Mas como entendemos Aprendizagem?
Aprendizagem nada mais é do que esse maravilhoso
e complexo processo pelo qual o cérebro reage aos estímulos do ambiente, e
ativa suas sinapses (ligações entre os neurônios por onde passam os
estímulos), tornando-as mais “intensas” e velozes. A cada estímulo, cada
repetição eficaz de comportamento, torna-se consolidado, pelas memórias de
curto e longo prazo, as informações, que guardadas em regiões apropriadas,
serão resgatadas para novos aprendizados.
A Neurociência vem-nos descortinar o que antes
conhecíamos sobre o cérebro, e sua relação com o Aprender. O cérebro, esse
órgão fantástico e misterioso, é matricial nesse processo. Suas regiões,
lobos, sulcos, reentrâncias tem cada um sua função e importância no trabalho conjunto,
onde cada área necessita e interage com o desempenho do hipocampo na
consolidação de nossas memórias, com o fluxo do sistema límbico (responsável
por nossas emoções) possibilitando desvendar os mistérios que envolvem a
região pré-frontal, sede da cognição, linguagem e escrita e compreender as
vias e rotas que norteiam a leitura e escrita (regidas inicialmente pela
região visual mais específica (parietal) que reconhece as formas visuais das
letras e depois acessa outras áreas para a codificação e decodificação dos
sons para serem efetivadas. Faz-se mister entender os mecanismos atencionais
e comportamentais de nossas crianças padrão das crianças TDAH e estudar suas
funções executivas e sistema de comando inibitório do lobo pré-frontal, hoje
muito relevante na educação.
Compreender as vias e rotas que norteiam a
leitura e escrita (regidas inicialmente pela região visual mais específica
(parietal) que reconhecem as formas visuais das letras e depois acessa outras
áreas para a codificação e decodificação dos sons para serem efetivadas.
Penetrar nos mistérios da região temporal relacionado à percepção e
identificação dos sons onde os reconhece por completo (área temporal verbal)
possibilitando a produção dos sons para que possamos fonar as letras. Não
esquecer a região occipital, que abriga como uma de suas funções o coordenar
e reconhecer os objetos, assim como o reconhecimento da palavra escrita.
Assim, cada órgão se conecta e interliga-se no
processo, onde cada estrutura com seus neurônios específicos e especializados
desempenham um papel na base do Aprender. Estudos na área neurocientífica
centrados no manejo do aluno em sala de aula nos esclarece que o processo
aprendizagem ocorre quando dois ou mais sistemas funcionam de forma inter
relacionada (conectada). Assim podemos entender como é valioso aliar a
música, os jogos, e movimentos em atividades escolares e ter a possibilidade
de trabalhar simultaneamente mais de um sistema: auditivo, visual e até mesmo
o sistema tátil com atividades lúdicas, esportivas, e todos os movimentos
surgindo de dentro para fora (psico-motricidade), desempenho este que
leva-nos ao aprender.
Podemos então inferir, desta forma, que o uso de
estratégias adequadas em um processo de ensino dinâmico e prazeroso provocará
conseqüentemente alterações na quantidade e qualidade destas conexões
sinápticas melhorando assim o funcionamento cerebral, de forma positiva e
permanente, com resultados satisfatórios e eficazes.
Os games (adorados por crianças e adolescentes)
ainda em discussão no âmbito acadêmico são fantásticos na forma de manter os
alunos “plugados” e podem ser mais uma ferramenta mediadora que possibilita
estimular o raciocínio lógico, atenção, concentração, conceitos matemáticos
através de atividades como: cruzadinhas, caça-palavras e jogos interativos
que desenvolvem a ortografia, de forma desafiadora e prazerosa para alunos.
O grande desafio dos educadores é viabilizar uma
aula que “facilite” esse disparo neural, este gatilho, a sinapse e o
funcionamento desses sistemas, sem que necessariamente o professor tenha que
saber como lidar individualmente com cada aluno. Quando ciente da modalidade
de aprendizagem do aluno, (e isso não está longe de ser inserida na grade de
formação de nossos educadores) o professor saberá quais e melhores
estratégias utilizar e certamente fará uso desse meio facilitador no processo
Ensino – Aprendizagem.
Outra descoberta é que através de atividades
prazerosas e desafiadoras o “disparo” entre as células neurais acontece mais
facilmente: as sinapses fortalecem-se e as redes neurais são estabelecidas
com mais rapidez (velocidade sináptica). Mas como desencadear isso em sala de
aula? Como o professor pode ajudar nesse “fortalecimento neural”?
Todo ensino desafiador ministrado de forma lúdica
tem esse efeito: aulas dinâmicas, divertidas, ricas em conteúdo visual e
concreto, onde o aluno não é um mero observador de o seu próprio saber o
deixam “literalmente ligado”, plugado, antenado.
O conteúdo antes desestimulador e cansativo para
o aluno é substituído por um professor com nova roupagem que propicia novas
descobertas, novos saberes; é dinâmico e flexível, plugado em uma área
informatizada, aonde a cada momento novas informações chegam ao mundo desse
aluno. Professor e aluno interagem ativamente, criam, viabilizam
possibilidades e meios de fazer esse saber, construindo juntos a aprendizagem
com todas as rotas: auditivas, visuais, táteis e neste universo cheio de
informações, faz-se a nova Educação e um novo modelo de Aprender.
Uma aula enriquecida com esses pré-requisitos é
envolvente e dinâmica: é o saber se utilizar de possibilidades onde
conhecimento Neurocientífico e Educação caminham lado a lado. Mas como isso é
possível? O que fazer em sala de aula?
A seguir algumas sugestões adotadas:
(1) Estabelecer regras para que haja um convívio
harmonioso de todos em sala de aula, onde alunos sejam responsáveis pela
organização, limpeza e utilização dos materiais. Ao opinar e criar regras e
normas adotadas, eles se sentirão responsáveis pela sala e espaço escolar.
(2) Utilizar materiais diversificados que
explorem todos os sentidos. Visual: mural, cartazes coloridos, filmes, livros
educativos; Tátil: material concreto e objeto de sucata planejado. Há uma
riqueza de sites na internet que nos disponibilizam atividades produtivas e
prazerosas. A criatividade aflora e a aula torna-se muito divertida;
Auditivo: música e bandinhas feitas com material de sucata, sempre com o
conteúdo pedagógico inserida nelas. A criação de músicas e paródias sobre
conteúdos é uma forma muito divertida de aprender. Talentos apareceram em
salas de aula. E quem não gosta de cantar? Aulas com dinâmica treinam as
memórias de curto prazo e a auditiva (elas são trabalhadas em áreas
hipocampais) e assim retidas em memória de longo prazo, efetivando o
Aprendizado!
3) O cantinho da “leitura” é um pedaço de criar
idéias, deixar o “Novo” entrar na mente, através dos signos e símbolos.
(Significados e significante)
4) Estabelecer rotinas onde possam realizar
trabalhos individuais, em dupla, em grupos (rotinas estabelecidas reforçam
comportamentos assertivos e organização). Crianças com TDAH, que apresentam
mal funcionamento das funções executivas se beneficiam com rotinas e regras
pré estabelecidas. O trabalho em equipe é relevante, ativa as regiões
límbicas (responsáveis pelas emoções) e como sabemos o aprender está ligado à
emoção, e a consolidação do conteúdo se faz de maneira mais efetiva.
(hipocampo)
(5) Trabalhar o mesmo conteúdo de várias formas
possibilita aos alunos “mais lentos” oportunidades de vivenciarem a
aprendizagem de acordo com suas possibilidades neurais. Dê aos mais rápidos
atividades que reforcem ainda mais esse conteúdo, mantendo-os atentos e
concentrados para que os alunos com processos mais lentos não sejam
prejudicados com conversas e agitação do outro grupo de crianças.
A flexibilidade em sala de aula permite uma
aprendizagem mais dinâmica e melhor percebida por toda a classe. O professor
que administra bem os conflitos em sala de aula possui “jogo de cintura” e
apresenta o conteúdo com prazer, mantendo seus alunos “plugados”, com
interesse em aprender mais, movidos pela novidade: o prazer faz uma
internalização de conceitos de maneira lúdica e eficaz.
Desta forma, somos sabedores deste mecanismo
neural que impulsiona a aprendizagem, das estratégias facilitadoras que
estimulam as sinapses e consolidam o conhecimento, da magia onde cada
estrutura cerebral interliga-se para que todos os canais sejam ativados. Como
numa orquestra afinadíssima, onde a melodia sai perfeita, de posse desses
conhecimentos e descobertas, será como reger uma orquestra onde o maestro
saberá o quão precisamente estão afinados seus instrumentos e como poderá
tirar deles melodias harmoniosas e perfeitas!
A Neurociência veio para ser grande aliada do
professor na atualidade, em identificar o individuo como ser único, pensante,
atuante, que aprende de uma maneira pessoal, única e especial. Desvendar os
segredos que envolvem o cérebro no momento do Aprender, facilita nosso
professor.
Surge um novo professor (neuroeducador), a buscar
conhecimento sobre como se processam a linguagem, memória, esquecimento,
humor, sono, medo, como interagimos com esse conhecimento e conscientemente
envolvido na aprendizagem formal acadêmica. Em posse desses novos
conhecimentos é imprescindível desenvolver uma pedagogia moderna, ativa,
contemporânea, que capacite novos professores, para formar novos alunos às
exigências do aprendizado em nosso mundo globalizado, veloz, complexo e cada
vez mais exigente.
Conceitos como neurônios, sinapses, sistemas
atencionais, (que viabilizam o gerenciamento da aprendizagem), mecanismos
mnemônicos (consolidação das memórias), neurônios espelho (que possibilitam
na espécie humana progressos na comunicação e compreensão no aprendizado),
plasticidade cerebral (ou seja, o domínio de como o cérebro continua a
desenvolver-se e a sofrer mudanças) serão discutidos por neurocientístas,
neuropedagogos e família. A sala de aula será palco da ciência e
neurociência, onde o educador domina os processos do cérebro para Aprender, e
assim possibilita criar novas estratégias para Ensinar.
Através desta neurociência, os transtornos
comportamentais e de aprendizagem passam a ser vistos e compreendidos com
clareza pelos educadores, que aliados a esta novidade educacional encontram
subsídios para a elaboração de estratégias mais adequadas a cada caso. Um
professor qualificado e capacitado, com método de ensino adequado e uma
família facilitadora dessa aprendizagem são fatores para que todo o
conhecimento que a neurociência nos viabiliza seja efetivo, interagindo com
as características do cérebro de nosso aluno e do professor. Esta nova aliada
habilita o educador a ampliar suas atividades educacionais, abrindo uma nova
rota no campo do aprendizado e da transmissão do saber, cria novas faces do
Aprender, consolida o papel do educador, como um mediador e o aluno como
participante ativo do pensar e aprender.
NEUROCIÊNCIA: UM NOVO OLHAR
EDUCACIONAL
A neurociência é uma grande aliada do professor
que o ajuda a identificar o indivíduo como um ser único, pensante e que
aprende a sua maneira. Ao analisar o processo de aprendizagem, deve-se
perceber um múltiplo enfoque, explanando propriedades psicológicas,
neurológicas e sociais do indivíduo, já que a construção da aprendizagem
considera aspectos biológicos, cognitivos, emocionais e do meio que constroem
o ser e embasei-a a sua evolução. A Neuropedagogia desvenda os mistérios que
envolvem o cérebro na hora da aprendizagem, como se processam: a linguagem, a
memória, o esquecimento, o humor, o sono, a atenção e o medo; como é
incorporado o conhecimento e os processos de desenvolvimento que estão
envolvidos na aprendizagem acadêmica.
Educar é uma tarefa complexa e que requer de seus
educadores, dentre os diversos fatores, a competência (formação) e a
dedicação. Vivemos num mundo que se transforma a cada dia. As
necessidades de hoje serão modificadas pelas necessidades do amanhã, devido
aos diversos interesses que movem cada sociedade. O maior desafio, no
entanto, é planejar uma educação capaz de preparar o educando para essas
transformações.
No contexto escolar, o educador é o mediador
entre o objeto do saber e o sujeito, para que este possa ser autor do seu
próprio conhecimento. Uma aprendizagem eficiente é aquela construída sobre a
base da crítica e da reflexão sobre o objeto do conhecimento, e dessa forma,
então, proporcionar ao sujeito a capacidade de perceber o mundo que o cerca e
seu significado nesse contexto.
Podemos dizer que o Neurocientista é um
especialista que trará uma sublime contribuição para a ação pedagógica por
compreender as estruturas e o funcionamento do Sistema Nervoso Central,
"palco" da aprendizagem. Conhecer as conexões neurais do
educando é imprescindível para que sejam elaboradas atividades que
desenvolvam suas funções motoras, sensitivas e cognitivas. É de suma
importância que os profissionais envolvidos na educação compreendam que a
ação comportamental de seu educando é fruto de uma atividade cerebral
dinâmica.
O maior desafio, no entanto, é quebrar a fôrma
triangular da clássica Equipe Pedagógica e incluir em seus moldes o quarto
elemento chamado Neurocientista, esse profissional especializado de tanta
relevância quanto, que, logicamente contribuirá de maneira significativa para
que seja possível a tão sonhada aprendizagem eficaz.
A neurociência e a pedagogia juntas oferecem uma
inovadora parceria, respeitando as especificidades de cada ciência, elas se
completam ao conduzir este aprendente a um novo sistema, através do qual
biologicamente se constrói a fonte de novas conexões neurais.
Segundo Relvas (2009), o encéfalo encontra-se
localizado no interior do crânio, protegido por um conjunto de três
membranas, que são as meninges. E constituído por um conjunto de estruturas
especializadas que funcionam de forma integrada para assegurar unidade ao
comportamento humano. E formado por Bulbo raquidiano, Hipotálamo, Corpo
caloso, Córtex cerebral, Tálamo, Formação reticular, Cerebelo e Hipófise.
HISTÓRICO
DA NEUROCIÊNCIA COGNITIVA
A neurociência é um termo que
reúne as disciplinas biológicas que estudam o sistema nervoso, normal e
patológico, especialmente a anatomia e a fisiologia do cérebro
inter-relacionando-as com a teoria da informação, semiótica e linguística, e
demais disciplinas que explicam o comportamento, o processo de aprendizagem e
cognição humana bem como os mecanismos de regulação orgânica e por ser uma
área da ciência é preciso sempre preocupar-se em estar se atualizando. RELVAS
diz que,
(...) o universo biológico interno com centena de
milhões de pequenas células nervosas que formam o cérebro e o sistema nervoso
comunicam-se umas com as outras através de pulsos eletroquímicos para
produzir atividades muito especiais: nossos pensamentos, sentimentos, dor,
emoções, sonhos, movimentos e muitas outras funções mentais e físicas, sem as
quais não seria possível expressarmos toda a nossa riqueza interna e nem
perceber o mundo externo, como o som, cheiro,sabor. ( 2009, pág.21)
O campo científico da neurociência cognitiva
recebeu este nome no final da década de 70, no banco traseiro de um táxi em
Nova York, onde o grande fisiologista cognitivo George A. Miller estava com
Michael S. Gazzaniga a caminho de um jantar. Neste jantar estavam reunidos
cientistas que se esforçavam para estudar como o cérebro dava origem à mente.
Desta corrida de táxi surgiu o nome Neurociência Cognitiva, que foi aceito
por toda comunidade científica.
Para esclarecer o significado deste termo é preciso
voltar atrás e olhar não somente para a história do pensamento humano, mas
também para as disciplinas científicas. Desde a antiguidade, a curiosidade e
as observações, contribuíram para que o ser humano relacionasse a mente com a
cabeça (cérebro). Dando origem a varias teorias e descobertas científicas que
permeiam, transformam vidas, sociedade e consequentemente a humanidade. Na
história antiga, a teoria ventricular ( iniciada no século 4º d.C.) aborda
que os processos mentais, ou as faculdades da mente estavam localizadas em
câmaras ventriculares no cérebro. Entre os gregos, predominava também a
teoria de que os ventrículos cerebrais eram órgãos sede dos humores (sangue,
fleuma, bílis amarela e bílis negra, procedentes, respectivamente, do
coração, sistema respiratório, fígado e baço) e nos quais estava localizada
também a capacidade intelectual do homem.
Segundo Hipócrates, as doenças surgiriam pelo
desequilíbrio entre o sangue, a fleuma, a bílis e a atrabile. Esta é a famosa
teoria dos quatro humores corporais, que dependendo das quantidades presentes
no corpo, levariam a estados de equilíbrio ou de doença e dor. Esta teoria
veio a influenciar posteriormente Galeno, que desenvolveu a teoria dos
humores, que dominou o conhecimento até ao século 18.
Para Hipócrates, a mente estava no cérebro. Já o
Aristóteles considerou que a alma não era substancialmente diferente do
corpo, embora as suas funções: a alimentação, a sensação, a motricidade e a
intelecção, fossem similares. Defendeu a hipótese que a mente tinha sede no
coração e o cérebro resfriava o sangue, tipo um sistema hidráulico, os nervos
ocos que circulavam o espírito animal.
Galeno, médico grego completou a doutrina de
Hipócrates, foi o primeiro que fez correlação entre forma e função, ao
distinguir quatro temperamentos e ao defender que os espíritos se formavam em
órgãos diferentes: os espíritos naturais, no fígado, os espíritos vitais, no
coração e os espíritos animais, no cérebro. Suas experiências contribuíram para
aumentar os seus conhecimentos sobre a anatomia do cérebro e para a criação
da hipótese cefalocêntrica. Ele teorizava que se retirassem as ramificações
de suporte dos ventrículos, ficava o esférico e que o poder da sensação, do
movimento fluía no cérebro e ainda o que é racional na alma tem ali a sua
existência. A sua teoria de localização do espírito no fluído dos ventrículos
perdurou por vários séculos.
No Brasil, o Imperador Pedro II, amante das artes
e das ciências se correspondeu com o eminente fisiologista alemão Du Bois
Reymond, acerca da fundação de um instituto de "physiologia"
na cidade do Rio de Janeiro, mas que jamais teve efetividade prática. A
história da neurociência no Brasil se confunde com a própria história da
fisiologia brasileira.
O estudo experimental e sistemático da Fisiologia
começou, sem dúvida, com irmãos Álvaro e Miguel Ozório de Almeida, no Rio de
Janeiro, os quais também iniciaram (principalmente Miguel Ozório) as
pesquisas em neurofisiologia.
Álvaro Ozório criou uma escola nesse campo, que
culminou com seu discípulo Paulo Enéas Galvão, que foi para o Instituto
Biológico de São Paulo e tornou-se o segundo professor de Fisiologia da
recém-criada Escola Paulista de Medicina, substituindo outro discípulo
carioca, Thales Martins que, em parceria com Ribeiro do Valle, ajudou fundar
a neuroendocrinologia brasileira. Miguel Ozório de Almeida, entretanto,
pesquisou a vida toda fisiologia e fisiopatologia do sistema nervoso,
Disseminando apaixonados pelas descobertas cientificas.
O Brasil foi agraciado com vários pesquisadores
que lutaram para postular o conhecimento científico em solo brasileiro,
permitindo a sociedade atual o contato com a: Neurofisiologia, Neurobiologia,
Fisiologia, Biofísica dentre outras.
O sonho que norteia os pesquisadores em desvendar
a máquina humana, os códigos, os sinais e os circuitos pelos quais trafega a
informação vital dos seres humanos, permitiu à humanidade evoluir e tomar
consciência a cerca da concepção da natureza e da sua relação com o corpo,
sua evolução biológica, adaptativa para a manutenção e sobrevivência da
espécie. Forneceu melhoria na qualidade de vida da sociedade atual, avanços
na medicina que disponibilizam tratamentos efetivos não somente para as
doenças degenerativas, mais os quadros Psiquiátricos, psicossomáticos.
Ressaltando também o desenvolvimento das tecnologias que auxiliam para a
visualização das imagens do funcionamento cerebral e mapeamento direto da
atividade neuronal em suas especificidades. Toda pesquisa pode levar a
infindáveis benefícios para a humanidade, bem como podem levar à sua
decadência, se mal empregadas.
A
APRENDIZAGEM COM O OLHAR DA NEUROCIÊNCIA
Com as novas descobertas da neurociência, percebe-se
que com todo o histórico da educação de jovens e adultos, não poderia deixar
de destacar as lacunas encontradas na vida escolar desses alunos. Segundo o
autor Chalita, A escravidão não subjuga o corpo, mas a mente.
A verdadeira escravidão existe quando o escravo
nem desconfia de sua condição de escravo. Ela é sutil e discreta. Na
sociedade moderna, pretensamente democrática, a escravidão apresenta-se de
outras formas. Aquele que é Disléxico, hiperativo; que apresenta qualquer
disfunção neurológica passam sem ser notados. Isso muito contribui para o
Aluno de Educação de Jovens e Adultos, ter uma autoestima baixa. Como diz
Relvas: Temos duas memórias, uma que se emociona, sente ,comove outra que
compreende, analisa, pondera, reflete... Trata-se de emoção e razão. Esta
escola é um local, dentre outros (trabalho, família,) onde professores e
alunos exercem a sua cidadania, ou seja, comportam-se em relação á seus
direitos e deveres de alguma maneira. Acontece de muitas das vezes por falta
de informação, o docente e alguns funcionários cometerem algum equivoco: por
não conhecerem o lado emocional dos alunos. No entanto, segundo o autor Henri
Wallon tudo se passa como se a educação fosse algo extático, algo eterno,
imutável, pronto e acabado ,necessitando de uma reflexão de nossas atitudes
em educação de Jovens e Adultos. Queixam-se professores de um lado,
aborrecem-se alunos de outro e todos juntos perpetuam uma situação escolar
praticamente insustentável, como se fosse uma fatalidade cuja a resolução não
lhes dissesse respeito.
Esquecem-se ambos de que existem os direitos e
deveres do profissional Professor, descritos no seu estatuto; existem os
direitos e deveres da criança e do adolescente, recém garantidos pela nossa
constituição. Para além deles existem os interesses dos professores que
podem querer formar em seus alunos este ou aquele tipo de consciência, deste
ou daquele modo, seja apenas informando os alunos, seja orientando
experiências participativas para este aprendizado. Existem os interesses dos
alunos, próprios de suas idades e do momento de seu processo de maturação, e
que os faz vibrar, se envolverem, se empolgarem e aprenderem muito mais,
quando são sujeitos ativos e participativos do que quando são apenas leitores
ou ouvintes.
Portanto o desenvolvimento da cidadania, a
formação da consciência do eu tem na escola um local adequado para sua
realização através de um ensino ativo e participativo, capaz de superar os
impasses e insatisfações vividas de modo geral pela escola na atualidade,
calcado em modos tradicionais.
É preciso usar o conhecimento que o professor já
dispõe sobre o trabalho escolar com a informação baseada no livro que atesta
a importância que as informações da neurociência traz a educação. Vivemos em
uma sociedade em que o conteúdo está em baixa, temos muitas informações, mas
pouco conteúdo, sutilmente estamos sempre defasados ao que acontece no mundo,
as informações são muitas, pouco se apreende. É a neurociência que seria este
norteador para nos mostrar as possíveis falhas do sistema Educacional. O
princípio básico desse profissional é a compreensão das respostas cerebrais
aos estímulos externos e assim, o desenvolvimento das potencialidades. Em
geral, o neurocientista é responsável por investigar a integração do
indivíduo com o meio ambiente, detectando os processos físicos e químicos,
que desencadeiam respostas musculares e glandulares.
Dentre as mais diversas formas de investigação,
um dos principais objetivos do neurocientista é interpretar as mais variadas
mudanças que possa ocorrer no comportamento fixo ou variante e, através da
análise, contribuir para modificar esse comportamento. Essa mudança chama-se:
aprendizado. Ela ocorre no sistema nervoso e pode ser chamada de plasticidade
cerebral.
Fundamentalmente a neurociência possibilita um
aprofundamento do estudo dos processos da percepção, da consciência e da
cognição. Em sua máxima, consciência é o atributo pelo qual o indivíduo
se integra ao mundo. É a percepção dos fenômenos internos, afetivos,
volitivos, intelectuais e das realizações externas.
Nas últimas décadas a neurociência tem se tornado
uma ciência amplamente pesquisada e bastante reconhecida, contribuindo de
maneira significativa para o desenvolvimento de soluções de diversas doenças
e transtornos, sobretudo educacionais.
O profissional em Neuropedagogia tem como
princípio compreender as respostas cerebrais que surgem através dos estímulos
externos. É responsável pela investigação e integração deste individuo
com o meio onde ele está inserido, observando seu processo físico e químico e
as respostas que emanam deste sujeito. O Neurocientista deve interpretar
as mais variadas mudanças que ocorre em todo processo em volta do individuo
desde seu comportamento fixo há suas variantes.
Em suma o neuropedagogo através de seu olhar visa
observar:
Processo interno:
- A Cognição;
- A Decisão;
- O Fazer;
- O Aprender;
Processo externo:
- A Adaptação;
- A forma de adequação ao novo ambiente
- habilidades de adaptação;
- Alterações no processo de interação
A
NEUROCIÊNCIA SOB NOVOS OLHARES
Ao estabelecer um paralelo entre o passado e o
presente, nota-se que a tempos, o cérebro tem sido elemento de estudo e
pesquisa desde a antiguidade, sabe-se que muitas perguntas ainda continuam
sem respostas e em outras várias questões, não foram ainda decifradas onde o
cérebro em algumas áreas continua uma incógnita para todos principalmente para
aqueles que se propõe estudá-lo a nível científico.
O aprender e o lembrar do estudante ocorre no seu
cérebro, conhecer como este cérebro funciona não é a mesma coisa do que saber
qual é a melhor maneira de ajudar os alunos a aprender. A aprendizagem, a
Neurociência e a educação estão intimamente ligadas ao desenvolvimento
cerebral o qual se molda aos estímulos do ambiente, o estudo da aprendizagem
une a educação com a Neurociência.
A aprendizagem é afinal um processo fundamental
da vida. Todo individuo aprende e, por meio da aprendizagem, desenvolve os
comportamentos que o possibilitam viver. Todas as atividades e realizações
humanas exibem os resultados da aprendizagem. (CAMPOS, apud, PORTO, 2007,
P.15)
Há décadas que as neurociências não são mais de
longe uma ciência puramente básica, hoje praticamente ela elabora o conteúdo
das ciências que a dedica ao estudo do sistema nervoso, sua anatomia e
fisiologia bem como patologia. Pesquisadores em educação tem tido postura
otimista de que as descobertas em neurociências contribuam para a teoria e
práticas educacionais.
O corpo, emoção e razão são indivisíveis e
inseparáveis, é uma visão integra e holística, a razão de ser nos últimos
tempos as investigações da neurociência revelou dados surpreendentes sobre o
funcionamento do cérebro, o crescimento de novos neurônios, outra afirmativa
é que a inteligência não é única e nem fixa e muito menos reside em um local
determinado no cérebro como se afirmava no passado, a inteligência é
concebida como uma função do cérebro e várias partes dele estão envolvidas em
qualquer ação inteligente.
A inteligência muda com o tempo e os estímulos
disponíveis no meio ambiente. É preciso que estar atentos pois o mundo de hoje
e de amanhã, somente poderá ser enfrentado com sucesso, pela fantástica
capacidade do cérebro humano, existe um grande ênfase no desenvolvimento da
inteligência, do talento e das competências das pessoas.
O cérebro é único não existindo outro igual, cada
individuo tem o seu de forma distinta resultando na interação dinâmica entre
natureza e ambiente, respectivamente genética e estimulação onde tudo que o
sujeito realiza acontece á partir de uma comunicação entre os
neurônios. As pessoas aprendem de forma diferentes onde um único método
não é o ideal para todos os alunos, necessário se faz, várias estratégias
diferentes de ensinar daí, permitir ao educando sempre que possível a
escolha, não é uma proposta revolucionária, necessita de professores
preparados, sintonizados e comprometidos com a educação e com o método a
aplicar ao desenvolver um ensino diversificado e diferenciado, capaz de
identificar, respeitar e aproveitar o estilo de aprendizagem
preferencialmente mais adequado para seus alunos.
Segundo FERNANDEZ e PAIN, "Para aprender são
necessários dois personagens, o ensinante e o aprendente e um vínculo que se
estabelece entre ambos". A experiência escolar permite concluir que um
dos grandes diferencias do processo educativo é o vinculo estabelecido entre
educadores e educandos. O ideal é trabalhar com a premissa de que havendo
vinculo é mais fácil que o professor desenvolva a capacidade de escuta do que
o aluno pretende transmitir e possibilite a ele que se sinta compreendido e entendido
em seu sofrimento mesmo porque indisciplina e incompreensão caminham juntas.
INTERVENÇÕES
NEUROEDUCACIONAIS
Os Neuropedagogos estudam sobre o processo de
aquisição de aprendizagem e da memória tendo o cérebro como elemento
principal, fazem pesquisas, testes e teorias as quais resultarão em
benefícios para todos por outro lado, encontram-se os educadores que anseiam
em por em prática tais pesquisas, testes e teorias, é um trabalho
significativo e juntar estes dois segmentos é compensador uma vez que irá
exigir dos envolvidos as análises e aplicações destes conhecimentos
científicos traduzindo-os para as salas de aulas.
Esta colaboração mútua, enriquece tanto o
trabalho dos cientistas cognitivos como dos educadores onde estes poderão
desenvolver e aplicar métodos de ensino que melhor possam serem adaptados a
seus alunos, em busca de que estes métodos facilitarão a aprendizagem. A
Neurociência tem um papel fundamental de intima ligação com a prática pedagógica
ela investiga o processo de como o cérebro aprende e lembra, desde o nível
molecular e celular até as áreas corticais, o estudo da aprendizagem une
estas duas áreas logo quanto mais se estuda a fisiologia nervosa cada vez
menos se pode dissociar o estudo anatômico da abordagem funcional ao sistema
nervoso.
Desenvolver pessoas não é apenas dar-lhes
informação para que elas aprendam novos conhecimentos, habilidades e
destrezas e se tornem mais eficientes naquilo que fazem. É sobretudo,
dar-lhes a formação básica para que elas aprendam novas atitudes, soluções,
idéias, conceitos e que modifiquem seus hábitos e comportamentos e se tornem
mais eficazes naquilo que fazem. Formar é muito mais do que simplesmente informar,
pois representa um enriquecimento da personalidade humana". (Chiavenato,
1999)
O aprender e o lembrar do estudante ocorre no seu
cérebro, conhecer como este cérebro funciona não é a mesma coisa do que saber
qual é a melhor maneira de ajudar os alunos a aprender. A aprendizagem, a
neurociência e a educação estão intimamente ligadas ao desenvolvimento
cerebral o qual se molda aos estímulos do ambiente, o ensino bem sucedido
provoca alterações significativas na taxa de conexões sinápticas.
Inúmeras áreas do córtex cerebral são
simultaneamente ativadas no transcurso de nova experiência de aprendizagem,
situações que reflitam o contexto da vida real, de forma que a informação
nova se junte a compreensão anterior. A neurociência oferece um grande
potencial para nortear a pesquisa educacional e futura aplicação em sala de
aula. É fundamental que professores entendam que os sentimentos que
impulsionam a aprendizagem positiva ou negativamente, devem compreender que o
ser humano é um ser emocional, que pensa coerente com esta nova visão, é
primordial que os educadores aprendam a ler e entender as emoções, alegria,
tristeza, raiva, medo de seus alunos e principalmente a lidar adequadamente
de forma competente com elas.
Sob este aspecto considera-se como importante em
primeiro lugar criar um ambiente seguro e convidativo para a aprendizagem,
livre de desrespeito, ofensas e humilhações. Em ambiente de medo e
insegurança, o aluno torna-se passivo além de perturbar a disciplina naturalmente
indesejáveis em sala de aula além de que caso uma criança seja ridicularizada
por erro, irá se sentir em perigo logo, o cérebro desta criança reagirá
imediatamente adotando uma postura de fuga ou ataque, ao contrário de que
quando o erro é aceito e tratado de forma natural como parte do processo de
crescimento, o estudante aprende com ele, deve-se incrementar um clima
emocional positivo dentro da escola e da sala de aula com alegria, respeito
mútuo, elogios e brincadeiras sadias.
Neste aspecto, vários fatores influenciam a ação
do professor em sala de aula e suas ações dificultando o processo
ensino\aprendizagem, o uso de metodologia inadequada, a falta de recursos
didáticos, as condições insatisfatórias de trabalho, sem contar a dinâmica emocional
do ser humano soma-se a isto, os desajustes familiares na vida do aluno, a
violência hoje presente tanto fora como dentro da escola e o lugar do
fracasso ocupado apenas pelo aluno, quando deveriam lá estar, o professor, o
aluno e a escola.
Uma nova concepção educacional propõe montagem de
ambientes enriquecidos centrados no desabrochar da criatividade e da
inteligência de cada um dos jovens e crianças os quais motivados possam mais
e com melhor qualidade e, ao fazerem isto, possam desenvolver ao máximo o seu
talento dispostos a estudar e felizes.
Segundo a Neuropedagoga ISABEL S.W.Azevedo
"Não existem "fórmulas mágicas" na prática pedagógica, juntos
podemos reunir as pesquisas em Neurociência com a prática pedagógica que
melhor se adaptará aos nossos alunos". Neste contexto recai também,
o uso da ludicidade como ferramenta pedagógica em sala de aula o que
facilitará a transformação diária em uma vivência criativa e rica diante da
qual os alunos serão os primeiros a se interessarem por ir à escola, a
pedagogia e a Neurociência promovem o desenvolvimento cognitivo, pois através
da aprendizagem o sujeito é inserido de forma mais organizada no mundo
cultural e simbólico.
O professor deve se aproveitar de meios e
recursos no sentido de que o seu aluno tenha motivação com a finalidade
especifica que a aprendizagem venha acontecer de forma plena e eficaz, deve
ainda conhecer a bagagem que o aluno traz incentivando-o para que seja sempre
capaz de produzir e criar.
A motivação nada mais é que criar motivos, causar
entusiasmo e ânimo, entusiasmar o individuo fazendo-o chegar até a eficácia
do conhecimento. E mais ainda, cabe criar nestes indivíduos a vontade de
aprender através de estratégias e estímulos a fim de que estes indivíduos se
sintam motivados em aprender, naturalmente a realização dos objetivos
propostos, implica que sejam praticados sempre uma vez que não se desenvolve
uma capacidade sem exercê-la ás vezes exaustivamente.
Existe um desconhecimento da anatomia e da
fisiologia do sistema nervoso central e periférico, são questionamentos a fim
de saber por onde passam todos os processos da aprendizagem do ser humano e
como ocorre a alfabetização na mente das crianças.
A educação em nossos dias deve ser trabalhada com
grupos multidisciplinares, é necessário que se faça uma releitura e
reelaboração do desenvolvimento das práticas curriculares, criar atividades
de acordo com cada faixa etária trabalhada onde a atividade seja focada
principalmente sob aspecto afetocognitivo, a questão familiar também deve ser
inserida neste contexto mostrando ao aluno, a importância dos valores
educacionais na vida de seus filhos, ela é o primeiro núcleo do vinculo.
Na busca do conhecimento, estabelecemos relações
com objetivos físicos, concepções ou outros indivíduos. Afeto e cognição se
constituem em aspectos inseparáveis, estando presentes em qualquer atividade
a ser desenvolvida, variando apenas as suas proporções (LAJONQUIERE, 1998).
O afeto e a inteligência se estruturam nas ações
e pelas ações dos indivíduos, tanto a inteligência quanto a afetividade são
mecanismos de adaptação, permitindo ao individuo construir noções sobre os
objetivos, as pessoas e as situações, conferindo-lhes atributos, qualidade e
valores.
As questões pedagógicas estão relacionadas a
transformação e modificação do individuo através da teoria e da prática
educacional tendo de um lado o aluno e do outro a ação neuropedagógica onde o
professor é o agente representante que detém o domínio pedagógico que tem
como função, guiar o aluno ao saber.
Segundo MARTA Relvas, "As equipes
multidisciplinares e interdisciplinares só tem sucesso quando agem de forma
integrada com a família e a escola a fim de otimizar resultados e focar o
melhor desempenho da aprendizagem". "Hoje não basta saber quem eu
sou, é preciso também saber quem eu não sou para então saber quem eu posso
ser". Há um consenso hoje em dia que o conteúdo dos nossos
pensamentos deriva dos padrões de ativação de vastas redes neuronais.
As manifestações da cultura mostram que as áreas
do conhecimento são de vital importância uma vez que influencia na vida de
todos desde os primeiros anos de vida até a velhice tendo a escola como
elemento central onde projeta, planeja e executa todos os procedimentos
educacionais. As ciências são instrumentos imprescindíveis na caracterização
da diversidade de situações e na legitimação de suas demandas, as tecnologias
de informações, ampliam a capacidade humana na comunicação, no tempo e no
espaço, naturalmente dão uma nova e valiosa contribuição no processo ensino/aprendizagem.
os adolescentes e jovens, exerce um enorme
fascínio e influência ao despertar não só o seu lado curioso como além da
disponibilidade de vários equipamentos, o contato com o novo, a facilidade de
aquisição e os resultados imediatos. O uso da tecnologia é um recurso
bastante significativo ao desenvolver conhecimentos porem, deve ser usada de
forma correta, tornando-se um auxilio fabuloso na aprendizagem ao
proporcionar aos estudantes a oportunidade de desenvolver habilidades
tecnológicas básicas do mundo de hoje.
As competências escolares de formar ao longo da
história, não significa que elas mudam a cada ano letivo, é preciso
compreender de que maneira elas afetam o ensino e entender até que ponto
aquilo que orientava professores de uma geração continua útil ou não para a
geração seguinte. É preciso analisar, refletir e se necessário intervir
neste contexto, pois o cérebro existe para pensar e não a máquina pensar por
ele.
No espaço escolar, se nivela o processo
educacional, é lá que todos são iguais, e que a inclusão se concretiza, não
deve haver diferenciação na formação do profissional\educador para as classes
de ensino regular, das classes especiais já que toda a educação é especial
uma vez que a educação do ser humano deve ser independente de qualquer
atributo individual.
A tarefa de educar implica necessariamente o
diálogo critico e livre entre educadores e educandos, como forma de se
permitir que o conhecimento surja e seja construído á partir de interações
coerentes vivendo o outro com diferentes modos de pensar, agir com suas
múltiplas expectativas exercitando a autonomia do individuo, a liberdade de
pensar seus sentimentos sua imaginação a fim de que possa desenvolver
talentos e que ele possa tanto quanto possível ser dono do seu próprio
destino.
No mundo de mudanças constantes, não devemos
ensinar o que os outros pensam ou pensaram, devemos desenvolver técnicas e
métodos que possam municiar nossos docentes á formação da consciência de que
o aprendizado é permanente e o conhecimento na sociedade contemporânea é
volátil.
Ao partilhar os nossos saberes, estamos dividindo
os nossos conhecimentos com o outro ao construir novos saberes para este
outro e naturalmente para nós mesmos, estamos interagindo sempre com o meio
que nos cerca fazendo, construindo, revendo, analisando, definindo e
ensinando para toda vida isto é, ensinar é aprender a ensinar.
O cérebro humano é uma maravilhosa máquina que
transforma uma simples sensação em pensamento, é um órgão complexo,
desvendado parcialmente pela ciência, composto por células nervosas e
glândulas. Dentro desta complexidade é importante ressaltar as funções
do encéfalo e dos neurotransmissores, o encéfalo diferente do cérebro, é um
conjunto de estruturas que estão anatomicamente e fisiologicamente ligadas,
são estruturas especializadas que funcionam de forma integradas, para
assegurar, unidade ao comportamento humano. Possui uma constituição
elaborada ao receber mensagens que informam ao homem a respeito do mundo que
o cerca além de receber um permanente fluxo de sinais de outros órgãos que o
capacita a controlar os procedimentos vitais do individuo, batimento
cardíaco, a fome e a sede, as emoções, o medo, a ira, o ódio e o amor tudo
iniciando no encéfalo tendo o cérebro, a parte maior e mais importante.
Na aprendizagem a criança tem na concentração e
atenção aspectos importantes e fundamentais para o desenvolvimento cognitivo
e motor, o aprendizado depende de alguns outros fatores, estimulo, interesse
e da funcionalidade adequada das estruturas que irão receber tais estímulos e
principalmente da atenção desta criança. Se a atenção é fundamental para
a aprendizagem é através do desempenho de uma estrutura complexa localizada
na parte central do tronco encefálico denominada de formação reticular (age
como se fosse um filtro), que mantém o córtex em condições para que possa
receber novos estímulos, decodifica-los e interpretá-los principalmente os
sensitivos que devem ser selecionados onde somente os estímulos importantes
passam por este "filtro", chegando ao córtex o que os torna conscientes
impedindo que os constantes bombardeios não venham atingir o córtex de forma
indiscriminada.
Quanto aos neurotransmissores, são substancias
químicas produzidas pelos neurônios, as células nervosas, por meio delas
podem enviar informações a outras células, podem também estimular a
continuidade de um impulso ou efetivar a reação final no órgão ou músculo
alvo, elas agem nas sinapses que são o ponto de junção do neurônio com outra
célula.Os Neurotransmissores possibilitam que os impulsos nervosos de uma
célula influenciem os impulsos nervosos de outra permitindo assim que as
células do cérebro por assim dizer, "conversem entre si".
O corpo humano desenvolve um grande número dessas
mensagens químicas para facilitar a comunicação interna e a transmissão de
sinais dentro do cérebro, são substancias que funcionam como combustível
cerebral, nos deixam mais felizes e são fundamentais para o bom funcionamento
do organismo. O interesse dos neuropesquisadores, suas descobertas, tem
crescido em resposta á necessidade de, não somente entender os processos
neuropsicobiológicos normais mais principalmente para respaldar a ciência da
educação. Modernas técnicas estão começando a revelar como o cérebro tem
conseguido a notável proeza da aprendizagem, as ciências cognitivas modernas,
estão sendo capazes de estudar objetivamente muitos componentes do processo
mental tais como atenção, cognição visual, linguagem, imaginação mental etc.
(Cardoso, Sabbatinni, 2000, "Cérebro e Mente".
Novos desafios terão pela frente, certamente
novas conquistas, possivelmente os obstáculos existentes entre
neurocientistas e educadores serão ultrapassados, novos paradigmas irão
impulsionar a ciência principalmente a aqueles que se preocupam com a
educação sob novos olhares.
A
NEUROEDUCAÇÃO E SUAS TRANSFORMAÇÕES
Neuroeducação é um modelo sistêmico de
intervenções evolutivas desenhado para atuar nas matrizes de inteligências do
sistema mental e estruturar o caminho de manifestação do potencial
inteligente da consciência. A Neuroeducação atua no campo da educação
desenvolvendo ferramentas holográficas capazes de corrigir as dificuldades de
aprendizagem escolar oferecendo instrumentos de inclusão social capaz de extrair
o máximo do potencial funcional de cada individuo ao transformá-lo em todas
as capacidades independentemente de sua origem social, qualidade de ensino
escolar ao qual está submetido ou grau de desenvolvimento pessoal.
Portanto, mais que eliminar dificuldades de
aprendizagem, a Neuroeducação auxilia também jovens e adultos a modificar
suas estruturas funcionais limitantes, aperfeiçoando suas operações das
matrizes de inteligência, possibilitando a expressão máxima da sua
potencialidade: a genialidade pessoal.
Segundo a Neuropedagoga ADRIANA Peruzo,
"apostar nos estudos da neurociência pedagógica é apostar numa evolução
crescente e segura, é vincular o educador a idéias, a comportamentos e a
pensamentos complexos, é levar ao educando a noção do sujeito do processo da
aquisição e da produção do conhecimento".
A neurociência pedagógica é um ramo da ciência
que compatibiliza o cognitivo (técnica de ensino) e o cérebro humano,
adequando o funcionamento do cérebro para melhor entender a forma como este
recebe, seleciona, transforma, memoriza, arquiva, processa e elabora todos as
sensações captadas pelos diversos elementos sensoriais para a partir deste
entendimento poder adaptar as metodologias e técnicas educacionais a todas as
crianças e principalmente aquelas com as características cognitivas
emocionais diferenciadas.
A Neuroeducação entre várias funções torna o ato
de estudar, frequentar a escola, ler, enfim aprender, interessante, prazeroso
e fácil, as pessoas vêm sendo trabalhadas com esta ciência tanto para
eliminar incapacidades de aprendizagem como para expandir conhecimentos
específicos, é uma ferramenta moderna e eficiente na construção e
transformação do aprendente.
A união entre a neurociência e a pedagogia, está
dando origem a estratégias educacionais inovadoras, a plasticidade cerebral,
a aquisição da linguagem e a formação da mente simbólica, são analisadas em
profundidade, é um extenso e fascinante universo de potencialidades que cada
um de nós tem, o nosso cérebro.
O cérebro se modifica aos poucos fisiológica e
estruturalmente como resultado da experiência, a aprendizagem, a memória e
emoções ficam interligadas quando ativadas pelo processo de
aprendizagem. Entre os modos e oportunidades em que o cérebro se
modifica e desenvolve a sua estrutura para atender as novas exigências de
desempenho, uma delas está em aprender. Estas modificações também são
extensivamente estudadas pela neurociência sob vários aspectos tidos como
plasticidade cerebral.
A característica plástica de uma estrutura pode
ser definida utilizando-se como ponto de partida a possibilidade de alteração
estrutural, adaptabilidade a nova morfologia ou funcionabilidade ou ainda
capacidade de transformação.
Antigamente admitia-se que o tecido cerebral não
tinha capacidade regenerativa e que o cérebro era definido geneticamente, no
entanto, como explicar o fato de pacientes com graves lesões, obterem com
auxilio de terapias e estímulos, a recuperação da função cerebral, a ciência
tem comprovado através de pesquisas que com o aumento do conhecimento sobre o
sistema cerebral e que sendo ele mais maleável e flexível do que se imaginava
ao se modificar sob efeito da experiência das percepções, das ações e do
comportamento.
O avanço dos neurocientistas na descoberta no que
diz respeito à plasticidade cerebral oferece uma nova visão de como acontece
o processo de aprendizagem e de aquisição de novas habilidades cerebrais, a
plasticidade cerebral pode ser aplicada á educação, deve-se considerar a
facilidade do sistema nervoso em se ajustar diante das diferenças e
influências do ambiente por ocasião do desenvolvimento infantil e também na
fase adulta.
Segundo MARTA Relvas, " A plasticidade em um
organismo normal é o processo de aprendizado que se desdobra em duplo
aspecto: o motor, que se dá num nível inconsciente e se faz de forma
automática e o segundo nível, o consciente que depende da memória, seja
emocional, seja cultural. O termo aprendizagem não é falar somente o que
acontece entre paredes de sala de aula, sob o ponto de vista da neurociência,
é entender que cada um de nós é único em seu conjunto e ao mesmo tempo
peculiar no quadro de suas capacidades e de atributos que suas múltiplas
inteligências podem lhes trazer.
É principalmente, mudança de comportamento e de
vista, sob olhares da neurociência, é o movimento dos neurônios que se
interligam criando ligações (sinapses), trajetórias e redes de circuitos que
se reforçam e se sustentam pela repetição e pela necessidade do
"uso" e, sobretudo, da busca incessante pela exploração de si
mesmo, do meio ambiente e do outro. De maneira geral, existe um certo
desconhecimento da anatomia e da fisiologia do SNC e periférico, são alguns
questionamentos para saber por onde passam todos os processos da aprendizagem
do ser humano e como ocorre a alfabetização no cérebro das crianças.
O aluno não pode ser tratado de maneira igual, o
tratamento das diferenças direciona melhor o ensino, e oferece qualidade na
aplicação do método, não se trata de preferência nem tampouco privilégio, é
preciso envidar esforços ao qualificar o trabalho pedagógico e
consequentemente a melhoria do padrão de ensino, saber que todos possuem
diferenças essenciais e conduzi-la de forma eficiente, demonstra competência
e habilidade consolidando o trabalho escolar. Assim, conhecer a anatomia
e a fisiologia da aprendizagem, expurga os conceitos errôneos e os
pré-julgamentos de que a criança está sempre errada, é incompetente ou até
mesmo relapsa, é preciso associar o processo de aprendizado e desenvolvimento
humano ao funcionamento do cérebro e sua plasticidade. È necessário
constantemente buscar a harmonia no que se faz, naturalmente a partir das
semelhanças e diferenças de cada um, ser claro nos objetivos, com as pessoas
envolvidas, ouvir atentamente e perceber o que os outros dizem.
Efetivamente educar é portanto fugir dos
determinismos estabelecendo a cultura humana como processo sob permanente
transformação forçando o homem a se livrar das "amarras" do mundo,
do autoritarismo, da arrogância e da mesmice. Caminhos e métodos,
procura-se o sentido de ser e de verdade, é um contínuo interrogar, o que são
e como são os alunos, indagando sobre o ser das pessoas, suas verdades e modo
de configurá-las, possibilidade de conhecer implica a possibilidade do
existir, transita de um modo de conceituar o mundo para um modo de
ser-no-mundo, habitá-lo, viver nele, sentir a si mesmo e aos outros num
contínuo que é dialógico.
Não se pode afirmar categoricamente que tal
método e tal tendência é melhor ou pior, o mais importante é conhecer qual o
público alvo a se atingir, suas necessidades, suas carências, o meio em que
vive, sua situação econômica e social, é preciso buscar formas e métodos que
possam se adequar a estes alunos uma vez que as dificuldades por eles
enfrentadas os tem colocados a margem do conhecimento. "Os
conteúdos-métodos de apropriação ativa do saber implicam uma relação dinâmica
entre a ação cientificamente fundamentada do professor, a vivência e a
participação do educando" (LIBÂNEO, 2006.p.105).
Libâneo cita com muita propriedade que a educação
antes de ser um processo de formação cultural, é um fenômeno social. A
educação é um processo através do qual o individuo toma a história em suas
próprias mãos a fim de mudar o rumo da mesma, como, acreditando no educando,
na sua capacidade de aprender, descobrir, criar soluções, desafiar,
enfrentar, propor, escolher e assumir as consequências de sua escolha.
Há décadas que os neurocientistas não são de
longe uma ciência permanente básica, hoje praticamente ela elabora o conteúdo
das ciências que se dedicam ao estudo do sistema nervoso, pesquisadores em
educação tem tido postura otimista de que as descobertas em neurociências
contribuam para as teorias e praticas educacionais.
A construção do conhecimento já não é produto
unilateral de pessoas isoladas, mas de uma vasta colaboração cognitiva
distribuída, da qual participam aprendizes humanos, sistemas cognitivos
naturais e "artificiais", o individuo está no centro pois o
conhecimento é a moeda desta nova era que por sua vez, é incorporado ao
individuo ou seja não é impessoal. Como preparar o indivíduo para atuar neste
novo contexto?
O destino do cérebro depende de estímulos, da
escola, da família e do meio ambiente, além de elementos essenciais que
influenciam na aprendizagem, ambiente, idade, genética, nutrição,
psicológico, áreas corticais e principalmente motivação.
É fundamental que educadores professores,
escolas, universidades, entendam que são os sentimentos que impulsionam a
aprendizagem positiva ou negativamente, compreendendo que o aluno é um ser
emocional que pensa, coerente com esta nova visão é importante que os mestres
aprendam a "ler e entender" as emoções de seus alunos procurando
lidar de forma adequada, com elas o aluno constrói através de diálogo,
conhecimentos com colegas, professores e pessoas desenvolvendo competências e
valores essenciais a fim de que possa viver junto á família, a sociedade e no
futuro ao exigente mundo do trabalho.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Sabe-se que está longe de se apresentar ideias
conclusivas sobre a Neurociência, pois é uma ciência em constante evolução
que muda a cada instante, por isso faz parte de um processo trabalhoso e que
deve ser realizado a médio e longo prazo. Acreditar que a dificuldade de
aprendizagem é responsabilidade exclusiva do aluno ou da família, ou somente
da escola é, no mínimo, uma atitude ingênua perante a grandiosidade que é a
complexidade do aprender.
A neurociência pedagógica busca apoiar junto a
outras disciplinas, o educando na direção do conhecimento pleno, a
importância das atividades neuroeducacionais onde ao apontar transformação no
sistema, ressalta os vínculos dos fenômenos plásticos cerebrais com o
desenvolvimento do sistema nervoso.
Ela traz em sua bagagem, mecanismos que despertam
nos profissionais da educação uma motivação no desafio de ensinar, é preciso
que se conheça a anatomia e a fisiologia da aprendizagem tendo no educador a
função onde o encorajamento e os estímulos positivos possam proporcionar
sensação de segurança, otimismo e confiança ao aprendente.
Pensar em uma Neuroeducação é pensar no futuro, é
um trabalho exaustivo e extenso onde os resultados naturalmente tem como
principio, as pesquisas, as buscas das soluções baseadas num trabalho
multidisciplinar tendo como estimulo as conquistas já obtidas ao longo do
tempo.
As respostas encontradas na elaboração deste
trabalho, são insignificantes em face de sua complexidade, a união de todos,
as pesquisas, novas respostas aos problemas apresentados os quais afetam
diretamente estudantes, professores, família e sociedade. É necessário
encurtar a distância entre as pessoas e a escola, hoje já bem menor assim
como são incompletas algumas informações sobre motivos que levam as estatísticas
apontarem o crescente número de crianças com distúrbios e transtornos.
O cérebro foi evolutivamente concebido para
perceber e gerar padrões quando testa hipóteses e a aprendizagem sendo uma
atividade social, os alunos precisam de oportunidades para discutir tópicos,
o professor deve propor situações em que aceite aproximações e tentativas ao
gerar hipóteses e junto com a família o ambiente de estudo deve ser
tranquilo, o que encoraja o estudante a expor seus sentimentos e idéias.
É necessário que haja uma ampliação dos
horizontes da e na escola frente a esta questão. Portanto, devemos priorizar
o trabalho Neuropedagógico na escola principalmente sobre aspectos
preventivos, já que se observa questões extremamente sérias, surgidas no
ambiente escolar, seja na relação professor- aluno, escola ? família que se
houvesse uma intervenção prévia ao problema talvez não se prolongasse e nem
tampouco se agravaria a ponto de impedir o desenvolvimento biopsico? social
da criança.
COMO A
NEUROCIÊNCIA ESTÁ INVADINDO AS SALAS DE AULA
A neurociência é o estudo do sistema nervoso. Ele
contempla diversas áreas como a medicina, química, biologia, matemática,
engenharia, linguística, entre outras. Com tantas ciências envolvidas, é no
mínimo um desafio pensar como as pesquisas de laboratório podem estar
presentes em sala de aula. Porém, como os exemplos a seguir deixam claro, o
relacionamento entre a educação e as pesquisas é uma realidade que tem
aprimorado cada vez mais o processo de aprendizagem e ensino.
Como a neurociência está ajudando a educação:
1. Ensino cognitivo
Mesmo em estágio inicial, o ensino cognitivo já
mostra sinais de que é um dos resultados mais promissores da relação entre a
neurociência e a educação. O ensino cognitivo é extensamente pesquisado na
Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, onde os programas de
álgebra desenvolvidos pelos pesquisadores já ajudaram os alunos a aumentarem
seus rendimentos em matemática.
2. Horário das aulas
Pesquisas no ramo da neurociência revelaram que
os padrões de sono das pessoas mudam de forma significativa enquanto elas
envelhecem. Além disso, os estudos mostram que os adolescentes necessitam de
mais descanso que outras faixas etárias e que suas capacidades cognitivas são
muito menores no início da manhã. Esses resultados já provocaram diversas
mudanças, inclusive na alteração dos horários de início das aulas para
estudantes do ensino médio. Apenas 30 minutos de diferença causam um enorme
impacto no humor e atenção dos jovens.
3. Variedade no aprendizado
Muitas pessoas acreditam que a repetição é melhor
maneira de aprender e reter conteúdos, mas pesquisas recentes mostram que os
estudantes aprendem mais quando suas aulas são espaçadas em horários diferentes,
ao invés de concentradas em um único episódio. Os resultados desses estudos
têm sido colocados na prática por professores que apresentam as informações
de maneiras diferenciadas, pedindo aos alunos que resolvam problemas usando
múltiplos métodos e não memorizando apenas uma maneira de solucioná-los.
4. Aprendizado personalizado
A anatomia de nossos cérebros pode ser similar,
mas a maneira como cada um aprende não é. Sabemos isso por experiência
pessoal, mas a neurociência começa a demonstrar cientificamente. Ferramentas
de ensino são desenvolvidas para que adaptem às necessidades individuais de
cada um e professores procuram encorajar maneiras personalizadas que os
alunos podem usar para aprender melhor e com mais eficiência.
5. A perda de informações
Uma experiência vivida por muitos estudantes
quando voltam das férias é a sensação de que se esqueceram de tudo que foi
aprendido no semestre anterior. Pesquisas mostram que isso é realmente
verdade. Os resultados revelam que, além disso, pessoas que costumam manter o
hábito de exercitar seus cérebros continuamente, por exemplo, com livros mais
difíceis, possuem mais conexões e variedades de ligações neurais. Como consequência,
muitas escolas estão diminuindo o tempo de férias ou desenvolvendo
cronogramas de atividades anuais para que os alunos reduzam o tempo que
passam fora da escola e não prejudiquem sua memória e rendimento.
6. Problemas de aprendizado
As pesquisas realizadas pela neurociência estão
facilitando o processo de identificação de alunos com problemas de
aprendizado, como a dislexia, e ajudando-os a identificar intervenções que
podem melhorar seus desempenhos.
7. Diversão em sala de aula
É cada vez maior a evidência de que a diversão é
uma experiência muito positiva para o aprendizado. Isso acontece porque
experiências satisfatórias fazem com que o corpo libere dopamina, ajudando o
cérebro a se lembrar dos fatos com mais agilidade. Um ótimo exemplo de como
isso funciona é o Khan Academy, um portal de aprendizado online que desafio
os alunos a completarem desafios e tarefas para que ganhem distintivos.
8. A importância do estudo em grupos
O estudo em grupos é extremamente eficiente para
o desempenho acadêmico. Uma pesquisa realizada em 2011 pela neurologista Judy
Willis mostrou que estudantes que trabalham em grupos experimentam um aumenta
na liberação de dopamina, ajudando os alunos a lembrar mais das informações
em longo prazo. A pesquisadora descobriu que, além disso, aprender em grupos
pode reduzir a ansiedade dos estudantes.
9. Neuroeducação
Se você nunca ouviu falar da neuroeducação, então
é hora de se atualizar. Atualmente, no Brasil, já possuímos até mesmo
pós-graduação nessa área. Por meio da prática é realmente possível mudar a
forma como nosso cérebro é estruturado, acrescentando mais conexões cerebrais
e mudar os padrões neurais por meio da neuroplasticidade permitida pelos
nossos neurônios.
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3026-1979-UESA - Rio de Janeiro- RJ e Tutora EAD do www.chafic.com.br e
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*Lana Cristina de Paula Bianchi, Fonoaudióloga, Pedagoga,
Psicopedagoga, Atuação em Neurociências em Crianças e Adultos na FAMERP-
FUNFARME- São Jose Rio Preto- SP- Especialista em linguagem no Projeto Gato
de Botas- Distúrbios de Aprendizagem; www.projetogatodebotas.org.br; CRFª:
2907- 1982- PUCC- Campinas-SP- Profª na Disciplina de Psicologia-UNILAGO- São
Jose Rio Preto-SP- Linguagem e Cognição- 2010- Orientadora em monografias no
curso de pós-graduação de Psicopedagogia- Famerp- 2010- Campo de pesquisa:
Linguagem infantil e adulto-
Fontes Adicionais:
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