de longe uma ciência puramente básica, hoje praticamente ela elabora o conteúdo das ciências que a dedica ao estudo do sistema nervoso, sua anatomia e fisiologia bem como patologia. Pesquisadores em educação tem tido postura otimista de que as descobertas em neurociências contribuam para a teoria e práticas educacionais.

O corpo, emoção e razão são indivisíveis e inseparáveis, é uma visão integra e holística, a razão de ser nos últimos tempos as investigações da neurociência revelou dados surpreendentes sobre o funcionamento do cérebro, o crescimento de novos neurônios, outra afirmativa é que a inteligência não é única e nem fixa e muito menos reside em um local determinado no cérebro como se afirmava no passado, a inteligência é concebida como uma função do cérebro e várias partes dele estão envolvidas em qualquer ação inteligente.

A inteligência muda com o tempo e os estímulos disponíveis no meio ambiente. É preciso que estar atentos pois o mundo de hoje e de amanhã, somente poderá ser enfrentado com sucesso, pela fantástica capacidade do cérebro humano, existe um grande ênfase no desenvolvimento da inteligência, do talento e das competências das pessoas.

O cérebro é único não existindo outro igual, cada individuo tem o seu de forma distinta resultando na interação dinâmica entre natureza e ambiente, respectivamente genética e estimulação onde tudo que o sujeito realiza acontece á partir de uma comunicação entre os neurônios. As pessoas aprendem de forma diferentes onde um único método não é o ideal para todos os alunos, necessário se faz, várias estratégias diferentes de ensinar daí, permitir ao educando sempre que possível a escolha, não é uma proposta revolucionária, necessita de professores preparados, sintonizados e comprometidos com a educação e com o método a aplicar ao desenvolver um ensino diversificado e diferenciado, capaz de identificar, respeitar e aproveitar o estilo de aprendizagem preferencialmente mais adequado para seus alunos.

Segundo FERNANDEZ e PAIN, "Para aprender são necessários dois personagens, o ensinante e o aprendente e um vínculo que se estabelece entre ambos". A experiência escolar permite concluir que um dos grandes diferencias do processo educativo é o vinculo estabelecido entre educadores e educandos. O ideal é trabalhar com a premissa de que havendo vinculo é mais fácil que o professor desenvolva a capacidade de escuta do que o aluno pretende transmitir e possibilite a ele que se sinta compreendido e entendido em seu sofrimento mesmo porque indisciplina e incompreensão caminham juntas.


INTERVENÇÕES NEUROEDUCACIONAIS


Os Neuropedagogos estudam sobre o processo de aquisição de aprendizagem e da memória tendo o cérebro como elemento principal, fazem pesquisas, testes e teorias as quais resultarão em benefícios para todos por outro lado, encontram-se os educadores que anseiam em por em prática tais pesquisas, testes e teorias, é um trabalho significativo e juntar estes dois segmentos é compensador uma vez que irá exigir dos envolvidos as análises e aplicações destes conhecimentos científicos traduzindo-os para as salas de aulas.

Esta colaboração mútua, enriquece tanto o trabalho dos cientistas cognitivos como dos educadores onde estes poderão desenvolver e aplicar métodos de ensino que melhor possam serem adaptados a seus alunos, em busca de que estes métodos facilitarão a aprendizagem. A Neurociência tem um papel fundamental de intima ligação com a prática pedagógica ela investiga o processo de como o cérebro aprende e lembra, desde o nível molecular e celular até as áreas corticais, o estudo da aprendizagem une estas duas áreas logo quanto mais se estuda a fisiologia nervosa cada vez menos se pode dissociar o estudo anatômico da abordagem funcional ao sistema nervoso.

Desenvolver pessoas não é apenas dar-lhes informação para que elas aprendam novos conhecimentos, habilidades e destrezas e se tornem mais eficientes naquilo que fazem. É sobretudo, dar-lhes a formação básica para que elas aprendam novas atitudes, soluções, idéias, conceitos e que modifiquem seus hábitos e comportamentos e se tornem mais eficazes naquilo que fazem. Formar é muito mais do que simplesmente informar, pois representa um enriquecimento da personalidade humana". (Chiavenato, 1999)

O aprender e o lembrar do estudante ocorre no seu cérebro, conhecer como este cérebro funciona não é a mesma coisa do que saber qual é a melhor maneira de ajudar os alunos a aprender. A aprendizagem, a neurociência e a educação estão intimamente ligadas ao desenvolvimento cerebral o qual se molda aos estímulos do ambiente, o ensino bem sucedido provoca alterações significativas na taxa de conexões sinápticas.

Inúmeras áreas do córtex cerebral são simultaneamente ativadas no transcurso de nova experiência de aprendizagem, situações que reflitam o contexto da vida real, de forma que a informação nova se junte a compreensão anterior. A neurociência oferece um grande potencial para nortear a pesquisa educacional e futura aplicação em sala de aula. É fundamental que professores entendam que os sentimentos que impulsionam a aprendizagem positiva ou negativamente, devem compreender que o ser humano é um ser emocional, que pensa coerente com esta nova visão, é primordial que os educadores aprendam a ler e entender as emoções, alegria, tristeza, raiva, medo de seus alunos e principalmente a lidar adequadamente de forma competente com elas.

Sob este aspecto considera-se como importante em primeiro lugar criar um ambiente seguro e convidativo para a aprendizagem, livre de desrespeito, ofensas e humilhações. Em ambiente de medo e insegurança, o aluno torna-se passivo além de perturbar a disciplina naturalmente indesejáveis em sala de aula além de que caso uma criança seja ridicularizada por erro, irá se sentir em perigo logo, o cérebro desta criança reagirá imediatamente adotando uma postura de fuga ou ataque, ao contrário de que quando o erro é aceito e tratado de forma natural como parte do processo de crescimento, o estudante aprende com ele, deve-se incrementar um clima emocional positivo dentro da escola e da sala de aula com alegria, respeito mútuo, elogios e brincadeiras sadias.

Neste aspecto, vários fatores influenciam a ação do professor em sala de aula e suas ações dificultando o processo ensino\aprendizagem, o uso de metodologia inadequada, a falta de recursos didáticos, as condições insatisfatórias de trabalho, sem contar a dinâmica emocional do ser humano soma-se a isto, os desajustes familiares na vida do aluno, a violência hoje presente tanto fora como dentro da escola e o lugar do fracasso ocupado apenas pelo aluno, quando deveriam lá estar, o professor, o aluno e a escola.

Uma nova concepção educacional propõe montagem de ambientes enriquecidos centrados no desabrochar da criatividade e da inteligência de cada um dos jovens e crianças os quais motivados possam mais e com melhor qualidade e, ao fazerem isto, possam desenvolver ao máximo o seu talento dispostos a estudar e felizes.

Segundo a Neuropedagoga ISABEL S.W.Azevedo "Não existem "fórmulas mágicas" na prática pedagógica, juntos podemos reunir as pesquisas em Neurociência com a prática pedagógica que melhor se adaptará aos nossos alunos". Neste contexto recai também, o uso da ludicidade como ferramenta pedagógica em sala de aula o que facilitará a transformação diária em uma vivência criativa e rica diante da qual os alunos serão os primeiros a se interessarem por ir à escola, a pedagogia e a Neurociência promovem o desenvolvimento cognitivo, pois através da aprendizagem o sujeito é inserido de forma mais organizada no mundo cultural e simbólico.

O professor deve se aproveitar de meios e recursos no sentido de que o seu aluno tenha motivação com a finalidade especifica que a aprendizagem venha acontecer de forma plena e eficaz, deve ainda conhecer a bagagem que o aluno traz incentivando-o para que seja sempre capaz de produzir e criar.

A motivação nada mais é que criar motivos, causar entusiasmo e ânimo, entusiasmar o individuo fazendo-o chegar até a eficácia do conhecimento. E mais ainda, cabe criar nestes indivíduos a vontade de aprender através de estratégias e estímulos a fim de que estes indivíduos se sintam motivados em aprender, naturalmente a realização dos objetivos propostos, implica que sejam praticados sempre uma vez que não se desenvolve uma capacidade sem exercê-la ás vezes exaustivamente.

Existe um desconhecimento da anatomia e da fisiologia do sistema nervoso central e periférico, são questionamentos a fim de saber por onde passam todos os processos da aprendizagem do ser humano e como ocorre a alfabetização na mente das crianças.

A educação em nossos dias deve ser trabalhada com grupos multidisciplinares, é necessário que se faça uma releitura e reelaboração do desenvolvimento das práticas curriculares, criar atividades de acordo com cada faixa etária trabalhada onde a atividade seja focada principalmente sob aspecto afetocognitivo, a questão familiar também deve ser inserida neste contexto mostrando ao aluno, a importância dos valores educacionais na vida de seus filhos, ela é o primeiro núcleo do vinculo.

Na busca do conhecimento, estabelecemos relações com objetivos físicos, concepções ou outros indivíduos. Afeto e cognição se constituem em aspectos inseparáveis, estando presentes em qualquer atividade a ser desenvolvida, variando apenas as suas proporções (LAJONQUIERE, 1998).

O afeto e a inteligência se estruturam nas ações e pelas ações dos indivíduos, tanto a inteligência quanto a afetividade são mecanismos de adaptação, permitindo ao individuo construir noções sobre os objetivos, as pessoas e as situações, conferindo-lhes atributos, qualidade e valores.

As questões pedagógicas estão relacionadas a transformação e modificação do individuo através da teoria e da prática educacional tendo de um lado o aluno e do outro a ação neuropedagógica onde o professor é o agente representante que detém o domínio pedagógico que tem como função, guiar o aluno ao saber.

Segundo MARTA Relvas, "As equipes multidisciplinares e interdisciplinares só tem sucesso quando agem de forma integrada com a família e a escola a fim de otimizar resultados e focar o melhor desempenho da aprendizagem". "Hoje não basta saber quem eu sou, é preciso também saber quem eu não sou para então saber quem eu posso ser". Há um consenso hoje em dia que o conteúdo dos nossos pensamentos deriva dos padrões de ativação de vastas redes neuronais.

As manifestações da cultura mostram que as áreas do conhecimento são de vital importância uma vez que influencia na vida de todos desde os primeiros anos de vida até a velhice tendo a escola como elemento central onde projeta, planeja e executa todos os procedimentos educacionais. As ciências são instrumentos imprescindíveis na caracterização da diversidade de situações e na legitimação de suas demandas, as tecnologias de informações, ampliam a capacidade humana na comunicação, no tempo e no espaço, naturalmente dão uma nova e valiosa contribuição no processo ensino/aprendizagem.

os adolescentes e jovens, exerce um enorme fascínio e influência ao despertar não só o seu lado curioso como além da disponibilidade de vários equipamentos, o contato com o novo, a facilidade de aquisição e os resultados imediatos. O uso da tecnologia é um recurso bastante significativo ao desenvolver conhecimentos porem, deve ser usada de forma correta, tornando-se um auxilio fabuloso na aprendizagem ao proporcionar aos estudantes a oportunidade de desenvolver habilidades tecnológicas básicas do mundo de hoje.

As competências escolares de formar ao longo da história, não significa que elas mudam a cada ano letivo, é preciso compreender de que maneira elas afetam o ensino e entender até que ponto aquilo que orientava professores de uma geração continua útil ou não para a geração seguinte. É preciso analisar, refletir e se necessário intervir neste contexto, pois o cérebro existe para pensar e não a máquina pensar por ele.

No espaço escolar, se nivela o processo educacional, é lá que todos são iguais, e que a inclusão se concretiza, não deve haver diferenciação na formação do profissional\educador para as classes de ensino regular, das classes especiais já que toda a educação é especial uma vez que a educação do ser humano deve ser independente de qualquer atributo individual.

A tarefa de educar implica necessariamente o diálogo critico e livre entre educadores e educandos, como forma de se permitir que o conhecimento surja e seja construído á partir de interações coerentes vivendo o outro com diferentes modos de pensar, agir com suas múltiplas expectativas exercitando a autonomia do individuo, a liberdade de pensar seus sentimentos sua imaginação a fim de que possa desenvolver talentos e que ele possa tanto quanto possível ser dono do seu próprio destino.

No mundo de mudanças constantes, não devemos ensinar o que os outros pensam ou pensaram, devemos desenvolver técnicas e métodos que possam municiar nossos docentes á formação da consciência de que o aprendizado é permanente e o conhecimento na sociedade contemporânea é volátil.

Ao partilhar os nossos saberes, estamos dividindo os nossos conhecimentos com o outro ao construir novos saberes para este outro e naturalmente para nós mesmos, estamos interagindo sempre com o meio que nos cerca fazendo, construindo, revendo, analisando, definindo e ensinando para toda vida isto é, ensinar é aprender a ensinar.

O cérebro humano é uma maravilhosa máquina que transforma uma simples sensação em pensamento, é um órgão complexo, desvendado parcialmente pela ciência, composto por células nervosas e glândulas. Dentro desta complexidade é importante ressaltar as funções do encéfalo e dos neurotransmissores, o encéfalo diferente do cérebro, é um conjunto de estruturas que estão anatomicamente e fisiologicamente ligadas, são estruturas especializadas que funcionam de forma integradas, para assegurar, unidade ao comportamento humano. Possui uma constituição elaborada ao receber mensagens que informam ao homem a respeito do mundo que o cerca além de receber um permanente fluxo de sinais de outros órgãos que o capacita a controlar os procedimentos vitais do individuo, batimento cardíaco, a fome e a sede, as emoções, o medo, a ira, o ódio e o amor tudo iniciando no encéfalo tendo o cérebro, a parte maior e mais importante.

Na aprendizagem a criança tem na concentração e atenção aspectos importantes e fundamentais para o desenvolvimento cognitivo e motor, o aprendizado depende de alguns outros fatores, estimulo, interesse e da funcionalidade adequada das estruturas que irão receber tais estímulos e principalmente da atenção desta criança. Se a atenção é fundamental para a aprendizagem é através do desempenho de uma estrutura complexa localizada na parte central do tronco encefálico denominada de formação reticular (age como se fosse um filtro), que mantém o córtex em condições para que possa receber novos estímulos, decodifica-los e interpretá-los principalmente os sensitivos que devem ser selecionados onde somente os estímulos importantes passam por este "filtro", chegando ao córtex o que os torna conscientes impedindo que os constantes bombardeios não venham atingir o córtex de forma indiscriminada.

Quanto aos neurotransmissores, são substancias químicas produzidas pelos neurônios, as células nervosas, por meio delas podem enviar informações a outras células, podem também estimular a continuidade de um impulso ou efetivar a reação final no órgão ou músculo alvo, elas agem nas sinapses que são o ponto de junção do neurônio com outra célula.Os Neurotransmissores possibilitam que os impulsos nervosos de uma célula influenciem os impulsos nervosos de outra permitindo assim que as células do cérebro por assim dizer, "conversem entre si".

O corpo humano desenvolve um grande número dessas mensagens químicas para facilitar a comunicação interna e a transmissão de sinais dentro do cérebro, são substancias que funcionam como combustível cerebral, nos deixam mais felizes e são fundamentais para o bom funcionamento do organismo. O interesse dos neuropesquisadores, suas descobertas, tem crescido em resposta á necessidade de, não somente entender os processos neuropsicobiológicos normais mais principalmente para respaldar a ciência da educação. Modernas técnicas estão começando a revelar como o cérebro tem conseguido a notável proeza da aprendizagem, as ciências cognitivas modernas, estão sendo capazes de estudar objetivamente muitos componentes do processo mental tais como atenção, cognição visual, linguagem, imaginação mental etc. (Cardoso, Sabbatinni, 2000, "Cérebro e Mente".

Novos desafios terão pela frente, certamente novas conquistas, possivelmente os obstáculos existentes entre neurocientistas e educadores serão ultrapassados, novos paradigmas irão impulsionar a ciência principalmente a aqueles que se preocupam com a educação sob novos olhares.


A NEUROEDUCAÇÃO E SUAS TRANSFORMAÇÕES


Neuroeducação é um modelo sistêmico de intervenções evolutivas desenhado para atuar nas matrizes de inteligências do sistema mental e estruturar o caminho de manifestação do potencial inteligente da consciência. A Neuroeducação atua no campo da educação desenvolvendo ferramentas holográficas capazes de corrigir as dificuldades de aprendizagem escolar oferecendo instrumentos de inclusão social capaz de extrair o máximo do potencial funcional de cada individuo ao transformá-lo em todas as capacidades independentemente de sua origem social, qualidade de ensino escolar ao qual está submetido ou grau de desenvolvimento pessoal.

Portanto, mais que eliminar dificuldades de aprendizagem, a Neuroeducação auxilia também jovens e adultos a modificar suas estruturas funcionais limitantes, aperfeiçoando suas operações das matrizes de inteligência, possibilitando a expressão máxima da sua potencialidade: a genialidade pessoal.

Segundo a Neuropedagoga ADRIANA Peruzo, "apostar nos estudos da neurociência pedagógica é apostar numa evolução crescente e segura, é vincular o educador a idéias, a comportamentos e a pensamentos complexos, é levar ao educando a noção do sujeito do processo da aquisição e da produção do conhecimento".

A neurociência pedagógica é um ramo da ciência que compatibiliza o cognitivo (técnica de ensino) e o cérebro humano, adequando o funcionamento do cérebro para melhor entender a forma como este recebe, seleciona, transforma, memoriza, arquiva, processa e elabora todos as sensações captadas pelos diversos elementos sensoriais para a partir deste entendimento poder adaptar as metodologias e técnicas educacionais a todas as crianças e principalmente aquelas com as características cognitivas emocionais diferenciadas.

A Neuroeducação entre várias funções torna o ato de estudar, frequentar a escola, ler, enfim aprender, interessante, prazeroso e fácil, as pessoas vêm sendo trabalhadas com esta ciência tanto para eliminar incapacidades de aprendizagem como para expandir conhecimentos específicos, é uma ferramenta moderna e eficiente na construção e transformação do aprendente.

A união entre a neurociência e a pedagogia, está dando origem a estratégias educacionais inovadoras, a plasticidade cerebral, a aquisição da linguagem e a formação da mente simbólica, são analisadas em profundidade, é um extenso e fascinante universo de potencialidades que cada um de nós tem, o nosso cérebro.

O cérebro se modifica aos poucos fisiológica e estruturalmente como resultado da experiência, a aprendizagem, a memória e emoções ficam interligadas quando ativadas pelo processo de aprendizagem. Entre os modos e oportunidades em que o cérebro se modifica e desenvolve a sua estrutura para atender as novas exigências de desempenho, uma delas está em aprender. Estas modificações também são extensivamente estudadas pela neurociência sob vários aspectos tidos como plasticidade cerebral.

A característica plástica de uma estrutura pode ser definida utilizando-se como ponto de partida a possibilidade de alteração estrutural, adaptabilidade a nova morfologia ou funcionabilidade ou ainda capacidade de transformação.

Antigamente admitia-se que o tecido cerebral não tinha capacidade regenerativa e que o cérebro era definido geneticamente, no entanto, como explicar o fato de pacientes com graves lesões, obterem com auxilio de terapias e estímulos, a recuperação da função cerebral, a ciência tem comprovado através de pesquisas que com o aumento do conhecimento sobre o sistema cerebral e que sendo ele mais maleável e flexível do que se imaginava ao se modificar sob efeito da experiência das percepções, das ações e do comportamento.

O avanço dos neurocientistas na descoberta no que diz respeito à plasticidade cerebral oferece uma nova visão de como acontece o processo de aprendizagem e de aquisição de novas habilidades cerebrais, a plasticidade cerebral pode ser aplicada á educação, deve-se considerar a facilidade do sistema nervoso em se ajustar diante das diferenças e influências do ambiente por ocasião do desenvolvimento infantil e também na fase adulta.

Segundo MARTA Relvas, " A plasticidade em um organismo normal é o processo de aprendizado que se desdobra em duplo aspecto: o motor, que se dá num nível inconsciente e se faz de forma automática e o segundo nível, o consciente que depende da memória, seja emocional, seja cultural. O termo aprendizagem não é falar somente o que acontece entre paredes de sala de aula, sob o ponto de vista da neurociência, é entender que cada um de nós é único em seu conjunto e ao mesmo tempo peculiar no quadro de suas capacidades e de atributos que suas múltiplas inteligências podem lhes trazer.

É principalmente, mudança de comportamento e de vista, sob olhares da neurociência, é o movimento dos neurônios que se interligam criando ligações (sinapses), trajetórias e redes de circuitos que se reforçam e se sustentam pela repetição e pela necessidade do "uso" e, sobretudo, da busca incessante pela exploração de si mesmo, do meio ambiente e do outro. De maneira geral, existe um certo desconhecimento da anatomia e da fisiologia do SNC e periférico, são alguns questionamentos para saber por onde passam todos os processos da aprendizagem do ser humano e como ocorre a alfabetização no cérebro das crianças.

O aluno não pode ser tratado de maneira igual, o tratamento das diferenças direciona melhor o ensino, e oferece qualidade na aplicação do método, não se trata de preferência nem tampouco privilégio, é preciso envidar esforços ao qualificar o trabalho pedagógico e consequentemente a melhoria do padrão de ensino, saber que todos possuem diferenças essenciais e conduzi-la de forma eficiente, demonstra competência e habilidade consolidando o trabalho escolar. Assim, conhecer a anatomia e a fisiologia da aprendizagem, expurga os conceitos errôneos e os pré-julgamentos de que a criança está sempre errada, é incompetente ou até mesmo relapsa, é preciso associar o processo de aprendizado e desenvolvimento humano ao funcionamento do cérebro e sua plasticidade. È necessário constantemente buscar a harmonia no que se faz, naturalmente a partir das semelhanças e diferenças de cada um, ser claro nos objetivos, com as pessoas envolvidas, ouvir atentamente e perceber o que os outros dizem.

Efetivamente educar é portanto fugir dos determinismos estabelecendo a cultura humana como processo sob permanente transformação forçando o homem a se livrar das "amarras" do mundo, do autoritarismo, da arrogância e da mesmice. Caminhos e métodos, procura-se o sentido de ser e de verdade, é um contínuo interrogar, o que são e como são os alunos, indagando sobre o ser das pessoas, suas verdades e modo de configurá-las, possibilidade de conhecer implica a possibilidade do existir, transita de um modo de conceituar o mundo para um modo de ser-no-mundo, habitá-lo, viver nele, sentir a si mesmo e aos outros num contínuo que é dialógico.

Não se pode afirmar categoricamente que tal método e tal tendência é melhor ou pior, o mais importante é conhecer qual o público alvo a se atingir, suas necessidades, suas carências, o meio em que vive, sua situação econômica e social, é preciso buscar formas e métodos que possam se adequar a estes alunos uma vez que as dificuldades por eles enfrentadas os tem colocados a margem do conhecimento. "Os conteúdos-métodos de apropriação ativa do saber implicam uma relação dinâmica entre a ação cientificamente fundamentada do professor, a vivência e a participação do educando" (LIBÂNEO, 2006.p.105).

Libâneo cita com muita propriedade que a educação antes de ser um processo de formação cultural, é um fenômeno social. A educação é um processo através do qual o individuo toma a história em suas próprias mãos a fim de mudar o rumo da mesma, como, acreditando no educando, na sua capacidade de aprender, descobrir, criar soluções, desafiar, enfrentar, propor, escolher e assumir as consequências de sua escolha.

Há décadas que os neurocientistas não são de longe uma ciência permanente básica, hoje praticamente ela elabora o conteúdo das ciências que se dedicam ao estudo do sistema nervoso, pesquisadores em educação tem tido postura otimista de que as descobertas em neurociências contribuam para as teorias e praticas educacionais.

A construção do conhecimento já não é produto unilateral de pessoas isoladas, mas de uma vasta colaboração cognitiva distribuída, da qual participam aprendizes humanos, sistemas cognitivos naturais e "artificiais", o individuo está no centro pois o conhecimento é a moeda desta nova era que por sua vez, é incorporado ao individuo ou seja não é impessoal. Como preparar o indivíduo para atuar neste novo contexto?

O destino do cérebro depende de estímulos, da escola, da família e do meio ambiente, além de elementos essenciais que influenciam na aprendizagem, ambiente, idade, genética, nutrição, psicológico, áreas corticais e principalmente motivação.

É fundamental que educadores professores, escolas, universidades, entendam que são os sentimentos que impulsionam a aprendizagem positiva ou negativamente, compreendendo que o aluno é um ser emocional que pensa, coerente com esta nova visão é importante que os mestres aprendam a "ler e entender" as emoções de seus alunos procurando lidar de forma adequada, com elas o aluno constrói através de diálogo, conhecimentos com colegas, professores e pessoas desenvolvendo competências e valores essenciais a fim de que possa viver junto á família, a sociedade e no futuro ao exigente mundo do trabalho.


CONSIDERAÇÕES FINAIS


Sabe-se que está longe de se apresentar ideias conclusivas sobre a Neurociência, pois é uma ciência em constante evolução que muda a cada instante, por isso faz parte de um processo trabalhoso e que deve ser realizado a médio e longo prazo. Acreditar que a dificuldade de aprendizagem é responsabilidade exclusiva do aluno ou da família, ou somente da escola é, no mínimo, uma atitude ingênua perante a grandiosidade que é a complexidade do aprender.

A neurociência pedagógica busca apoiar junto a outras disciplinas, o educando na direção do conhecimento pleno, a importância das atividades neuroeducacionais onde ao apontar transformação no sistema, ressalta os vínculos dos fenômenos plásticos cerebrais com o desenvolvimento do sistema nervoso.

Ela traz em sua bagagem, mecanismos que despertam nos profissionais da educação uma motivação no desafio de ensinar, é preciso que se conheça a anatomia e a fisiologia da aprendizagem tendo no educador a função onde o encorajamento e os estímulos positivos possam proporcionar sensação de segurança, otimismo e confiança ao aprendente.

Pensar em uma Neuroeducação é pensar no futuro, é um trabalho exaustivo e extenso onde os resultados naturalmente tem como principio, as pesquisas, as buscas das soluções baseadas num trabalho multidisciplinar tendo como estimulo as conquistas já obtidas ao longo do tempo.

As respostas encontradas na elaboração deste trabalho, são insignificantes em face de sua complexidade, a união de todos, as pesquisas, novas respostas aos problemas apresentados os quais afetam diretamente estudantes, professores, família e sociedade. É necessário encurtar a distância entre as pessoas e a escola, hoje já bem menor assim como são incompletas algumas informações sobre motivos que levam as estatísticas apontarem o crescente número de crianças com distúrbios e transtornos.

O cérebro foi evolutivamente concebido para perceber e gerar padrões quando testa hipóteses e a aprendizagem sendo uma atividade social, os alunos precisam de oportunidades para discutir tópicos, o professor deve propor situações em que aceite aproximações e tentativas ao gerar hipóteses e junto com a família o ambiente de estudo deve ser tranquilo, o que encoraja o estudante a expor seus sentimentos e idéias.

É necessário que haja uma ampliação dos horizontes da e na escola frente a esta questão. Portanto, devemos priorizar o trabalho Neuropedagógico na escola principalmente sobre aspectos preventivos, já que se observa questões extremamente sérias, surgidas no ambiente escolar, seja na relação professor- aluno, escola ? família que se houvesse uma intervenção prévia ao problema talvez não se prolongasse e nem tampouco se agravaria a ponto de impedir o desenvolvimento biopsico? social da criança.


COMO A NEUROCIÊNCIA ESTÁ INVADINDO AS SALAS DE AULA


A neurociência é o estudo do sistema nervoso. Ele contempla diversas áreas como a medicina, química, biologia, matemática, engenharia, linguística, entre outras. Com tantas ciências envolvidas, é no mínimo um desafio pensar como as pesquisas de laboratório podem estar presentes em sala de aula. Porém, como os exemplos a seguir deixam claro, o relacionamento entre a educação e as pesquisas é uma realidade que tem aprimorado cada vez mais o processo de aprendizagem e ensino.


Como a neurociência está ajudando a educação:


1. Ensino cognitivo


Mesmo em estágio inicial, o ensino cognitivo já mostra sinais de que é um dos resultados mais promissores da relação entre a neurociência e a educação. O ensino cognitivo é extensamente pesquisado na Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, onde os programas de álgebra desenvolvidos pelos pesquisadores já ajudaram os alunos a aumentarem seus rendimentos em matemática.


2. Horário das aulas


Pesquisas no ramo da neurociência revelaram que os padrões de sono das pessoas mudam de forma significativa enquanto elas envelhecem. Além disso, os estudos mostram que os adolescentes necessitam de mais descanso que outras faixas etárias e que suas capacidades cognitivas são muito menores no início da manhã. Esses resultados já provocaram diversas mudanças, inclusive na alteração dos horários de início das aulas para estudantes do ensino médio. Apenas 30 minutos de diferença causam um enorme impacto no humor e atenção dos jovens.


3. Variedade no aprendizado


Muitas pessoas acreditam que a repetição é melhor maneira de aprender e reter conteúdos, mas pesquisas recentes mostram que os estudantes aprendem mais quando suas aulas são espaçadas em horários diferentes, ao invés de concentradas em um único episódio. Os resultados desses estudos têm sido colocados na prática por professores que apresentam as informações de maneiras diferenciadas, pedindo aos alunos que resolvam problemas usando múltiplos métodos e não memorizando apenas uma maneira de solucioná-los.


4. Aprendizado personalizado


A anatomia de nossos cérebros pode ser similar, mas a maneira como cada um aprende não é. Sabemos isso por experiência pessoal, mas a neurociência começa a demonstrar cientificamente. Ferramentas de ensino são desenvolvidas para que adaptem às necessidades individuais de cada um e professores procuram encorajar maneiras personalizadas que os alunos podem usar para aprender melhor e com mais eficiência.


5. A perda de informações


Uma experiência vivida por muitos estudantes quando voltam das férias é a sensação de que se esqueceram de tudo que foi aprendido no semestre anterior. Pesquisas mostram que isso é realmente verdade. Os resultados revelam que, além disso, pessoas que costumam manter o hábito de exercitar seus cérebros continuamente, por exemplo, com livros mais difíceis, possuem mais conexões e variedades de ligações neurais. Como consequência, muitas escolas estão diminuindo o tempo de férias ou desenvolvendo cronogramas de atividades anuais para que os alunos reduzam o tempo que passam fora da escola e não prejudiquem sua memória e rendimento.


6. Problemas de aprendizado


As pesquisas realizadas pela neurociência estão facilitando o processo de identificação de alunos com problemas de aprendizado, como a dislexia, e ajudando-os a identificar intervenções que podem melhorar seus desempenhos.


7. Diversão em sala de aula


É cada vez maior a evidência de que a diversão é uma experiência muito positiva para o aprendizado. Isso acontece porque experiências satisfatórias fazem com que o corpo libere dopamina, ajudando o cérebro a se lembrar dos fatos com mais agilidade. Um ótimo exemplo de como isso funciona é o Khan Academy, um portal de aprendizado online que desafio os alunos a completarem desafios e tarefas para que ganhem distintivos.


8. A importância do estudo em grupos


O estudo em grupos é extremamente eficiente para o desempenho acadêmico. Uma pesquisa realizada em 2011 pela neurologista Judy Willis mostrou que estudantes que trabalham em grupos experimentam um aumenta na liberação de dopamina, ajudando os alunos a lembrar mais das informações em longo prazo. A pesquisadora descobriu que, além disso, aprender em grupos pode reduzir a ansiedade dos estudantes.


9. Neuroeducação


Se você nunca ouviu falar da neuroeducação, então é hora de se atualizar. Atualmente, no Brasil, já possuímos até mesmo pós-graduação nessa área. Por meio da prática é realmente possível mudar a forma como nosso cérebro é estruturado, acrescentando mais conexões cerebrais e mudar os padrões neurais por meio da neuroplasticidade permitida pelos nossos neurônios.


BIBLIOGRAFIA:


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*Vera Lucia de Siqueira Mietto, Fonoaudióloga, Psicopedagoga, Neuropedagoga, atuação em fonoaudiologia e neurociências em crianças e adolescentes com Distúrbios da Aprendizagem- CFfa 3026-1979-UESA - Rio de Janeiro- RJ e Tutora EAD do www.chafic.com.br e docente da UNICEAD na pós graduação de Monte Claros-MG.


*Lana Cristina de Paula Bianchi, Fonoaudióloga, Pedagoga, Psicopedagoga, Atuação em Neurociências em Crianças e Adultos na FAMERP- FUNFARME- São Jose Rio Preto- SP- Especialista em linguagem no Projeto Gato de Botas- Distúrbios de Aprendizagem; www.projetogatodebotas.org.br; CRFª: 2907- 1982- PUCC- Campinas-SP- Profª na Disciplina de Psicologia-UNILAGO- São Jose Rio Preto-SP- Linguagem e Cognição- 2010- Orientadora em monografias no curso de pós-graduação de Psicopedagogia- Famerp- 2010- Campo de pesquisa: Linguagem infantil e adulto-


Fontes Adicionais:



 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 





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