Desenvolvendo-se
muito mais rápido que as outras crianças, os superdotados acabam se tornando, desde
a infância até a juventude, pessoas
vulneráveis, e as mães estão conscientes dessa vulnerabilidade. São
alvos de críticas maliciosas na educação infantil por parte dos professores
leigos no assunto, incapazes de diagnosticar a superdotação. São alvos da
arrogância e da inveja alheia na mesma proporção em que seus extraordinários
talentos vão se tornando notáveis no meio acadêmico, profissional, esportivo,
religioso, familiar, enfim, social de uma forma geral. Não raro são
perseguidos, difamados, caluniados, ridicularizados e expulsos de organizações
insensíveis e/ou leigas no assunto.
Os
superdotados já não podem mais ser ignorados. Nossa sociedade tem muito a
desfrutar de seuas realizações, mormente na sua fase adualta, isso se os mesmos
receberem desde a tenra infância todo o apoio de que necessitam. O temor
paterno e materno de "O que vai acontecer com o meu filho?" sobe em suas
gargantas; decerto devem chamar um especialista para orientação sobre os
progressos de seu filho. Apesar do mito de que "Todos os pais pensam que
os filhos são superdotados", nove em cada dez dos pais, que fazem um
telefonema para o Centro de Desenvolvimento de Superdotados estão
indubitavelmente corretos.
A visão de
conquista da superdotação tem estado conosco desde o início, com Sir Francis
Galton (1869), estudioso sobre homens brilhante em nossa sociedade. Hoje,
os educadores ainda estão procurando as crianças que têm o potencial de ser
homens brilhantes, superdotados e/ou gênios. A
criança superdotada na escola é, sem dúvida alguma, vencedora de concursos,
ganhadora de graus e prêmios, tanto na adolescência como na juventude e na sua
vida adulta. Gosta de participar de várias organizações simultaneamente.
Apresenta diligência, criatividade, inteligência, capacidade de liderança,
hipersensibilidade, percepção extra-sensorial e interesse social
multidisciplinar ímpares. Note que a superdotação é a fusão concomitante de
todos esses elementos em
um nível hipermegaultraavançado.
A sociedade
exige muito dos superdotados, muitas vezes rotulando-os de perfeitos ou donos
da verdade. Lembremo-nos de que nem Jesus Cristo, embora perfeito, não sabia
tudo (Vide em Mateus 24:36); Einstein, Freud, Darwin, Newton, Galileu Galilei,
Bháskara, Karl Marx, Da Vinci, Betoween, dentre outros gênios da humanidade
jamais foram perfeitos tampouco sabiam tudo. Logo, superdotação não é sinônimo
de oniciência ou perfeição. A superdotação é mentalidade hiperdenvolvida,
intelectualidade muito acima da média da população mundial, por isso denominada
“superior”, espiritualidade e competência incomparável com a dos demais humanos
imperfeitos. Claramente, os superdotados são os indivíduos com maior potencial
para a realização em nossa sociedade competitiva. A sobredotação ou superdotação é
tudo isso. Nossos superdotados podem e devem ser aproveitados para nos ajudar a
solucionar os gargalos sociais do mundo, como, por exemplo, o da gestão de
recursos humanos nas organizações, o da logística mundial, o da produtividade
de recursos para o século XXI, o da crise econômica e energética mundial,
dentre outros, como o controle das calamidades advindas de fenômenos físicos
como enchentes, furações, tsunamis, avalanches, terremotos, maremotos,
tempestades, etc. Não há motivos justos para discriminarmos ou excluirmos de
nosso meio tais pessoas tão talentosas e úteis.
Quando nós
igualamos superdotação com a realização na escola, ou com o potencial para a
realização notável na vida adulta, criamos um critério desigual para crianças
de cor, as crianças que são economicamente desfavorecidos, e as do sexo
feminino. Ao
longo da história, aqueles que alcançam a genialidade foram predominantemente
do sexo masculino de classe brancos, médio ou superior (Hollingworth, 1926;
Silverman & Miller, 2007). A
título de contraste, superdotação é daltônico, é encontrado em proporções
iguais em homens e mulheres (Silverman & Miller, 2007), e é distribuído em
todos os níveis sócioeconômicos (Dickinson, 1970). Enquanto
o percentual de alunos superdotados entre as classes superiores pode ser maior,
a grande maioria das crianças sobredotadas vêm das classes mais baixas (Zigler
& Farber, 1985). Em
todo o mundo, há mais pobres crianças superdotadas do que os ricos.
Longe de ser
"elitista", programas de escolas públicas para crianças superdotadas já
têm permitido que crianças economicamente desfavorecidas ou socialmente
vulneráveis recebam as oportunidades de que necessitam para desenvolver seus
talentos. Aqueles
que querem suprimir as classes para os talentosos estão penalizando os pobres
talentosos, porque os ricos podem pagar ensino privado. E
muitas famílias de classe média estão escolhendo a seus filhos uma espécie de educação
domiciliar dirigido pelos próprios consanguíneos diretos – os pais e os irmãos
de sangue, forçando-os, muitas vezes, a reaprender dia após dia o que eles já
sabem, privando-os, em contrapartilha, de desenvolverem seus dons a seu próprio
ritmo, isto é, proporcionalmente à suas capacidades.
Então, o que é
a superdotação? É a realização social,
conforme visto pelos pais ou o desenvolvimento humano, conforme visto pelas
mães? As mães têm razão. É
avanço do desenvolvimento humanoa que pode ser observado na primeira infância. Mas a criança não
avança igualmente em todas as áreas. Não
raro, os superdotados sofrem de algum tipo de dissincronia, quer intelecto-emocional,
quer intelecto-psicomotora, quer de linguagem e pensamento. O primeiro tipo de
dissincronia alude ao desacompanhamento entre o desenvolvimento intelectual e o
afetivo/emocional do superdotado, por exemplo, quando um pré-adolescente de 10
anos é notavelmente mais inteligente que sua classe, mas quando inserido numa
turma mais adiantada, não consegue acompanhá-la devido à incompatibilidade do
seu emocional com a dela, como que tendo inteligência de 15 mas emocional de
10. O segundo tipo de dissincronia alude-se ao desacompanhamento entre o
desenvolvimento do intelecto e da coordenação motora do superdotado, demorando
ele para desenvolver o gatinhar, o andar, o falar, o andar de bicicleta, o
andar de moto ou de algum outro meio de transporte, mas, por outro lado,
destacando-se notavelmente em raciocínio lógico, compreensão espaço-temporal,
resolução de problemas e conflitos, dentre outras áreas. Já o terceiro tipo de
dissincronia existente, é o que se refere ao desacompanhamento entre a
linguagem e pensamento do superdotado com a linguagem e pensamento das pessoas
normais em geral; [grifo acrescentado - é o que eu, superdotado Álaze Gabriel
sofro]. No geral, quanto a esse último tipo de dissincronia podemos dizer que
apesar de os normais e os superdotados, amiúde, compartilharem de mesma
gramática, ortografia e sintaxe, apresentam, não raro, semânticas extremamente
dessemelhantes ao pronunciarem as mesmas construções frasais.
Rita Dickinson
(1970), o fundador da educação de superdotados no Colorado, informou que uma
grande porcentagem de crianças superdotadas testadas quanto à inteligência e
cognição nas escolas públicas de Denver foram encaminhados a tratamentos
específicos em virtude de problemas de comportamento. Ela
descobriu que pelo menos metade dos seus pais não tinha ideia de que seus
filhos eram superdotados, e quando os pais não os reconhecem da forma como seus
filhos são, a escola também não. As
crianças sobredotadas com maior probabilidade de serem esquecidas eram as de
baixo nível sócioeconômic ou culturalmente diversificada, ou ambos.
Nos E.U.A, os
meninos são muito mais propensos a serem levados para os testes de superdotação
e inteligência do que as meninas. No
Centro de Desenvolvimento de Superdotados, 60% das 5.200 crianças testadas ao
longo dos últimos 28 anos são do sexo masculino e 40% são do sexo feminino. Os
meninos são mais propensos do que as meninas para agir quando eles não são
suficientemente estimulados na escola. Por
isso, eles são mais propensos a chamar a atenção de seus pais à preocupação. É
essencial para as meninas talentosas ser identificadas precocemente, antes de
se esconder.
As crianças
sobredotadas e adultos veem o mundo de forma diferente por causa da
complexidade de seus processos de pensamento e sua intensidade emocional. As
pessoas costumam dizer-lhes: "Por que você fazem tudo de modo tão
complicado?", "Por que vocês levam tudo tão a sério", "Por
que tudo é tão importante para você?". Na realidade, os uperdotados são
"muito" de tudo. São muito sensíveis aos problemas e conflitos
sociais, sejam eles étnicos, raciais, religiosos, políticos, econômicos,
ideológicos ou outros quaisquer; são também muito diligentes, dinâmicos,
honestos, idealistas, realistas, muito práticos e perfeccionistas, o que para
as pessoas normais significa “muito”. Mesmo
se eles tentarem a vida inteira para se ajustar, eles ainda se sentem como
desajustados. O
dano que fazemos para crianças superdotadas e adultos por ignorar esse fenômeno
é muito maior do que o dano que fazemos, rotulando-os. Sem
o rótulo de capacidades ímpares incontestáveis, o superdotado acaba criando seu
próprio selo, como: "Eu devo ser louco. Todos estão nem aí para
mim, só eu é que me preocupo com isso!”
É hora de nós reconhecermos
e valorizarmos o tanto quanto possível aqueles que muito têm a contribuir com a
desenvolvimento da humanidade, especialmente na era global na qual estamos vivendo:
os superdotados.
Excelente, texto, Gabriel ! Parabéns pela escolha do texto ! Adoro a Dra. Linda Kreger Silverman !
ResponderExcluirClaudia Hakim
www.maedecriancassuperdotadas.blogspot.com