Blog “Genialidade e
Superdotação”, de autoria de Superdotado Álaze Gabriel.
PREFÁCIO
A Neuropsicopedagogia é uma área de conhecimento e
pesquisa na atuação interdisciplinar, voltada para os processos de
ensino-aprendizagem, que integra avaliação e a intervenção em situações que
envolvam esses processos no plano individual ou coletivo. Ela ainda é
considerada uma práxis (prática fundamentada em referenciais teóricos) e não
uma ciência. Entende-se como:
“Área de
estudo das neurociências na qual
objetiva a análise dos processos cognitivos, potencialidades pessoais e perfil
sócio – econômico, a fim de construir indicadores formais para a intervenção
clínica frente aos educandos padrões
com baixo desempenho e que apresentam disfunções
neurais devido a lesão neurológica de origem genética, congênita ou adquirida.”
O neuropsicopedagogo é o profissional que vai
integrar à sua formação psicopedagógica o conhecimento adequado do
funcionamento do cérebro, para melhor entender a forma como esse cérebro
recebe, seleciona, transforma, memoriza, arquiva, processa e elabora todas as
sensações captadas pelos diversos elementos sensores para, a partir desse
entendimento, poder adaptar as metodologias e técnicas educacionais a todas as
pessoas e principalmente, aquelas com características cognitivas e emocionais
diferenciadas.
O neuropsicopedagogo terá que estar em busca
constante dos necessários conhecimentos sobre as anomalias neurológicas,
psiquiátricas e distúrbios existentes, para desenvolver um trabalho
de acompanhamento pedagógico , cognitivo e emocional das pessoas que
apresentem essas sintomatologias. O profissional de neuropsicopedagogia,
portanto, é um dos elementos mais importantes para desenvolver e estimular
novas "sinapses", para um verdadeiro processo
ensino-aprendizagem. O profissional dessa área poderá desempenhas funções como:
• Modalizar patogênia frente aos T.A.S. (Transtorno de Ansiedade Social);
• Reorganizar fases neurais frente aos T.A.S,
refazendo engramas equivocados devido a lesão neurológica;
• Identificar panorama cognitivo pós lesão a fim de
adequar o currículo;
• Promover adequação emocional do educando com
síndromes neurológicas / condições neuropsiquiátricas ao contexto de grupo.
• Assessoramento técnico frente a instituições
voltadas ao trabalho de Educação Especial Inclusiva, Atendimento Clínico ou, em
mais recente proposta, no apoio ao trabalho com a Saúde Mental.
O especialista em Neuropsicopedagogia terá as
seguintes competências:
• Atuação frente ao desenvolvimento cognitivo
humano e profilaxia frente os T.A.S;
• Elaborar publicações científicas frente as
técnicas de reabilitação / prognóstico em periódicos da área ou afins;
• Postura Interdisciplinar,dinamismo e ética;
• Visão sistêmica dos processos;
• Polivalência teórica mantendo a especificidade em
sua área de atuação;
• Elaborar pareceres técnicos,laudos e outras
comunicações profissionais;
• Produção de saberes a partir de capacitações e
reflexões frente a sua práxis;
PRINCIPAIS DESSEMELHANÇAS ENTRE A
NEUROSICOPEDAGOGIA E A PSICOPEDAGOGIA
A Neuropsicodepagogia:
Sua análise está inserida no contexto em que se
desenvolve o processo de aprendizagem; a leitura dos problemas que emergem da e
na interação social voltada para o sujeito que aprende; busca compreender os
fatores que intervêm nos problemas, discriminando o particular e o geral, o
específico e o universal, na busca de alternativas de ação para uma mudança
significativa nas posturas frente ao ensinar e ao aprender, pautada em uma
essência específica e diferenciada da psicopedagogia.
A Psicopedagogia:
A Psicopedagogia é a especialidade que investiga e
compreende o processo de aprendizagem e suas dificuldades. É uma prática que
investiga novas formas de aprender. Pesquisa as causas e não só os
sintomas do não aprender. Ela tem caráter preventivo e terapêutico. É a área de
estudo da neuropsicologia que avalia,diagnostica, estuda e intervenciona frente
a aprendizagem humana e suas intercorrências considerando a compreensão
do sujeito enquanto aprendiz, dotado de complexidades, peculiaridades e
inseguranças, sendo obrigado a tomar decisões avaliativas além ou aquém de sua
realidade cognitiva.
NEUROPSICOPEDAGOGIA E ALTAS
HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO
RESUMO
Este estudo teve como objetivo fazer uma caminhada
pela realidade educacional e contextos escolares da educação especial de alunos
com altas habilidades / superdotação. Caracterizando e conceituando o seu
perfil, as propostas teóricas comparadas à realidade regional. Destacando-se a
necessidade de cumprir a resolução da inclusão, baseados na declaração de
Salamanca e a formação dos profissionais ligados a esta clientela,
instrumentalizando-os visando a formação integral deste alunado do ponto de
vista cognitivo e emocional.
Pois “tão
grave ou pior de que o uso indevido de recursos públicos é o desperdício de
talentos”. ABAHSO
“A mais bela viagem não é aquela que nos apresenta
novas vista de panoramas, mas aquela que nos dá novos olhos para vermos nas
mesmas coisas aquilo que não havíamos visto antes”. Proust
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho parte da percepção de que a educação
tradicional vem trabalhando com um modelo pouco flexível e criativo de ensinar
e avaliar, limitando-se, a padrões rígidos e classificatórios, considerando os
alunos como se tivesse um único padrão de desempenho e aprendizagem, o que
dificulta o processo ensino-aprendizagem que respeita as diferenças. Partindo
deste contexto, e considerando que o aluno com altas habilidades, talentoso e
superdotado é um indivíduo com desempenho brilhante em alguma ou em algumas
áreas do conhecimento, acima da média, podendo apresentar dificuldades ou
desinteresse em outras. Surge aí uma questão desafiadora; como trabalhá-los
incentivando seus talentos e respeitando suas características individuais.
Diante deste desafio e conhecedores que o Brasil, assim como o mundo, precisa
desenvolver estas habilidades, incentivando lideranças, artistas, desportistas,
matemáticos, diplomatas... Visando o desenvolvimento pessoal, cognitivo e
emocional, do aluno de altas habilidades para prestarem grandes contribuições
no desenvolvimento da sociedade brasileira e mundial. Deparamos com problemas
como: métodos poucos flexíveis e criativos que a maioria das nossas
instituições vem praticando, somado ao desconhecimento sobre altas habilidades,
que muitas vezes não são detectados, sendo tratados como hiperativos,
inquietos, intolerantes e irreverentes deixando de serem estimulados, ficando a
margem e rotulados. Muitas vezes professores pela ausência de formação e
material de estudo, buscam fórmulas prontas para trabalhar, pois quase inexiste
projeto para o reconhecimento, incentivo e trabalho com estes alunos. Recursos
humanos de suma importância para a humanidade por parte de Prefeituras, Governo
e ONGS. Uma vez, que a educação inclusiva acontece em escolas regulares, aonde
a flexibilidade, criatividade, o questionamento, o ir além é um tabu. Isto gera
um desconforto, pois não existe um modelo pronto, sendo necessário que o
professor se instrumentalize, apresente materiais que incitem a imaginação,
aceitando que o aluno utilize perspectivas diferentes, trabalhando de forma
pouco convencional. Tornando-se necessário que a instituição e professores se
reestruturem para este trabalho, muitas vezes beneficiando a todos, pois é na
troca, na heterogeneidade de pensamentos e potenciais de cada indivíduo que o
grupo se desenvolve.
Partindo destas constatações se faz necessário,
questionar a formação acadêmica do professor, psicólogo, psicopedagogo, pois,
estes profissionais deveriam sair da Universidade com o conhecimento para
trabalhar altas habilidades, pois as próprias Universidades se deparam com uma
pequena quantidade de material de pesquisa sobre o assunto.
2. AS INSTITUIÇÕES E O EDUCANDO COM ALTAS
HABILIDADES
As instituições escolares devem estar atentas ao
aluno que não se enquadra no terno pedagógico, de alunos que reproduzem,
aceitam e muitas vezes não questionam que vão além. Sendo de suma importância o
reconhecimento de pessoas talentosas, verdadeiro tesouro para o progresso e
evolução da sociedade, seja na área relacional, musical, esportistas, de
raciocínio.Se tornando urgente repensar e reestruturar as posturas pedagógicas
das escolas e Universidades na educação brasileira.
Portanto, temos como objetivo maior aprofundar
conhecimentos repensar posturas, abrindo portas de novas alternativas no
processo de ensino aprendizagem, para com os alunos com altas habilidades.
Superando mitos e preconceitos, sem supor que o mesmo, deverá ter um desempenho
de destaque em todas as áreas do conhecimento, compreendendo seus interesses,
caracteres pessoais cognitivos e emocionais, baseados em suas potencialidades.
Buscando em várias correntes, recursos teóricos e
práticos, refletindo como é importante ter uma postura flexível, criar,
questionar nossa prática como educadores, psicólogos e psicopedagogos.
Trabalhando de forma humana, integradora e construtivista, envolvendo o alunado
na construção do conhecimento, desenvolvendo uma boa autoestima e autonomia
voltada para atividades do dia-a-dia e sua colocação futura no mundo,
dependendo da estimulação, incentivo e a possibilidade de se experimentar, se
conhecer, se questionar, criar na interação escolar e em seu meio. Valorizando
suas competências trabalhando com projetos, pesquisas e situações problema.
Usando como metodologia observações e questionários
sobre a realidade regional, assim como, pesquisas através de leituras de livros
e na internet.
As práticas pedagógicas atuais desencorajam aqueles
que refletem que questionam os outros, ocasionando um desperdício das
possibilidades intelectuais e criativas em função de uma visão pessimista de
recursos e possibilidades de cada indivíduo, principalmente em classes menos
favorecidas. Pois é fato que o ser humano tem feito uso de uma parcela muito
limitada de seu potencial criador, permanecendo muitas capacidades inibidas por
falta de estimulo, de encorajamento ou de ambiente favorável ao seu
desenvolvimento.
No dia a dia da realidade escolar é comum acontecer
que alunos habilidosos não sejam estimulados. Pois num país repleto de
carência, não se considera prioritário o atendimento diferenciado para quem já
foi beneficiado com um dom especial. Cupertino, 1999, diz: que os superdotados
estão escondidos nas salas de aulas comuns, como que se seus talentos fossem
invisíveis. Muitas vezes a sociedade olha a superdotação numa perspectiva de
privilégio, associada geralmente a competência acadêmica. Considerando que
esses alunos dispensariam qualquer atendimento especializado. Segundo
Cupertino, 2008, essa leitura tem gerado situações de segregação e / evasão
escolar, inclusive com o encaminhamento desses alunos para serviços voltados a
deficiência cognitiva ou problemas comportamentais.
Tanto Roger (1959) como Rollo May (1982) apud
Alencar foram enfáticos em apontar o fracasso da escola no processo de
favorecer a criatividade, dando ênfase exagerada no conformismo, na passividade
e estereotipia ou limitando as possibilidades de escolha e liberdade de ação,
bem com dificultando a exploração de novas idéias e novas possibilidades.
A Declaração de Salamanca, (Unesco & Ministério
da Educação e Ciências da Espanha 1994), veio a influenciar as decisões
políticas brasileiras junto ao Ministério de Educação no que diz respeito a
debates sobre conceitos indicadores, políticas sociais e a atenção educacional
dispensada ao alunado com necessidades educacionais especiais.
Consta na Declaração de Salamanca, entre outros
aspectos que:
- Cada criança tem características, interesses,
capacidades e necessidades de aprendizagem que lhe são próprias;
- Os sistemas educativos devem ser projetados e os
programas ampliados de modo que tenha em vista toda gama dessas diferentes
características e necessidades;
- Os programas de estudo devem ser adaptados as
necessidades das crianças e não ao contrario, sendo que os que apresentam
necessidades educativas especiais devem receber apoio adicional no programa regular
de estudos ao invés de receber um programa de estudo diferente.
- Os administradores e os orientadores de
estabelecimentos escolares devem ser convidados a criar procedimentos mais
flexíveis de gestão, a remanejar recursos pedagógicos, diversificar as ações
educativas, estabelecer relações com pais e comunidade.
- O corpo docente e não cada professor deverá
participar da responsabilidade do ensino ministrado a crianças com necessidades
especiais.
Esse avanço do pensamento político em torno da
educação inclusiva abre os horizontes das políticas educacionais, mas traz para
a escola a difícil tarefa de romper com paradigma tradicional e propor ações
mais amplas que estejam de acordo com a necessidade histórico-culturais da
comunidade que a cerca. Pois são as experiências que os alunos têm na sala de
aula em seu cotidiano, que definem a sua participação e a gama total de
experiências de aprendizagem oferecidas no contexto escolar.
O Parecer nº 17/2001, alerta para o fato de que os
alunos superdotados e talentosos fazem parte da comunidade excluída e
permanecem à margem do sistema educacional. “São tidas como trabalhosos e
indisciplinados”, deixando de receber os serviços especiais de que necessitam,
como por exemplo, o enriquecimento e o aprofundamento escolar. Para o Conselho
Nacional de Educação e a Câmara de Educação Básica (2001), esta população
necessita de estimulações especificas e não aceitam a rigidez curricular
escolar.
3. RESISTÊNCIAS DOCENTES
Uma preocupação constante dos educadores é a presença
em sala de aula de alunos com características fora do padrão da classe, sendo
um desafio para o professor trabalhar com este aluno, e reconhecendo com
facilidade os alunos que apresentam dificuldades, muitas vezes havendo consenso
de que precisam de atendimento extra. Em contra partida os alunos que
apresentam um desempenho acima da média, destacam-se em alguma área, tem uma
grande motivação e interesse, são criativos ou possuem habilidades de
lideranças, esses alunos na maioria das vezes tem apenas reconhecimento, de que
é ótimo aluno, com a certeza de que este aluno terá um futuro brilhante.
(ALENCAR; FLETH: 2001)
Percebe-se esta realidade bem clara na região, pois
em um questionário aplicado a Supervisores escolares, constata-se o
desconhecimento dos conceitos teóricos e práticas pedagógicas voltadas para
alunos com altas habilidades/superdotação, e consequentemente a dificuldade de
identificar comportamentos que podem caracterizar estes alunos, através da
lista organizada pelo Mec. Revista nova escola abril de 2009.
O superdotado pode ter qualquer perfil, do mais
bagunceiro, ao braço direito da professora, passando pelo tímido. O que o torna
diferente é a habilidade acima da média em uma área especifica do conhecimento.
Podendo ter razões genéticas ou ter sido moldado pelo ambiente, ou os dois
fatores combinados. O professor deve estar atento no desenvolvimento de
interesse muito maior por um determinado assunto, prestando atenção alunos com
vocabulários avançados, perfeccionistas, contestadores, sensíveis a temas mais
abordados por pessoas mais velhas que o aluno, e que não gostam de rotina.
O aluno com altas habilidades pode apresentar
capacidade intelectual geral, aptidão acadêmica especifica pensamento criativo,
capacidade de liderança, talento especial para artes, capacidade psicomotora
superior... Trata-se de um aluno muitas vezes independente, persistente, auto
direcionado, inquisitivo, cético, mostrando censo comum e pode não tolerar
tolices, mostra percepções e conclusões incomuns, versátil tem interesse acima
da sua idade cronológica, resiste à rotina e repetições, expressa idéias e
reações freqüentes de forma argumentativas, é sensível a verdade e a honra.
Renzulli apud Sabatella afirma que somente uma
habilidade superior não é considerada um indicativo suficiente para
caracterizar altas habilidades, precisa haver também, grande motivação para
usar a habilidade, devendo ser expressa de modo criativo ou em um grau incomum.
Pg. 108. O autor usa uma figura composta pela intersecção de três círculos,
concepção dos três anéis, que diz que a superdotação é o resultado da interação
de três fatores: habilidade acima da média, envolvimento com a tarefa
(motivação) e criatividade.
Sendo necessário que o profissional a assumir como
professor tenha clareza dos muitos aspectos constituintes da missão a ser
realizada. Ter metas e objetivos, saber o que vai trabalhar e ensinar, mas sem
perder de vista, em nenhum momento, para quem está ensinando e é disso que
decorre o como realizar.
Pois se a produtividade e a flexibilidade
normalmente não chegam a distorcer as relações professor-aluno, o comportamento
original costuma predispor negativamente o professor não criativo frente ao
aluno inquieto, “extravagante”, “indisciplinado”, “perturbante”,
“impertinente”... Como costuma a ser qualificado. La Torre, pág.29.
Acolher, integrar, ensinar inclui dar conta das
diversas tarefas do processo ensino-aprendizagem, ou seja, a do aluno concreto,
real, seu interesse, conhecimento, estratégia de ensino e contexto cultural
histórico em que se situam somado ao compromisso e responsabilidade com o
aluno, permitindo avançar na exigência da compreensão da pessoa no processo de
ensinar e aprender.
Os alunos em geral, e em especial de altas
habilidades necessitam de situações desafiadoras que lhe permitam experimentar
o desequilíbrio cognitivo e emocional para que, ao enfrentá-los, atinjam meios
e estratégias de superação que contribuam para sua autonomia, elevação da
autoestima e apropriação do conhecimento acadêmico, visando seu desenvolvimento
integral cognitivo, afetivo e social.
TEVAH (2005), sempre acreditou que o principal
desafio das pessoas é ter a capacidade de evoluir. Ele afirma: “acredito que
somos dotados de enormes qualidades, predicados que nos dão à base para que
possamos alcançar uma vida repleta de realizações, tanto do ponto de vista
profissional, como do ponto de vista pessoal”. Entretanto, será a partir da
nossa capacidade de aprender mais a cada dia, que surgirá o êxito dos projetos
adotados em nossas vidas.
O Universo sofre constantes mudanças, algumas
pessoas têm habilidades de prever e perceber com sensibilidade à necessidade
que surge a partir de um novo tempo, e repensam as próximas modificações
necessárias, sendo estas pessoas que se destacam e possui estas habilidades,
estão sempre a frente, adotando novos paradigmas, como diria Walt Disney:
“Criatividade é como ginástica, quanto mais se exercita mais forte fica.”.
Em contrapartida quando o ensino é massificado,
existe uma burocracia excessiva, acontece de forma mecanicista, o conhecimento
se torna reprodutivo e estanque, ficando desprezada a parte criativa e
subjetiva. A educação deve ser voltada para a cidadania plena, trabalhando as
diferenças de modo que elas enriqueçam o aprendizado de todos. Igualdade não é
homogeneidade, as diferenças são produzidas a todo instante, e não podem ser
passivamente toleradas. A diferença é que deve ser considera como padrão, pois
o normal é seja diferente do outro com suas habilidades, dificuldades,
destaques e características pessoais.
Gadner, 1995, desenvolve sua teoria, das
inteligências múltiplas, onde os alunos teriam destaques e interesses nas áreas
do conhecimento relacional, motor e sensorial. Nominando as nove inteligências:
lingüística, lógico-matemática, musical, espacial, corporal, cinestésica,
interpessoal, intrapessoal e naturalista. E em 1998 acrescentou: “Nem todos os
gênios monozigóticos (nem sequer os clones), tem a mesma amálgama de
inteligência, os indivíduos desenvolvem, a partir de suas experiências, únicas,
perfis da inteligência indiossincrática, própria de cada pessoa”.
William James formula a hipótese do grau de
aproveitamento das potencialidades humana, afirmando que a pessoa normal,
saudável e produtiva faz uso aproximadamente de 10% de sua capacidade.
Vive-se numa sociedade que ensina desde cedo a
resguardar a curiosidade, a evitar situações que poderiam redundar em
sentimento de perda ou de fracasso. Desenvolvendo uma atitude negativa com
relação ao comportamento de correr risco e experimentar, priorizando a busca de
segurança. Aprende-se desde cedo, que os comportamentos mais valorizados no
contexto familiar e da escola não são os que levam a exploração, a descoberta e
muitas vezes ao crescimento.
Percebe-se ao pesquisar na literatura que
arquitetos famosos, escultores, matemáticos, pianistas, campeões olímpicos e
pesquisadores de destaques, em seus lares eram comuns os pais terem tidos o
grande respeito por sua forma de pensar e agir, demonstrando confiança nas
habilidades, proporcionando a seus filhos a oportunidade de tomada de decisões.
Confirmando que as forças modeladoras da criatividade são muito mais complexas
do que poderia supor, exercendo influência a escola, os pais, outros
familiares, os colegas e fatores: culturais e sociais.
Segundo Alberto Dellísola, 2010, a criatividade
possui importância fundamental no desenvolvimento cognitivo humano. A criança
deve ser estimulada a explorar seu campo criativo, e, com o passar do tempo,
continuar realizando atividades criativas é fundamental para o desempenho
operacional cerebral.
Outro aspecto relevante é que alunos talentosos,
com freqüência sofrem pressões de seus pares menos criativos. A necessidade de
ser aceito pelo grupo é muito forte, tanto no caso de crianças como no de
adolescente ou mesmo em adultos. Eles muitas vezes deixam de apresentar uma
produção criativa ou expressar pontos de vista originais para não perderem
amizade dos colegas ou para não sofrerem as pressões dirigidas aos que divergem
do grupo.
Sendo que o clima educacional existente na sala de
aula e os procedimentos utilizados pelo professor são também fatores que
contribuem para favorecer ou inibir expressões criativas dos alunos. Métodos de
ensino que estimulem o aluno a pensar de forma independente, a testar suas
idéias ou se envolver em atividades que agucem a sua curiosidade e que requer o
emprego de diferentes habilidades intelectuais, psicomotora, artísticas e
relacional favorecendo a expressão criadora. Por outro lado a adoção de um
modelo de ensino, que a ênfase é colocada na memória e não na compreensão,
cabendo prioritariamente ao professor transmitir aos alunos os conteúdos do
programa de tal forma que este seja capaz reproduzir, tende a inibir a
criatividade.
Guilford diz que a criatividade é a chave da
educação, em seu sentido mais amplo, e a solução dos problemas mais graves da
humanidade. 2008.
Pois segundo Augusto Cury, 2006, a produção de
conhecimento pode parecer simples, aparentemente, mas a “construtividade do
pensamento” é sofisticada e altamente rica. Envolvendo uma psicodinâmica
“evoluidissima” nos bastidores da mente, sendo fator determinante na produção
de pensamento consciente, expresso nos quadros de pintura, nas relações humanas,
na literatura, nos discursos dialético-científicos, enfim os mais variados
aspectos da existência. O autor sugere a “tríade da arte da pesquisa”, que
envolve a arte de perguntar, duvidar e criticar, fazendo uso da “análise
multifocal” das variáveis que contribui para a construção do pensamento.
É preciso também reformular a imagem do aluno ideal
onde a obediência, passividade e conformismo, ocupam o lugar central, para se
incluir a coragem, ou compromisso, a dedicação, o entusiasmo, a iniciativa, a autoconfiança,
traços que contribuem para busca de novas respostas e novas soluções para as
questões existenciais, sociais e motivacionais.
A criatividade consiste em 99% de transpiração e 1
% de inspiração, pois a análise do processo criativo relatado por um grande
numero de compositores, poetas, matemáticos, artistas tem demonstrado que a
criação não surge apenas da inspiração do inconsciente da natureza
inexplicável, mas também do esforço, conhecimento, treino, trabalho e
envolvimento.
PRADO DIEZ (1999), “ Para mim a criatividade é um
múltiplo conjunto de formas e capacidades de pensamento criativo (inteligência
lógica analítica, que problematiza, simbólico-matemática, sinótica e
integradora, fluída, turbilhante, analógica...) mas sim um conjunto de formas e
estilos de expressão e complexos, que somente a energia criativa nos livrará
seus riscos”.
Juntando-se a este objetivo é necessário propor o
controle do rendimento criativo, já que se deixarmos crescer de forma selvagem
pode ser belo, natural, aparentemente tranqüilo, mas, não produtivo podendo
tender a atitudes negativas, como por exemplo: Fernandinho Beiramar. Sendo a
criatividade necessária para resolver problemas, ela não pode ser abandonada a
livre iniciativa.
Fazendo-se necessário criar um espaço para que o
cientista que existe dentro de cada aluno, que precisa de um espaço de
expressão de questionamento, verdadeiro coração da criatividade, a curiosidade.
Associado a valores morais e de controle da impulsividade, contribuindo para a
sociedade de forma ética e evoluída.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se com este artigo que alunos superdotados/
altas habilidades, requerem propostas educacionais diferenciados, propondo
adaptação e enriquecimento curricular, oficinas para desenvolver habilidades,
treinamentos, pesquisas e participação em sala de recursos. Tornando-se
necessário a (re) significação, das práticas pedagógicas, respeitando as
diferenças individuais, as múltiplas inteligências e varias leituras de mundo.
É compromisso do grupo escolar: direção, supervisão, professores elaborar
propostas pedagógicas flexíveis e criativas, meios para contribuir com o
desenvolvimento e aperfeiçoamento das habilidades apresentadas pelos alunos,
orientando a família para acompanhamento, estimulação, propor atividades
extraescolares: culturais, esportivas, vivenciais. Afim de não se perder esse
precioso momento em que um talento esta sendo descoberto Pois talentos
estimulados e desenvolvidos terão grandes realizações para o individuo e para
sociedade, e mal conduzidos poderão ser geradores de lideres negativos,
estrategistas voltados ao crime e a corrupção.
Há duas razões importantes para se ampliar o
atendimento a crianças com superdotação/altas habilidades no Brasil; uma
perpassa a questão legal, uma vez que o oferecimento a oportunidades
educacionais diferentes a alunos com potenciais diversos é uma determinação
legal, e a segunda é que estes indivíduos trabalhados e bem conduzidos em
termos cognitivos e afetivos poderá garantir a formação de adultos capazes de
resolverem os inúmeros problemas que preocupam o país e o mundo.
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Fontes Adicionais:
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